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Mostrando postagens com o rótulo "Tânia Filippo"
DOCUMENTÁRIO O Sr. White – nome de colonizador e pele de nativo tem ele – nasceu e mora na boca das cataratas Vitória, no rio Zambeze. Tem pequena lavoura, não raro arrasada por secas devastadoras ou por semanas de chuva. Diz ele, num documentário, ter sete filhas, oito filhos e três esposas. Pois bem. Outras felicidades espero que o Sr. White conheça, de diferentes modos da sua. Ele, que sabe onde o Zambeze esconde seus peixes, tem um amigo na aldeia, de nome Edwin, artesão que faz “makoros” - grandes e esguias armadilhas para pegar peixes no turbulento e enorme rio. Josephat é ótimo pescador. Peixes secando. Aves comendo sal nos barrancos. A névoa engole o rio, mas mais tarde o sol queimará o algodão dependurado no céu. Arco íris lunares são comuns, como são comuns as risadas dos bichos que ninguém vê ao certo. Todos têm medo mortal dos hipopótamos. O Sr. White, cujo olho direito é coberto de névoa, ou seja, ele tem a sua própria catarata, contempla o
CERTOS DIAS & OS OUTROS DIAS Há dias que ficam tão dentro da gente que não há como esquecê-los, sendo que pode até mesmo acontecer de se tornarem faca de dois gumes, pelo fato de chegarem ao ponto de nos incomodar e prejudicar porque, a partir deles, todos os outros devem ser confrontados, de uma forma ou de outra. Esses tipos de dias, menos comuns, senão raros, falam alto, falam linguagem de solidão, por paradoxal que possa parecer, de solidão, não obstante evocarem só coisas boas como um passeio sem igual, uma resolução pessoal definitiva, enfim, algo verdadeiramente extra, cabal (pra mim, basta um dia, um meio dia).  Os Trabalhos e Os Dias é a famosa obra do grego Hesíodo (cerca de 700 a.C), no qual ele narra suas pendências com o único irmão, Perses, sobre o pequeno terreno que o pobre pai lhes deixara de herança. Sim, todos temos os nossos trabalhos, os dias azuis ou cinzentos. Assim é que nada mais desejável do que guardar sob sete chaves um passeio memorável,
IDÉIAS, VISÕES, DELÍRIOS, MIRAGENS Aquele torpor ou ilusão talvez nem tenha mesmo existido (licença para dois), pois o corpo que ao lado estava: tinha ou não tinha uma tatuagem ? Poema: DARLAN M CUNHA Foto: TÂNIA FILIPPO
                COM LICENÇA POÉTICA Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombetas, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou tão feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos (dor não é amargura). Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou. ADÉLIA PRADO. Bagagem. ***** Tela: TÂNIA FILIPPO