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Paisagem vista do bairro Belvedere - BELO HORIZONTE, MG *** O temor tem a nossa mesma idade  mantida nas veias sensíveis a toques de amargura, pelo que não se ature falsos ganhos, que este risco é dúbio: ou varia conforme a tara do caminhão ou se mantém alheio e até avesso as mil e uma pragas do Livro do Sim do Crivo do Não, mas o temor não perde essência. Foto e poema: Darlan M Cunha *****
Robson Barros   -  Passeando de balão                      É imenso o horizonte que acolhe o que não dá para levar a cabo: as tantas instâncias que se nos apresentam e que, por um ou mais motivos, não é possível tê-las entre os dedos, e isso é ruim, porque se somente o imaginário nos acomete sem trégua, ficamos incompletos.      Minha vizinha da casa logo à esquerda da minha era doida para passear de balão, pelo que ela então mexeu os pauzinhos, e se fez ao largo do solo: subiu, riu das figurinhas atarantadas lá embaixo, gargalhando, beijou o piloto, bebeu vinho tinto, enfim, transtornou em pura realidade um de seus fantasmas, uma de suas inquietações, o desejo inescrutável de ir pelos ares - algo naturalmente geral. Texto: Darlan M Cunha Arte naïf: Robson Barros
FRUTÁLICA Assim como o calor amolece as frutas sobre a mesa, cala fundo no morador a modéstia do silêncio que nunca grita por ali, se sem razão alguma  se acha; e assim como o clima atordoa as pessoas em seu mister, fazem furos na paciência do morador certos atritos do mundo. Frente à casa e talvez frente a si mesmo rumo ao mar, um homem sozinho conversa, sobe noutra fatia do tempo, continuando monólogo do qual se sobressai a inutilidade de cada palavra caindo feito lenho                                                                à sombra do mundo.   Foto: Filip Dujardin Poema: Darlan M Cunha