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Mostrando postagens de maio, 2007
sestros, manias, hábitos, tiques... ODEIO TOSSIR Seja uma tosse de carraspana, asmática tosse ou tosse de fundo nervoso , seja oriunda das 400 delícias funerárias do cigarro, o fato é que não me deixo ficar tossegosa em parte e em hora nenhuma, a não ser nos meus momentos realmente pessoais, pois algo que não controlo cai sobre mim de tal forma que me faz odiar tossir. Pessoas há, é certo, que não suportam terem nariz adunco, cílios largos, bunda grande (calipígias), grandes pés ou trejeitos constantes num canto da boca, mas o meu tormento é a tosse. Ela me inquieta, me faz pôr as mãos nalguma roupa imaginária, me faz sorver depressa-com-cuidado o café e o vinho. Acho que não terei filhos - filhos tossem de madrugada, choram e obram obras de outro mundo. Nas madrugadas eu quero coisas prá lá de terrenais, justa sob o meu penhor de pele boa, igual a quem de si não quer se afastar. Não, evito as latitudes da Sombra e as longitudes do Silêncio, todos os nós com os quais se arma o tempo d
Nada entre ambos se fez assim sem uma queimadura na bunda, sem o teor de sal no canto da boca e na sola dos pés, fruto da angústia de uma e duas e outras noites sem nada mais a não ser os gritos de um gato qualquer na sala do mundo, de um grilo na varanda do universo. Ambos são assim: cabeçudos, plenos daquela ignorância que dilata as pupilas de tal forma que já não vêem nada, não sentem nada a não ser justamente o que temem: a Ausência. Mas a Ausência tem infinitas maneiras de se manifestar, entra nas pessoas e sai delas assim: sem dar maiores explicações. E ambos já sabem deveriam saber a que leva isso de se darem como mortos um para o outro.
Contos da minha casa - 3 EMPATIA SEDIMENTADA PELO COSTUME, À FORÇA OU POR INSTINTO ? Há muitos anos ela os acompanha com a maciez de seus passos, guiada pelos odores e o arrazoado da família. Estrela da vida inteira, estende-se nos lugares eleitos, e já nem dramatiza mais outra entrada elétrica de algum intruso ou vizinha, ou seja, fica na dela, embora antes concedesse a si mesma latidos assim meio desaforados aos incautos e às intrometidinhas. Diz-se que o tempo não se cansa, que ir é o melhor remédio – sim, eu disse ir . Embasado nisso, recolho fragmentos dela ainda nova, serelepe e quase tão estridente quanto papagaios nalgum quintal, ou putas na chuva, roubadas na madrugada (Caramba, que parâmetro fostes arranjar, criatura, para dizer algo assim acerca de uma cachorrinha poodle !). Pois é, quem não tem vaca, que se safe de algumas de suas difíceis injunções psicológicas com bicho outro qualquer. No caso desta família, coube-lhe o vezo ou a sorte ou ainda o acervo que co
DIZ Q UE FUI POR AÍ (Zé Kéti - H. Rocha)) Se alguém perguntar por mim Diz que fui por aí Levando um violão debaixo do braço Em qualquer esquina eu paro Em qualquer botequim eu entro E se houver motivo É mais um samba que eu faço Se quiserem saber se volto, diga que sim Mas só depois que a saudade se afastar de mim Só depois que a saudade se afastar de mim Tenho um violão para me acompanhar Tenho muitos amigos, eu sou popular Tenho a madrugada como companheira. A saudade me dói, o meu peito me rói Eu estou na cidade, eu estou na favela Eu estou por aí, sempre pensando nela. ***