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DAS DIETAS despudoradas comemos umas e outras assim e assado recomeçam as danças pondo ventania qualquer nas ancas e soltando verbos e jóias com o bracelete de cada abraço, ah, Consegues ? Consigo, sim, morrer assim é tão grácil, cópia daquela chamada pequena morte , e por aí vai e vamos juntos e distantes feito a melodia onde já nos achamos e nos perdemos pelas plantas dos pés as formigas sobem e fazem arruaças com mil e um açoites até que desérticas as ruas e deserdada a invenção do medo sobre as vontades, já que somos mesmo do azar, então, vem e sobe na vida que a vida é degrau e é nossa a Escada Natural, ai ai ai, que bom morrer num outono assim sempre gemendo primaveras nos sertões também no inverno a gente se ajeita um no outro, até melhor, sim, morrer é invenção de filósofos, vamos lá, meu bem, minha flor, meu moinho de vento, meu escaravelho de ouro, minha canção do exílio, olhai os delírios do campo... (DMC) ****** poema de Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) És um escravo
E a vida ia entre os muros e as paredes... (Egberto Gismonti. Água & Vinho) DISSERAM: 1. Para a pessoa ser saudável, é preciso que ela tenha uma cabeça boa. Conheço pessoas que são assim muito certinhas e tal, mas que não têm muita cabeça [...] , embora este conceito de "cabeça boa" seja até vulgar. Dr. Elias Knöbel, Chefe do CTI do Hospital Israelita Albert Einstein, SP 2. Com a fotografia digital, não há mais contemplação. Carol Reis, fotógrafa (MG) 3. Se faz Política porque se pensa em mudar as coisas. Eu lhes aconselharia (aos jovens) a não aceitarem a insensibilidade... e há que evitar que toda uma geração caia neste logro (o da insensibilidade). Jean-Claude Jüncker, político belga 4. Com nosso sangue e carne construiremos uma nova grande muralha... Trecho do Hino da República Popular da China ****** Poema de Darlan ID & SUPEREGO O jeito desta sombra é o de não se conformar assim amarfanhada, ou rígida, em qualquer postura que não seja a que ela mesma escolha, r
DR U ZHBA Estando fora de si, os homens procuram os homens, não havendo mais do que um diagnóstico superficial acerca da pedra e/ou do plástico, do gás e/ou do divórcio (fumaça ?), das perdas e danos cotidiários, metem-se por aí, por desertos nunca antes vistos em suas lindezas e farturas (nem sempre fartura é lindeza). O entorno se fecha, abre-se pseuda-luz, e os homens e mulheres continuam vertendo risos e ladainhas, cada vez mais esperançosos de que tudo acabe logo. What's your reason ? não é nem será nunca a questão do momento. DMC ****** Poesia de Rejane Spiegelberg Planer Entre coisas simples e outras tantas tão complicadas Entre o que entendo e o que deixo de entender Está este amor que passa desapercebido presente para sempre E ausente simplesmente. ******* foto AP de dois mendigos russos. DRUZHBA é uma palavra eslava que significa Amizade.
CARGA & FISSURAS RESOLUÇÕES PARA O NOVO ANO: NADA DUPLICÁVEL, UM TESTAMENTO. Às vezes – disse - somos atraídos pelo que odiamos. Noutro lugar, alguém ainda menor disse que a coisa mais importante num bairro pobre não é a justiça, mas a comida, e logo fingiu procurar fazer face ao seu medo. Agorafobia ou síndrome de abstinência, algum suicida potencial ou à caminho da catatonia, algo da mesma estirpe e pelo menos do tamanho das ansiedades está nas raízes das resoluções de novo ano. Novo ano seja a tua contagem, única, genética. Melhor então prometer o que não se vai cumprir, melhor então cair numa cacimba e beber-lhe toda a água salobra, melhor então esforçar-se para infernizar a vidinha do próximo, da mulher, e preparar o mais exato veneno para a maioria. Há até mesmo quem pare de fumar, logo entrado o ano, pára por dois ou três dias, e logo se lembra de que o céu caiu no chão e não mais se levantou na memória dos Homens, enquanto a propaganda faz parecer á
O Buda sentado de foguinho & fogão entre alhos & cebolas avisa & entra & brinda ao amor violando regras mas levando dos praianos (ho ho ho) a partilha: Feliz Ano Todo ! Trazido do blog MONTREAL TALES (and I couldn't resist to put a smile on my Page !)
