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Mostrando postagens de junho, 2006
passagem sob sol sustenido maior Desde que as queimaduras de sol não estorvem o cotidiano, não ater-me ao que me afete mais de perto, não, nada digo aos transeuntes, nada falo a mim mesma aqui e agora todos sabem o que há no ar e nas plantas já se vê o delírio e o delíquio dos campos nos quais toda gente se mostra como é : o sol para todos -mais para uns-, e essa percepção de que as coisas tenham rumo exitoso, ah, ia me esquecendo da fala dos relógios, ia me excedendo no lucro diante dos meus pares e dos meus ímpares. Sei que a brincadeira, ou hábito, de enganar com as mãos é muito antiga, vem dos primórdios da Humanidade. Ponha uma pedrinha numa das mãos, e dê a oportunidade para que se adivinhe em qual delas está ou não está o arrazoado, a perdição. DMC ****** No dia 20 de junho, o bibliófilo e empresário José Mindlin foi eleito para ocupar a cadeira nº 29 da Academia Brasileira de Letras - ABL, vazia com o falecimento de Josué Montello. Há poucos meses, também fora eleito para a A
O AFETO QUE SE AFERRA A TI ( zanastardust ) Assisti uma longa entrevista concedida pela Rainha Rania, da Jordânia, a um programa de tv, nos EUA, durante a qual ela, sempre solícita e sem pieguismo, falou sobre caminhos trilhados e a serem trilhados pela gente de seu país -súditos e súditas-. como também pelas populações no mundo todo. Após diversas argumentações concernentes à família, à política, ao status, à beleza (outro status) e etc, em momento algum -repito-, em momento algum eu a vi cruzar as pernas, ao contrário da apresentadora e de práticamente todas as outras pessoas que lá estavam. Definitivamente, há mulheres e mulheres; conceitos e conceitos; obrigações e obrigações. DMC ****** Nada tenho a fazer, isto é, nada de particular. Tenho de falar, é vago. Tenho de falar, nada tenho a dizer, apenas palavras dos outros. Não sabendo falar, não querendo falar, tenho de falar. Ninguém me obriga a isso, não há ninguém, é um acidente, é um fato. Nada poderá jamais dispensar-me disso,
O f rio na espinha da História -Senhor -recomeçou, elevando ainda mais a voz -,Morozov, o teu bobo, está diante de ti, escuta a sua última brincadeira ! Enquanto viveres, os lábios do povo russo continuarão cerrados pelo terror; mas o teu reinado selvagem terá um fim, não ficará na terra senão a recordação das tuas ações, e o teu nome será maldito e execrado, de geração em geração, até ao dia do julgamento final ! Então, centenas, milhares de espectros, homens, mulheres, crianças, velhos torturados, degolados por ti, se apresentarão diante de Deus e se levantarão contra ti, seu carrasco ! Nesse dia terrível, também lá estarei vestido como vestido estou agora, e pedir-te-ei contas da honra que roubaste aos meus cabelos brancos. Não terás, então, ao teu lado, toda essa gente, para fechar a boca aos infelizes. O Juiz Supremo escutá-los-á e tu serás lançado às chamas eternas ! [...] -Ordenas-me que acabe com ele imediatamente, ou, por enquanto, o feche na prisão ? -Na prisão -decidiu Iv
Les A f finitès Élect ives ( FotoRita ) Seja como for, uma coisa está bem clara: essa fórmula que manda "alienar tudo o que é íntimo e dar forma a tudo o que é exterior" constitui o ideal da disposição consciente do introvertido. Tem por fundamento, de um lado, o pressuposto de um âmbito ideal do mundo íntimo dos conceitos, do princípio formal; e, de outro lado, a suposição de uma possibilidade ideal de aplicação do princípio sensível, que no presente caso aparece não como afeto ou afeição, mas como potência ativa. CARL GUSTAV YUNG. Tipos Psicológicos. ****** Poema de Michelagnolo Buonarroti (1475-1564, Itália) Madrigale LXVI Argomento: Non fu amandola como credeva felice, pure gode viver per Lei. Indargo spera, come 'l vulgo dice, Chi fa quel che non dee, grazia o mercede, Non fui, com'io credetti, in voi felice, Privandomi di me per troppa fede; Nè spero, come al Sol nuova fenice. Ritornar più: ch'el tempo nol concede: Pur godo il mio gran danno sol perch'
L IN HA L ET AL A vida desse mítico denominador comum que é o homem de rua é monótona como água estagnada, Sr. Roberts. A sociedade capitalista transformou-o em simples feixe de repressões e hábitos inúteis sob o símbolo da divindade da classe média, o chapéu-coco. -Desviou rápidamente o olhar das anotações na palma da mão. - O trabalho incessante por pão e manteiga, o bicho-papão do desemprego, os deuses chicaneiros da fidalguia, as mentiras ocas do leito conjugal... O casamento - arrematou, deixando a cinza cair no tapete - é uma prostituição monogâmica legalizada. DYLAN THOMAS. Retrato do Artista Quando Jovem Cão. ****** Mandem-no para mim, a ele, ao homem que chegar a alguma conclusão sobre qualquer coisa, em qualquer lugar e tempo. Tragam-mo, e à sua mulher. (Ouvido no Bar do Manoel Doido, no Mercado Central de Belo Horizonte, aos 22 de maio de 2006). ****** DOPO LA TEMPESTA The four seasons the hundred fingers of the sea the fearful noise of the air and a thousand do
seixos calmos JASÃO Monstro ! Mulher de todas a mais odiada por mim e pelos deuses, pela humanidade ! Tiveste a incrível ousadia de matar tuas crianças com um punhal, tu, que lhes deste a vida, e também me feriste mortalmente ao me privar dos filhos !. E depois do crime ainda tens o atrevimento de mostrar-te ao sol e à terra, tu, sim, que foste capaz de praticar a mais impiedosa ação ! Tens de morrer ! Hoje, afinal, recuperei minha razão, perdida no dia fatídico em que te trouxe de teu bárbaro país para uma casa grega, a ti, flagelo máximo, traidora de teu pai e da terra natal ! [...] MEDÉIA Essa injúria é pequena para uma mulher ? JASÃO Se ela é sensata. Para ti, tudo é ofensa. [...] EURÍPIDES. Medéia. ****** A poem of e. e. cummings (1894-1962. USA) i thank You God for most this amazing day: for the leaping greenly spirits of trees and a blue dream of sky: and for everything which is natural which is infinite which is yes - 'i thank You God' *** Um poema de Sophia de Mello B