O BUDA SENTADO O buda sentado não carecia de jogos de azar, mas revirava a memória rumo à rota da seda, bebendo algo indecifrável, o iluminado olhava de soslaio a quem ousasse o que não ousava: cometer desatinos, matando mulheres e filhas (mulheres valiam pouco já àquela época), não, ele não saía de si a não ser para comer maçãs e praticar a lavoura arcaica de beber um copo de cólera antes de libidinagens com vacas e ovelhas, saltando cercas esse pai de profetas e de outros menos virulentos e menos votados, sabendo que a sinistra e a destra costumam estranhar-se, pelo que as imergia no lodo, sempre atento ao silêncio das possíveis presas, sim, era notório que o buda sentado já não se bastava a si mesmo, e as más e as boas línguas atestando que a sua fisionomia denotava anseios bem visíveis em cada folha sobre a qual estendia a mão com a qual proferia novas e antigas admoestações ao vício, esquecido do próprio vício de ent