Algo me diz da importância de tudo, da suave passada do vento, porém, algo permanece sob Incógnita. As paredes eram enfeitadas com monstros macrocéfalos, ovos de avestruz, peixes-gato e fetos em formol; do teto, acreditou adivinhar a carmelita, pendiam víboras secas, perucas eriçadas que simulavam mandrágoras, uma esfera de ouro perfeita, um camaleão albino, uma iguana de seis patas, embora sem nós nem rabo, e o fêmur direito de Adão. Num canto, sobre um tapete branco, com os atributos de Osíris entre as patas dianteiras e almôndegas avermelhadas numa grande bacia verde esmaltada, entretinha-se, arrogante e burlão, o bichano siamês que corroborava as pertinentes suspeitas da religiosa. SEVERO SARDUY. Colibri. ****** Poema de Darlan Implícita e explícita, numa só gota de plasma teu, irremissível, está a minha caminhada rumo à ilusão de nome felicidade - portanto, sem nada, mas necessário se faz que eu vá. ****** Recomendo: o trabalho de paciência da professora-pianista Beth Ribeir
Tinham consigo que o pântano era real, factível o sonho, terno e também abrupto o desejo, e inevitável a vitória - desde que juntos estivessem. Um dia a porta da casa tremeu de modo único, diferente de tudo de todos que por ali tinham deixado marcas, ou tentado, sim, o meio-fio entupido de sarcasmos ali nunca antes concebíveis, flores cegas, flores tornadas cegas pelas próprias vestes, pássaros todos eles sem pássaro algum na garganta, sol nenhum nas unhas das galinhas, nas escamas dos peixinhos perdidos nalgum aquário de mall, sim & não, o impacto foi avassalador, olhos nos olhos nunca fora mesmo um hábito daqueles habitantes, e muito menos agora o seria, agora que aquela catástrofe maravilhosa cercara o lugar, mulheres sempre elas as mulheres dando tudo de si através daquele riso insuportável de que só as mulheres - e só as mulheres loucas - conhecem os meandros, os travos e os mais íntimos falatórios. Ah, que dia, que noite, que ausência de dia, um dia sem data na porta daquela
Porque o que tenho para nós não é só uma questão de fé no amor, nem o amor vencido em seu tempo de encantamento... é mais A Revista MINGUANTE , de Portugal, que tem nas mininarrativas o lema principal de sua investida no variado elenco de outras revistas não menos importantes, apareceu há poucos meses, e já é, sem favor, comentada com o devido respeito que se deve ter diante de algo não elaborado com pressa, presa que está, desde o início, de uma vontade, de uma percepção que não a destruirá. Embasada nos minicontos, como foi dito logo aí acima, publica também fotos e poesia, sendo que para cada número há um tema préviamente estabelecido. Bimestral. Eis que o autor deste blog teve, pela segunda vez, textos seus selecionados e publicados pela prestigiosa publicação, o que o deixa assaz contente, por figurar entre pessoas de outros países de língua portuguesa, bem como de autores / as da Espanha, que constituem a fonte de textos para a qual a revista está direcionada. Espero-te lá: h
A insônia é arcabouço nosso, a boca formiga, um sexo em compota degela a sombra: Tu, e não eu, sabes atar o céu ao rosto, coar os intentos do mal no ateu. Vejamos: Algumas dizem que não sabem uma técnica de descascar laranjas sem que o chão fique regado pelos pingos, cascas e impropérios seguidos de risadas. Outras dizem que não se empestam mais para tentar novamente uma troca de pneus, embora urgentíssimas em uploads, não se apressam em saber os desejos da aningapara, ainda que seja fácil (mas nem mesmo o amor é fácil, não, nem mesmo esta salada de perdas & danos é fácil de se mantê-la em equilíbrio, devido aos inúmeros temperos cotidiácidos e renitentes que vêm de não se sabe de onde). Vejamos: Há também aquelas que se mantêm mais ou menos afastadas de tais conversinhas amenas, até pelo fato de que se tornam logo umas pimentas - sem reino ou com reino - e então há aquele lacrimejar quase generalizado, e nem mesmo certas crocodilas gostam insistentemente disso, nem as hienas e as
ANDANTE... MA NON TROPPO, UN POCO MAESTOSO. ZEN MA NON TROPPO (io sono pazzo) ****** O responsável por este blog, do qual muito se orgulha - PALIAVANA4 - aniversaria hoje. De meditar e refletir o meditado sempre foi e será tempo, parece-me que cada vez mais. ****** Poema de DARLAN LEVEZA Da boca da noite repenso o dia, flexiono os lábios rumo a algo inaudito, maior porém do que o abismo do esquecimento, o juízo de valor entre águas de dois rios que se encontram e que, teimosos e ranzinzas feito casal jovem, só mais à frente vão se dar as mãos e os pés.
