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Mostrando postagens de março, 2007
Nem sempre só silêncio ou ausência, só o que existe. Contos da minha casa - 2 ALGUM LUGAR ONDE Uma cortina ali não lhe faria bem, por não lhe dar senão trabalho de manutenção e pouca garantia de privacidade, uma vez que o que mais o incomodava naquele cômodo eram os decibéis vindos da rua, esta herança perversa, doentia, dos tempos coevos, sendo que a sua pessoa era particularmente sensível ao barulho, irritando-se com facildade, ciente de que aquilo é caminho líquido e certo para se adoecer dos nervos, deixando-os em pandarecos. Não, não poria cortina ali, preferindo ficar com algum brilho maior sobre as duas telas instaladas no ambiente que lhe servia de local de estudo e de descanso. De lá, vigiava o mundo, espirrava na fera ondas de sarcasmo e riso, esfregando os pés sempre descalços, beliscando ou bebendo algo mais sucinto do que uma tempestade em copo d'água, um sonrisal, etc. Num dia qualquer, notou estranhos sobrevôos cheios de incógnitas banhando-lhe a fal
O Homem e os tecidos da terra e do céu Contos da minha casa - 1 O PRATO Nos dias em que lá esteve, notou, mais com um ar de curiosidade do que de estranheza, que o silêncio não era própriamente um morador assíduo, e que no mais das vezes, o enfoque à mesa era de se deixar as coisas correrem, até mesmo se alguém risse de alguém. A casa era o que era: a opção única, bem diferente de outra que conhecera, da qual quase todos debandaram, por via talvez de não se entenderem. Coisa comum entre parentes é o se desejarem na Antártida, em Goa, nos Urais. Pois bem: notou que uma vizinha sempre trazia algum petisco, coberto por uma toalhinha de fino tecido bordado, ou simplesmente recoberto com um guardanapo de papel - mas nunca descoberto. E isso tinha a contrapartida: aquele prato, após comida a guloseima, ficava ali até que houvesse algo do mesmo nível amistoso com que enchê-lo: pedaços de bolo, biscoitos, pudim, geléia, fosse o que fosse, aquele prato - que já ninguém mais sabia a quem pertenc
E LÁ VOU EU NESSA ESTRADA FALAS: 1. O som suave de uma aurora distante estremeceu aqui no peito meu. ELOMAR FIGUEIRA MELLO. Músico, Arquiteto, Criador de Bodes. Das Barrancas Do Rio Gavião. Cantada. 2. De maneira que eu andava sempre com um livro na mão, e a minha leitura era feita da soma dos pequenos períodos (entre um compromisso e outro). JOSÉ MINDLIN, da Academia Brasileira de Letras. Bibliófilo. Empresário (Metal Leve). Advogado. 3. Para os muçulmanos, é importante se prevenir contra a mancha patológica em sua própria comunidade. O Corão proíbe a usura, os juros. Isso é considerado um dos piores males. ZIAUDDIN SARDAR, Professor universitário. Escritor. Muçulmano de origem hindu, vive em Londres. (Ent.) 4. Então, para mim, literatura não é comunicação - literatura é expressão. Outra coisa: não é verdade que a televisão afasta o leitor... pelo contrário. ESDRAS DO NASCIMENTO. Escritor, autor de, entre outros, A Dança dos Desejos. (Entrevista) 5. Pois me beijaram a boca, e m
ENFIM, SÓS. ENFIM, JUNTOS. Estamos tão fascinados e envolvidos por nossa consciência subjetiva que nos esquecemos do fato milenar de que Deus nos fala sobretudo através de sonhos e visões. O budista despreza o mundo das fantasias inconscientes considerando-as ilusões inúteis; o cristão coloca sua Igreja e sua Bíblia entre ele próprio e seu inconsciente; e o racionalista ainda nem sabe que a sua consciência não é o total da sua psique. Este tipo de ignorância continua a existir apesar de o Inconsciente ser, há mais de 70 anos, um conceito científico básico e indispensável a qualquer investigação psicológica séria. N ão podemos nos permitir uma atitude de "Deus-Todo-Poderorso", elegendo-nos juízes dos méritos ou desvantagens dos fenômenos naturais. Não baseamos nossos conhecimentos de botânica na ultrapassada classificação entre plantas úteis e inúteis, ou os de zoologia na ingênua distinção ente animais inofensivos e perigosos. Mas, complacentemente, continuamos a admitir que
Saber que o nome te perseguirá por todo o teu sempre, e o dos outros... Olhávamos as velas fazendo sombras no teto cada vez maiores, enquanto o céu ficava completamente negro. Piero tinha uma palmeira em seu gabinete (obtida, sem dúvida, de algum servil exilado), e a palmeira lançava uma selva no teto, um emaranhamento de folhas largas que poderiam facilmente ocultar um tigre. O César sobre a mesa tinha um perfil que o recomendava, e de meu triângulo nada podia ser visto. O gabinete cheirava a a peixe e cera de vela. Ficamos estendiddos no chão por algum tempo, e eu disse: - Vê ? Agora você sabe por que adoro ficar imóvel olhando o céu. JEANETTE WINTERSON. A Paixão. ******* poema de Darlan Poema com músicas de Canhoto da Paraíba Choro na madrugada a tua imagem lembrança que ficou cordão amigo, agudinho tá quentinho o choro na madrugada glória do relâmpago visitando o Recife, pisando em brasas com mais de mil, sim. poema: com títulos de músicas de Canhoto da Paraíba imagem: visualizaçã