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Mostrando postagens com o rótulo Rio Acima
***      Certa vez, quando o amor e o ódio já tinham entrado na poesia e na música, até porque ambos - amor e ódio - nasceram com o Homem, sendo que muita coisa estava e ainda está por ser feita, eu bebia uma cerveja e mastigava uma linguicinha, sossegado, quando me voltou a ideia que havia muito tempo estava comigo, um trabalho que eu estava devendo: escrever algo sobre o Clube da Esquina, um pequeno apanhado sobre algumas canções. Eu estava no Bar da Lolosa, em Rio Acima, MG, um barzinho de bambu, humilde e bom de se estar, e a criançada zanzando pra lá e pra cá, à beira do campinho de futebol, e uma garotinha disse aos amiguinhos e amiguinhas que depois ela ia "lá no Cube (Cube), com os pais". Foi a conta. Minha cabeça estalou, e ali mesmo escrevi oito textos, e voltei depressa para BH. Em uma semana o livro estava pronto. Ficara anos dentro de mim, até que, de repente, explodiu. *** Foto e texto: Darlan M Cunha
gosto de ti, pequena cidade, onde ainda posso assentar-me com meus calos e minha insônia, onde ainda se pode beber algo mais do que o fel cotidiano gosto de ti, do barulho do córrego e das procissões das formigas passando por dentro do gramado, o cheiro bom de um silêncio só quebrado por algum distante riso de criança – talvez seja mesmo a minha distante infância chamando-me Foto e texto: Darlan M Cunha
Rio das Velhas em Rio Acima, MG, Brasil TANTAS MARÉS E TANTAS NUVENS DEPOIS Tantas marés e galés, tantas coisas miúdas e graúdas sem fim, sinônimos e antônimos jogados dos escaleres a bombordo e a estibordo, deste modo iam e ainda vão os homens com pensamentos fixos, turvos caminhos são os caminhos sobre a água dentro da neblina, mas os homens são teimosos: galés e mais galés sobre marés eles constróem e destróem num vu, sim os homens são um caso à parte na História Geral. Texto e foto: Darlan M Cunha
Rio Acima, MG Um copo de cólera contra a lavoura arcaica da existência seja o que se beba, e é por isso que ele preza que o total de sua vida esteja mal escrito, os caminhos e sub caminhos estejam mal delineados, números inexatos, nada de matemágica, melhor é a trágica petúnia de números com pernas menores do que o que dizem ser, enfim, baralhar o mundo, dar-lhe pancadas, que as pessoas são quase nada, e o melhor de tudo é por o boné lá onde não se possa apanhá-lo. Ou seja: o melhor é ir. Ir é o melhor remédio. Único. Texto e foto: DMC