Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens com o rótulo escultura
Homem infinito. Braga Tepi (1972). * Muitos vão ao contrário pela vida como quem viaja numa poltrona ao contrário num trem, alheio ao fato real ou não de que não há nada anormal por trás de uma porta ou num cérebro, mas algum (fi)asco modula o clima geral. À parte isso, diz a escultura, diz o homem à parte isso, não tenho nenhum sonho nenhuma abstração me comove ; e assim não sendo duna, permaneço firme no mesmo lugar, isento de sonhar. *  poema: Darlan M Cunha imagem encontrada e trazida de Peregrina Cultural   https://peregrinacultural.wordpress.com/
  Tomie Ohtake (1913-2015) O abandono entende o humano, face a face, os minerais de um nos intentos do outro, ambos se entendem, como o predador e o gamo, fazem este comércio de má fama, mantendo-se em si e no outro, ambos dando vazão ao breu, à noite sem pedras com que construírem ponte, e não outro drama. poema: Darlan M Cunha
ESCULTURA (Aeroporto de Confins // BH, MG, Brasil) DONA CHUVA Enfim, após temporada memorável, porque desastrosa, sem igual, Dona Chuva foi a outras paragens, desandar lágrimas noutros páramos, criar pátina noutros monumentos, noutros museus, no telhado de outras igrejas e hospitais, lojas e repartições públicas, sem falar no mofo e no descascado que deixou por aqui, nesta casa de onde vejo duas ruas do mundo – agora cheias de ouro matinal. Enfim, num dia em que estava especialmente absorto, sentado à beira do mundo, vendo e ouvindo o rio das velhas levar troncos e pensamentos, estava especialmente cheio de desânimo, mas recolhi uma lágrima da chuva com o teu semblante nela: sinal de sol à vista. Foto e texto: Darlan M Cunha
ESCULTURA EM DESALINHO não me dês pequenas contrariedades, se me dou muito mais do que revolução com cravos na boca dos fuzis, e nos dentes de leão na lapela das jovens não te dês ao trabalho de me agraciares com nenhuma memória, ainda que enclausuradas em livros quero é a morte vinda do fundo de cada dedo, de cada triângulo ferroso, cada um deles torcendo e retorcendo o pescoço de uma inutilidade assim, tu agora já me sabes capaz de ditar bem o que abomino em ti e em mim, já sabes Foto e texto: Darlan M Cunha Escultura de AMÍLCAR DE CASTRO
artecerâmica 01 FRANCISCO BRENNAND Recife, PE ARGUMENTOS há uma luz num túnel não sei onde, mas sabe-se haver uma cruz para cada têmpera, de traços abertos à espera de que sobre ela se abram as asas de uma                                     resolução; de foice e martelo já se falou que basta, mas se ainda há algo de negra flor no rés do chão já é hora de colocar sobre ela os argumentos da luz Texto: Darlan M Cunha Imagem: Oficina Brennand
FERNANDO BOTERO (Colômbia) (A)TEMPORAL No seu tempo havia tudo do seu tempo, de outros tempos também havia, mas disso poucos tinham consciência, porque, no seu tempo, a terceira pessoa do pretérito perfeito do indicativo do verbo passar tinha uma conotação diferente da de hoje, aliás, este verbo já não existe, isso porque, hoje, de nada mais se diz que "passou", justamente porque passa tão depressa que ninguém percebe; de nada se tem saudade, lembrança nenhuma, esta é uma Era de solidão, de urros e mur®os, de membros cuja paridade é a da ruindade extrema, do mais exacerbado egoísmo, que o mundo mudou de fato para melhor e para pior, no qual episódios podem ser encomendados com qualquer antecedência, principalmente se urgente for a encomenda, o pedido sai no mesmo instante, e logo estarás com a arma do teu premeditado crimezinho de pulha, com a tua pífia organicidade dando peidos, a pressão alterada por tanta agonia à espera da felicidade de cravar no Outro o que ele mer
ENTRA DE VEZ NO VOO... E FICA. PEGAR UMA COISA Tenho aqui na minha mesa a parte mais nobre, numa escultura, a cabeça de um homem de olhar hirsuto, seu côncavo pensamento saindo pelas mãos que não aparecem neste trabalho, e fico olhando e pensando sobre com quanta estirpe se faz e se desfaz um nome, ou não: o Homem não resiste ao que o nome aceita. Tenho aqui mais que um ponto de interrogação e algumas contas, mensagens antigas e novas civilizações sobre mim, tementes, perguntando pelo futuro. Poema e foto: DMC Escultura: Amílcar de Castro (Av. Brasil, Belo Horizonte)
TRANÇA O QUE HOUVER, MAIOR É O ESPANTO, MAIOR O SILÊNCIO QUE INVADE QUEM OUSA O IMPREVISTO. ***** DAS NOÇÕES A noção de felicidade é parca pelo que pensas de ti, mais do que dela e de seus derivados na boca do Outro. Você ainda quer morar comigo, mais do que consigo ? Ainda, distraída- mente, pisas nos astros e te dessoras e te acamas por fissuras na lataria de um calor (colar) sempre às voltas com algum torpor, um veio descoberto mais além desta casa onde mortos com mortos se entendem, vivos ameaçam a inenarrável algazarra das antíteses ? DMC ***** Foto de um trabalho de FRANS KRAJCBERG