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Mostrando postagens de dezembro, 2011
gosto de ti, pequena cidade, onde ainda posso assentar-me com meus calos e minha insônia, onde ainda se pode beber algo mais do que o fel cotidiano gosto de ti, do barulho do córrego e das procissões das formigas passando por dentro do gramado, o cheiro bom de um silêncio só quebrado por algum distante riso de criança – talvez seja mesmo a minha distante infância chamando-me Foto e texto: Darlan M Cunha
pai ELVIRO, hoje, 89 anos - na foto, com minha mãe MARIA JOSÉ , 80 anos. (My father and my Mother). Aniversário / Cumpleaños / Birthday / Geburtstag CARTA AO PAI (1) Prezado Pai, Hoje, 24 de dezembro de 2011, você faz 89 anos, e eu me lembro da sua tez sempre fechada, sim, porque você é um homem calado, fechado, de uma honestidade quase inacreditável; mas, o que eu quero dizer, é que aqui estamos para uma modesta homenagem a você. Sim, você vai ganhar muitos presentes, e, acredite, eu fiquei pensando sobre o que eu poderia comprar para você, e eis que me lembrei dos seus pés inchados, e lhe comprei sete pares de lindas meias, ou seja, um par para cada dia da semana. Até porque você tem todos os outros confortos que uma família média do Brasil tem, e eu sei e você sabe que nós nunca nos esquecemos de quem tem menos – inclusive doar nosso sangue, que é O+, ou seja, o que o povo chama de 'sangue universal', nós doamos uma vez por ano. Bom, pai, deixe-me divagar:
O GRITO o grito solta as amarras do medo salvando de si certas sombras de um homem ou de uma mulher porque o grito tem dentes cravados numa resolução inabalável o grito se insurge contra o marasmo deitado nas entranhas, feito olho cego, ou de vidro, o grito quer lamber as botas da vitória porque sabe o caminho da derrota Texto e foto: Darlan M Cunha Sala de troféus do CAM - Clube Atlético Mineiro
ESCULTURA EM DESALINHO não me dês pequenas contrariedades, se me dou muito mais do que revolução com cravos na boca dos fuzis, e nos dentes de leão na lapela das jovens não te dês ao trabalho de me agraciares com nenhuma memória, ainda que enclausuradas em livros quero é a morte vinda do fundo de cada dedo, de cada triângulo ferroso, cada um deles torcendo e retorcendo o pescoço de uma inutilidade assim, tu agora já me sabes capaz de ditar bem o que abomino em ti e em mim, já sabes Foto e texto: Darlan M Cunha Escultura de AMÍLCAR DE CASTRO
BELO HORIZONTE, MG, Brasil: 114 anos. Parabéns / Feliz cumpleaños / Happy Birthday Conheça algo de BELO HORIZONTE, através da minha câmera (151 FOTOS) : https://picasaweb.google.com/darlan.in/BH Eu estou há tempos em BÊAGÁ ou BÊLÔ, que é como nós nomeamos esta criança poderosa, clara e de ruas e avenidas largas, largas porque ela foi a primeira capital programada do Brasil, em 1897 – tendo sido projetada para ter duzentos mil habitantes, o que, para a época, era muita coisa, até porque ninguém imaginaria que o mundo enlouqueceria de tal forma a ter cidades de dez, doze, quinze, dezessete, vinte milhões de habitantes (Ciudad del Mexico). Cada vez que eu voltava de viagem, parecia-me que ela tinha feito alguma estrepolia, tinha-se embelezado um pouco mais, mas de modo discreto, como convém a uma garota que se preze em alto estilo, sem perder a candura, sem perder as malícias. Pois bem, óbvio que fiz amizades, e também que amigas e amigos faleceram; que estive na inauguração
cair, enganar-se é típico de humanos, seja ele e ou ela do tipo psicológico extrovertido ou introvertido, errar é humano, como se diz, mas... errar sistemáticamente, ah, isto é a imbecilidade levada ao último grau, e os entendidos em mente humana, sabem disso. DMC
luz na calma da mão Estava deitado no velho sofá, em Rio Acima, nu, cinco horas da matina, bebendo um cafezinho, pensando outra vez na balbúrdia do mundo, na imensa imbecilidade humana, e então o mestre lembrou-se de uma pestinha, e ouviu a risada de sua sobrinha A..... de dois aninhos, e lembrou-se dela pegando em sua mão e dizendo: " Tí Dáãn, ó, cê i mêu pái num xabe cási nada, êu vô insiná, i eu vô levá cês i minha mãe lá ni Sabalá, na casa da vovó ", e só então o grande mestre riu deste mundo de analfabetos, de gente correndo atrás da morte. Ai ai, só bebendo uma taça de vinho tinto seco e beliscando umas jaboticabas lá de Sabará. Ah... e ai de mim, ai de nós, se não formos passear com a danadinha lá ni Sabalá. Ai de mim, de nós. Texto e foto: Darlan M Cunha
25a FESTA DA JABUTICABA -  3 e 4/12/2011- Sabará, MG, Brasil NEGRINHAS SESTROSAS Ó vida amargurada, não aguento mais, vou lá na vendinha tomar um pingão - ressoou a linda canção que alguém estava cantando num dos bares sabarenses, e o turista e a turista então acharam melhor seguirem o que a canção sugeria, e entraram para um licor de jabuticabas, geléia com pão, ah, o mundo é bom, sabe a jabuticaba, sabe a essas lustrosas e cheirosas negrinhas sabarenses fazendo a cabeça da gente, deixando em cada um e em cada uma uma sensação que só quem foi e provou é que sabe. ***** AQUI: www.sabara.mg.gov.br/site/noticias/23-turismo/685-sabara-... Texto e foto : Darlan M Cunha
  o canarinho Milton Sentimento os periquitos Zé e Ana DEZEMBRO dezembro está aí cobrando lugar na memória dos tempos, selvagem tendo sido a pele que cobriu seus antecessores, nascido urbano, ele logo saberá em que colete se meterá, saberá que para fazer de si algo maior do que simples recompensa de fim de ano, ou algo diferente de duas ou mais moedas no bolso da ilusão de cada pessoa e de cada empresa, terá que morder os próprios calcanhares, porque úmidos e sufocantes foram os outrros dezembros, sob gotas de chuva e de ácidos, mas este número doze terá de livrar-se de entulhos que cerceiam a raiz da fala que possa fazer com que ele entregue em pratos limpos e de mãos abertas o caminho para janeiro Foto e poema: Darlan M Cunha