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Mostrando postagens de agosto, 2012
  jabuticabeira sabará ( Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg) Sabará, MG, Brasil Tão comum quanto pipas no céu são as esquivas dos devedores e as mil acrobacias dos vendedores; mas, se anciãos ainda há que jogam bochas e damas, é porque isso é o que lhes resta, ou o que lhes cabe nessa vida de morte severina de tempos modernos feitos só para até os de trinta anos. Ora, quando as formigas esfregam as patinhas na cabeça, é sinal de alguma preocupação, é alguma tática de aviso ou de sinalização pré combate, ou é mera formalidade para cumprimentar uma formiga do mesmo nível social ? Voltemos às jabuticabas, pois entreter-se com tais negrinhas é de bom tom. Foto e texto: Darlan M Cunha
O GAROTO o garoto pedala num beco de casas brancas com portas e janelas azuis e pedras irregulares sobre as quais ele cai mas sorri e continua como que rumo ao céu da boca da mãe Foto e poema: Darlan M Cunha
Itabirito, MG, Brasil PLANO B Na cidade das sombras, o teatro rói as perdas, socorre-se nelas o otimismo ferrenho, porque nada o faz desistir desta espécie de giroscópio que, embora sombrio, é um estetoscópio com o qual se nota o que se sabe entre atores e atrizes: que em tais lugares a abstração não comove ninguém, e assim o circo e o teatro - ases que se querem com luzes sobre o bem e o mal -, às vezes, ambos se abstêm de aqui e ali se cumprirem, mas teimam e desancam fonemas nas escadarias da cidade só sombras, pura taquicardia de assombros saindo de algum improvisado plano b. Foto e poema: Darlan M Cunha
O OITAVO SELO Casa de areia e névoa estes últimos trinta e um dias, que a vida é breve, mas o recado de ontem seguirá com abas abertas, ou não, sobre o caminho que agora se abre e se estende com todas as suas incógnitas, e nenhuma certeza, a não ser a de que o final da primeira madrugada está calmo, andróginos vazam ruas, vindos de festa, vindas do Nada, criaturas da noite abraçam o cansaço, ao longe, uma dúvida, algo inespecífico não se desgruda da gente que entra neste oitavo selo já com ares de pão velho, de estrada batida por invasores de bíblia nas mãos, os ossos do ofício seguirão dando as cartas, doentes estão os ossos de todos os ofícios, porque trabalhar esse trabalho cansa - o trabalho de viver num trapézio, na corda bamba de um circo cada vez mais pegando fogo, todos los fuegos el fuego, todos los juegos devem ser jogados, a postos os perdedores e os ganhadores, sim, luz em agosto já se faz. Poema: Darlan M Cunha Foto: