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Mostrando postagens de outubro, 2008
THE CATCHER IN THE RYE Sei que a sina de uns é, simplesmente, roubar tempo aos outros; ao passo que o rumo de outros é não ser mais que uma casca de banana num passeio público. É isso o que se vê nas escolas e nas profissões para as quais és enviado. Não, não me dou com a gola da camisa levantada, mesmo no frio tão comum entre as gentes, e vivo nesta cidade igual a todas do passado e do presente, e nada me garante que as do futuro serão diferentes - onde houver gente, cabeças rolarão, migalhas comprarão corpos e mentes. Não, meu nome não é Caufield. Eu não tenho nome, nem casa, nem data nenhuma no meu currículo... nada disso tão comum, até genético, nas pessoas. Há museu da pessoa, há museu da aviação, mas eu não ligo nem mesmo para os eventuais museus ou feiras futuristas. DMC
TRABALHA SEM QUEBRAR A DISCIPLINA DO SILÊNCIO . RESÍDUOS Já os contaste na gola do casaco que te abriga do clima e põem sobre a tua silhueta quiçá um tom de excelência diverso daquele que tens quando a sós, ou quando cerrada a porta da casa ? Já se disse por aí que a gente não morre - fica encantada, mas aqui, entre estes escombros mais além do literário, de onde o pássaro vejo bicando o barro dos dias, penso diferente disso, de ti, de quem me cerca, de mim. DMC Foto: João-de-barro: DENIZE & MIRO BATISTA
ARTÉRIAS & CATETER DESCONHECIDOS DE TODOS OS DIAS A gente os vê todos os dias, sempre os mesmos, sempre diferentes em suas mesmices de favas contadas e tiques nervosos atravessados na suicidade ou monstrópole onde a gente se esquece dos elos necessários para que a ponte não desabe, o jardim não seque, e a noção de amizade nunca se dilua, sim, os desconhecidos nos conhecem de sobejo, sabem onde pegar e apertar, sob que cláusulas abrandar o nó no pescoço há tempos sob mando destes pequenos desgraçados (acontece isso com quem fala muito: ouvir mar onde mar não há, e isso tem nome: “acusma”, sintoma de distúrbio psíquico). Os desconhecidos não têm nome, nem contrato social algum contigo, nada neles é do teu conhecimento, e mesmo assim vem uma empatia entre as partes, atraídos por algo que o Outro parece ter superado, mas é engano, somos duplos, sim, a realidade é que os desconhecidos somos nós mesmos vivendo tempos diferentes, vivendo ego mas pensando