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NOVEMBRO O mês abriu suas portas e janelas, com pé cuidadoso, mãos sutis e olhar inquiridor, novembro avisou que veio para ficar, se possível, mais de trinta dias, pois quer ser lembrado lá na frente, quando seu pó já estiver bem assente, sedimentadas todas as camadas de que for capaz. Ecos de si mesmo é o que todo mês quer que haja no decorrer da minha e da tua vida, Foto e poema: Darlan M Cunha
Nova Lima, MG, Brasil NOVEMBRO Eis o rosto de novembro, rosto urbano com boas e más interrogações, é natural   se ter em conta que nenhum dia tem sósia, nenhum homem se perpetua de todo noutro, gêmeos diferem, e assim é que, se te lembras do último novembro, talvez ainda sintas algo da febre boa e dos maus sintomas que porventura visitaram-te; lembra que o inconsciente é de guardar nas respectivas gavetas as indumentárias vestidas por ti, portanto, cuida de varrer para fora do tapete o evangelho segundo tu mesma, cuida que a trepadeira cubra o muro, não a paisagem que daí ainda tenhas, novembro é de dias com lágrimas de nuvens, ah, lembra dos acordes da acupuntura social no teu corpo e na tua mente, lembra, corpo, lembra memória, que já é novembro. Foto e texto: Darlan M Cunha