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Mostrando postagens de janeiro, 2012
A LAVRA: FOGO refutando com palavras (por que não com atos violentos?), lavras de fogo e água de beber (envenenada), se causam espécie nos mais e nos menos favorecidos, melhor é tirar proveito do silêncio, arguindo no proscênio das ruas a omissão ferrenha das leis, a ablução diária numa pia com água suja - que o poema sujo da água é a sede Foto e poema: Darlan M Cunha
O RATO DE BOTAS resisitir a este ofício meretrício é fava mal contada que se desconta da letra morta  da leviandade, letra de próprio punho  é a necessidade postada numa esquina onde uma antiga porta de joalheria dá acesso ao rubi do momento e talvez também de amanhã, e assim o rato de botas sobe os degraus de sua alegria mesclada com tristeza crônica lá fora, a cidade e suas armadilhas para ratos e gatos Foto e poema: Darlan M Cunha
ESCULTURA (Aeroporto de Confins // BH, MG, Brasil) DONA CHUVA Enfim, após temporada memorável, porque desastrosa, sem igual, Dona Chuva foi a outras paragens, desandar lágrimas noutros páramos, criar pátina noutros monumentos, noutros museus, no telhado de outras igrejas e hospitais, lojas e repartições públicas, sem falar no mofo e no descascado que deixou por aqui, nesta casa de onde vejo duas ruas do mundo – agora cheias de ouro matinal. Enfim, num dia em que estava especialmente absorto, sentado à beira do mundo, vendo e ouvindo o rio das velhas levar troncos e pensamentos, estava especialmente cheio de desânimo, mas recolhi uma lágrima da chuva com o teu semblante nela: sinal de sol à vista. Foto e texto: Darlan M Cunha
  Alberto Santos Dumont (Aeroporto de Confins //BH - MG, Brasil)   AÉREO vive em seu labirinto o inventor, metido em seus parafusos, avesso ao barulho do mundo, carrega nos ombros uma pergunta ainda não respondida, sempre alerta, mesmo quando dorme, mesmo sob insônia, o inventor sente asas nas mãos, trabalha e retrabalha nelas, até que outros possam também ter asas nas mãos e nos pés Foto e poema: Darlan M Cunha
Igreja de Santana, Rio Vermelho. SALVADOR, BAHIA, BRASIL. BAHIA COM Fazia muito tempo que eu não ia à Bahia, muito tempo mesmo. Aceitei um convite, rezei ave maria, e criei coragem para entrar no avião. Passei uns dias lá. Devo dizer que a água sempre me fascinou de maneira única, sempre tive a percepção do que ela representa. E assim é que tenho fascínio e medo, ao mesmo tempo, dos rios e dos mares, é verdade, eles me atraem na mesma medida em que que me afugentam; e por mais que eu saiba da psiquê, ainda não consegui, digamos assim, fugir desta ambiguidade, deste temor nato, deste amor pela água. Sou de ferro, das montanhas. Para baianos e baianas, e também para os "estrangeiros" nacionais e internacionais que lá moram, a capital Salvador é Bahia. Parodiando a canção do Caimmy (morador de Pequeri, MG, nos seus últimos tempos, com a Dona Estela), digo que já fui à Bahia, e digo também que trouxe de lá novo encantamento, fui muito bem recebido numa casa mara
The brazilian singer ÂNGELA FRANCO ***** FLORAL E TANTO: JARDIM SEM FANTASIA É JARDIM? Não tendo mais tempo para apenas uma flor, que rosa pouca é bobagem no quintal do mundo, pá e picareta e adubo nas mãos, é preciso estar atento e forte, cuidar do jardim de muitas  facetas, é preciso rosar o mundo, pô-lo do jeito do melhor sabor da melhor comida, viajar entre canteiros, viajar  é mais (alguma vertente de espinhos  nos espera), mas viajar é preciso, e nós iremos  e alguém mais irá preparando alamedas aqui e ali, lá e além-lá, enfim, em todo lugar. Foto e poema: Darlan M Cunha
Brazilian Art - Faculdades Newton Paiva. Belo Horizonte, MG, BRASIL HELENA DE TRÓIA helena de tróia foi uma jóia sem igual, por carregar consigo o germe, o sal escuro da guerra. pobre garota entre colinas de vinhas e azeitonas, o linho do seu vestido branco no azul horizonte grego, tempo negro perseguindo a bela da terra onde valores de igualdade foram forjados com têmpera mais severa e mais maleável do que os melhores metais e as melhores nuvens de que a fala é capaz, sim, pobre helena jóia de tróia, presa no olimpo de sua sutileza e beleza, relva de ouro seus cabelos, melena por melena, fez uma tragédia grega essa helena, ponte máxima entre o fervor dos gregos a rixa entre páris e agamênon e o castigo ou desdém dos deuses ***** Foto e poema: Darlan M Cunha
  O ANO TODO SEJA DOMINICAL domingo legal de pé na estrada, chove chove no mundo, e em muitos horizontes há lágrimas, em muitas casas os cupins reviram a fórmica, e os móveis estalam pelo uso e abuso, alguém tira o boné e alguém mata alguém, alguém se lembra de acarinhar alguém, casais há aborrecidos pela demora de entrega das chaves; querendo baixar a ansiedade, médicos aconselham deixem o pigarro as estrelas graúdas ou anônimas do cinema diário das ruas que é o lugar onde as pessoas mais entram e saem de si. escuta: preguiça e macarronada são sinônimos de domingo. chove em todo o horizonte e só então reparam que estão com fome, com fome de algo mais do que simples ritual, do que o simples amor, e vão de novo para as ruas, algo novo os chama, ano bom ou mau, aí vão ambos, também os solitários vão em busca de algo novo no ano novo Desenho e poema: DARLAN M CUNHA Obrigado a todas e todos que aqui vieram em 2011 Thanks to all the people who supporte