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Mostrando postagens com o rótulo Dia do Músico
Não consigo escrever ouvindo música, porque nem um fiapo de concentração aparece, pelo que só me resta esquecer dos sustenidos maiores e do ré bemol, enfim, da melodia. Nunca saberei se gostar de literatura me salvou de alguma coisa, e de quê, se de algum caminho de perdição que não este no qual estou, de papo pro ar, embora com uma apreensão em cada poro. Nem mesmo a minha psicanálise me revela nada a respeito disso, pelo que a música, a sensação de ouvir música, é mesmo, para dizer pouco, inextrincável. É sabido, por muito poucos, que João Cabral não tinha absolutamente nenhum elo ou eco ou afeição pela musa, ela não entrava nos seus enleios, de tal forma que nos trilhões de sinapses do seu cérebro parecia não haver o mínimo teor de reconhecimento para com ela, sim, era completamente cego, surdo, mudo. Realista na poesia, minimal, enveredou por apreciar principalmente a pintura de Joan Miró, capaz de anular outono ou inverno psíquico, plena de alusões no   apelo multi