procuro a orquídea de um rapaz berrante, o deserto da moça no túmulo de um soldado desconhecido, ainda vendo no próprio seio a salvação Bocas & Mentes 1. Tremes, Horácio, estás pálido ! William Shakespeare. Hamlet 2. ...mulheres tão desesperadamente lindas, que dá vontade de comer-lhes o retrato. Carlos Drummond de Andrade, poema América 3. La Legge è uguale per tutti. Corte italiana 4. Depois de uma certa idade, acho que o homem não pode se deixar frustrar. Yves Montand, ator 5. Você pode nadar para onde quiser, mas não faça ondas. Provérbio afegão 6. A penny for your thoughts. Li isso, ilustrando foto de um bem-cuidado gato, no FLICKR. 7. An Athlet's Secret Weapon. Propaganda num estádio europeu 8. Mão direita vem por cima, mão esquerda vem por baixo. D. Delza, Rendeiras de Morros da Mariana, PI, mostrando como lidar com bilros 9. O Pequeno Príncipe, uma vez na Terra, ficou surpreso de não ver ninguém. Saint-Exupéry 10. E o Congresso não faz nada contra a vontade de
até que verdadeiros grãos de riso e ecos de gozo se sucedam, nada nosso pertença ao mundo conhecido O LIVREIRO DE CABUL "Nós não iremos a lugar algum, enquanto seres humanos, se não cometermos erros." A jovem jornalista norueguesa Asne Seijerstad trabalhou no Iraque, tendo antes passado cinco meses hospedada com uma família no Afeganistão, cujo chefe se chama Sultan Khan. Com direito às regras locais, às poeiras física e psicológica que sotopõem aquelas mulheres ao que há de tão incompreensível para uma grande parte do mundo, à pesada burka, às compras, ouvindo os dois lados de uma mesma questão que, decerto, comporta mais ângulos, ela, uma vez terminada a sua estadia no país afegão, começou a escrever as suas impressões de tal experiência. Vigiado, perseguido e preso pelo Talibã, Sultan Khan foi livreiro durante 30 anos num país totalmente de analfabetos, tanto na escrita quanto pelo desinteresse em verem à frente, ou sequer periféricamente, e já lhe havia dito que
pálida fonte, a esperança se perde entre as partes, implode em mil Versos taliânicos (Talião) assentaram-se sobre a mesa deste domingo, quando soou a ventania da condenação. Cãodenado à morte, com mais dois (paralelo proposital com o Cristo ?), eis que SADDAM HUSSEIN reclamou com veemência, pelo fato de não aceitar, de jeito algum, uma morte apócrifa por enforcamento. É taxativo: exige ser fuzilado. Exige o seu direito. Certíssimo. ****** Poema de Darlan Ânforas Assenta-se sobre cada intenção um areal, forçando para o lado oeste as palmeiras e tamareiras onde um vento nefasto se diz antigo mas é só de fachada. Sopra entre certos nomes o nome avulso que rirá por último, tudo aqui e ali se faz a pedido, a mando de que não se fira demasiado quem há muito (se) fere em silêncio, quase sempre aos gritos de que Deus é grande, de que a Natureza tudo pode sobre os vermes, enfim, de que é preciso estar atento e forte, não só dual-dual, sempre a vigiar de que lado está a madrugada, para que lado
De quanta cena se faz o futuro, e de massa o passado. NOVEMBRO Está vivo, começa hoje e nada promete, senão irromper diferente de outros idos, trívio, cada vez menos per capita se faz este antecessor de dezembro, indo comigo penetrar no que se deve manter vivo, e nada de restaurações ambíguas nem de dedos amarrados à solércia de um risco calculado, como se faz hoje com tudo, ora melhor deixar pranchetas aos arquitetos de pontes concretas e férreas, o ferraço ao qual se refere o poema é de outra estirpe, não um naipe sobre a mesa verde (Achtung: Die Grüne Tisch), não, nada será como se deseja: nem a salada de legumes nem a de imigrantes, o amanhã vai tropeçar em você, vai conservar fevereiro pensando nas colunas senão nas lacunas a se evitar em novembro. Novembro. ****** (DMC - 01-11-2006, 06:25h) . Foto: Darlan. ****** Tem razão, interessa, faz alguns meses que comecei a suspeitar que interessa mais do que eu pensava. Mas, não me fustigue. A herança é um resultado, um finale. A polí
