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Mostrando postagens de abril, 2008

ANESTESIA SOCIAL, COMA GERAL, O CRIME COMO CATARSE

Há tempos, todos estão sob um sopor enorme, anestesiados, presos a tanta pequenez que é difícil projetar o quão mais fundo no lodaçal se poderá ir, pois tudo é pressa de ganho, pavor de perder o relógio (mas não o Tempo), e me lembro do compositor dizendo que “meu tempo é hoje”. Mortes violentas, pavorosas, são parte e totalidade do cotidiano geral, pois a cidade é suicidade, monstrópole, campo de tiro ao alvo, fuga e refugo laboratoriais, palco das nuanças mais díspares sabendo a morte. Levantado do chão não há como ser, se morta a esperança. Quando se joga alguém de um prédio, corrobora-se qual sistema: o límbico ? o econômico ? o sistema nervoso central que chegou ao limite ? O que cai de um prédio, junto com alguém: a mísera fé judaico-cristã ? a pífia arquitontura muçulmana ? o idioma putrefato da psicologia clínica ? os fios e tramas dos modistas ? Pode-se comprar testemunhos falsos numa feira qualquer, mas o que há no acervo teu, no do outro, no geral, que ainda não se tenha vis
CANHOTO DA PARAÍBA (1926-2008) VAI, AMIGO, SER CANHOTO NA VIDA Mais de uma vez comentei sobre o cidadão absolutamente acima do comum, chamado carinhosamente de CANHOTO DA PARAÍBA, nalgumas páginas na Internet, como o extinto blog PALIAVANA (hoje, PALIAVANA4.blogspot.com), e o também extinto sítio no Multiply (hoje, AEIOUAR.Multiply.com). Foram postagens com fotos, dados pessoais e até mesmo disponibilizando algumas músicas dele, com ele ou com o excelente violonista Fernando Caneca, bem como uma gravação dele com o precocemente falecido violonista carioca Raphael Rabello (1962-95). Mestre naquilo que em todo o mundo se considera "o violão brasileiro", ou "o jeito brasileiro de se tocar violão", com suas técnicas infindáveis, seus macetes mil, suas sem-vergonhices tão por todos apreciadas, sim, porque é um tal de passar as mãos no corpo escultural do violão, que não há quem não note no violonista de boa cepa uma tendência inenarrável para o amor às boas
ANTOLOGIA DE ALGUNS ENGANOS A tantos escudos tornar-se afeito, por tantos desnudos tomar outros eitos e, talvez, trejeitos com todo o cuidado levar as mãos aos seios, à boca, ao sexo, ao peixe deitado no aquário, sim de tanta fome corroída pela sede maior de se querer dentro das coisas e das gentes é que monto vigília a estes ladrilhos e desmonto a quadrilha que sobre tu e sobre mim já se fazia raiz. (DMC) Auto-retrato com a musa 3 quem amo tem cabelos castanhos e castanhos os olhos, o nariz direito, a boca doce. em mais ninguém conheço tal porte do pescoço nem tão esguias mãos com aro de safira, nem tanta luz tão húmida que sai do seu olhar, nem riso tão contente, contido e comovente, nem tão discretos gestos, nem corpo tão macio quem amo tem feições de uma beleza grave e música na alma flutua nas volutas de um madrigal antigo em ondas de ternura. é quando eu sinto a musa pousando no meu ombro sua cabeça, assim me enredo horas a
Vamos ao Desconhecido, novos medos inventaremos, talvez até alguma Luziânia (dmc) SUMAIMANA (excertos) sem portulano de aviso nem rota de margaridas teu passo chegou certeiro ao lugar que te cabia e em meio à gente das velas, na festa de Sagres, era teu rosto o que mais me comovia [...] se a luz de açúcar transborda pelos beirais, é que joão está beijando letícia e seu braço acorda o rumo dos girassóis. [...] no passo em que o vento carrega suas águas, tigres, de seda, indícios de floresta penetramos [...] e por mais que o homem se aparte dos arcos que o outro salta, lavra o lobo seu encanto e ainda que adernem joelhos pedro paulo joão e alice, não mais que nós roemos deus com agudíssimos dentes [...] REGINA CÉLIA COLÔNIA. Sumaimana. INL / Livraria Francisco Alves. RJ.1974 ***** Há muitos anos adquiri este livro de timbre único, de exce
De mar em mar, às raias do Nada fui dar. La utopía impuesta Escrito por: Yoani Sanchez en General , Abril,10,2008 Habito una utopía que no es mía. Ante ella, mis abuelos se persignaron y mis padres entregaron sus mejores años. Yo, la llevo sobre los hombros sin poder sacudírmela. Algunos que no la viven intentan convencerme –a distancia- que debo conservarla. Sin embargo, resulta enajenante vivir una ilusión ajena, cargar con el peso de lo que otros soñaron. A los que me impusieron –sin consultarme- este espejismo, quiero advertirles, desde ahora, que no pienso heredárselo a mis hijos. *: Yoani Sánchez é cubana, filóloga. Seu blog GENERACIÓN Y é muito visitado. Tem sumo. *** DOCE AMARGO Os ontens - todos - já se foram. Apaga, rápido, a luz. Breve será o abraço, mas o bastante para que frema um último instante. Não receies. Passa
WHERE THE CRITICS LIKE TO BE. OS ATIVISTAS Assentada no meu colo a hipocrisia faz total zoeira na insônia dos outros, de outro mundo ela é e ajeita-se comigo ( igual e diferente a barlavento, nosso barco não encomenda mitologias, mas faz com que subam a bordo, espontâneamente, ou não, os peixes ), assim sentada no meu solo de clarineta, ela, a detenta de si, a hipocrisia gira os traços sempre rumo ao além-lá do que podem os homens comuns que com ela querem safar-se deste cotidiano desgraçado ( o deles, não o nosso ), e assim reescutamos o palhaço, de egberto gismonti, e novamente reencetamos o andar e refazemos a lona do nosso inigualável circo cheio de feras-só-feras-ferazes e ferinas, palavras, sim engarranchada no meu dorso a hipocrisia vaza constituintes e núcleos evangélicos, de outros mundos ela faz gírias e bordados de risco, questão de peso & medida, ela me morde a língua e me causa pirexia ( sabem como é, né ? ) e