De se ver de quantos riscos é feito até mesmo o passado THESE KINDS OF THINGS HAVE HAPPENED SEVERAL TIMES Entre corpo e espera, há síndrome de abstinência e sintomas de extorsão pelo Tempo, sim, entre a fuga da moeda e o tom sépia da pintura, a dívida não sacia o arbítrio, entre o provar e o ater-se à loucura de uma só pessoa, velódromos e viadutos, máscaras e tensores psíquicos são construídos, cascas de banana cumprem o alentado papel, sim, esse tipo de coisas acontece muitas vezes entre os entediados, mas tu e eu temos conosco que a cidade é real, mas espera o nosso sonho. (DMC) ****** Tenho a honra e o prazer de informar a quantos e quantas aqui vierem, que um texto meu foi selecionado e publicado no nº 2 (outubro 2006) da prestigiosa e prestigiada Revista Minguante, de Portugal. Caso disponham de algum tempo, por favor, a casa é de vocês, e o texto também. Grato. O endereço: http://www.minguante.com/?textos=darlan_cunha ****** Monti acelerou ainda mais a marcha, mas Agustina seg
Macuna íntima de mim, vou coiseiras e improvísios de Macunaíma adantes de arre-conceber a noiviciada (dmc) Cantando na fala impura... e se lembrou de fazer uma pescaria. Pra disfarçar imaginou noutra coisa. Fazia tempo que pusera reparo num bando de cunhãtãs passeando todos os dias na Praça da República. Perguntou e soube que aquilo eram normalistas. Dormiu sonhando com elas. No outro dia esperou com o olho esquerdo dormindo que os manos saíssem e levantou, sem reparar, com o pé esquerdo. Tomou banho perfumado com macacaporanga, botou um chapéu fino de ubuçu e deu uma chegadinha no cabeleireiro para pingar essência de pau-rosa no cabelo. Depois foi na Praça da República muito bem disposto. Quando as cunhãtãs vieram saindo da máquina Escola Normal, Macunaíma ficou muito atrapalhado não sabendo qual a mais bonita. Coração batia com saltinhos apaixonados, e Macunáima andava dum lado pro outro sussurrando suavemente : Mani, Mani, filhinhas da mandioca ! Afinal se resolver por uma lindeza
Ein Pakt mit dem Teufel (und es werden immer mehr) Mas, talvez também seja assim: o fim já ocorreu. Nós não existimos mais. Vivemos só de mentirinha, um reflexo, um estrebuchar conclusivo. Ou talvez alguém esteja sonhando conosco. Deus ou um ente superior parecido, um supergrandalhão que nos sonha em capítulos sucessivos, porque gosta de nós ou nos acha engraçados, e que por isso não nos larga, não se farta de ver-nos estrebuchando. Nós perduramos em seus flashbacks e graças aos apetites audiovisuais de um Princípio Divino, embora a última sessão, ou ultemoch, como diz a ratazana, já tenha ocorrido há muito tempo; desaparecemos imperceptívelmente, pois - mesmo que os homens tivessem casualmente notado o fim num domingo de junho - seu comportamento e a atualidade de seus negócios, horas marcadas e promissórias, seus hábitos aprazíveis e seus terríveis imperativos não se deixaram transformar nem redimir, cancelar ou superar, de tal forma era ou é imutável a espécie humana. GÜNTER GR