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Mostrando postagens com o rótulo poema
elmos Quando se tem mais um dia, deve-se empedrar ou liberar a entrada à opção escolhida, testando a casa contra rajadas de medo e ódio sem dar trégua à ditadura do Não, anular o convívio com a incerteza, sem panos quentes, sem sonhar em apreender nada à distância, porque o Homem é isto que se tem ou que se vê: gastos inúteis de energia, o abraço difícil e o beijo insosso a razão pelo ralo levando consigo o dia. ***** DARLAN M CUNHA  
Paisagem vista do bairro Belvedere - BELO HORIZONTE, MG *** O temor tem a nossa mesma idade  mantida nas veias sensíveis a toques de amargura, pelo que não se ature falsos ganhos, que este risco é dúbio: ou varia conforme a tara do caminhão ou se mantém alheio e até avesso as mil e uma pragas do Livro do Sim do Crivo do Não, mas o temor não perde essência. Foto e poema: Darlan M Cunha *****
Buritis, BH, MG ***** ISSO FAZ MUITA DIFERENÇA No norte as coisas são vistas como devem ser, não como são, o implícito e o explícito no mesmo vaso, medrando, a mesma cantilena no sul do mundo, a mesma ideologia no leste e uma igual idiossincrasia no oeste, com todos os lados cientes de que uma solidão entende outra e assim a eternidade só existe pela renovação de águas e dragas. *** foto e poema: Darlan M Cunha
  ***** O que segura um homem no mundo no alto ou no fundo à beira de si mesmo o rabo preso e a tez cerrada evitando que lhe seja a conta fechada ? O que não se dá a ele o suficiente e que tanta falta lhe faz a ponto de deixá-lo dormente mas nada confessa de volta à casa, ao ponto azul do gás ? ***** foto e poema : Darlan M Cunha
La chiquita piconera. Julio Romero de Torres (Esp.) *** Com temp o claro ou no breu, mesmo que não estejas bastando-te a ti mesmo, o sentimento vai por aí, à destra e à sinistra, em círculos, vai a esmo transcendendo a própria proc ura, porque o sentimento é isto que se vê: capaz de em tudo crer, de tudo descrer. poema: Darlan M Cunha
cama de faquir *  Homem deitado à maneira faquir já nem homem é, embora pareça convidar os transeuntes a vê-lo de dentro da multidão rondando feito piorra a ossada estendida na cama de pregos, feito faca só lâmina expondo seu dilema, pois o mundo tem muitas faces todas elas bem presas a limites ou a antíteses cujos degraus mensuram o esforço e a apatia; e assim há dervixes e faquires astronautas e ladrões e emires, porque a cidade é larga e vive de tributos por encomendar lutos, pelo que enquanto uma laranja escorre dos dedos da manhã a ossada, viva, continua em transe, alheia ao humo a boca do escárnio, alheio a fotos o rosto do espasmo,  ciente de que haverá cama para todos cedo ou tarde todos serão faquires e o mago parece sorrir para uma flor amenizando-lhe o rude travesseiro.   O visitante afasta-se, mensageiro. Foto e poema: Darlan M Cunha
  Carlos Bracher - Paisagem com casa de Cláudio Manoel Paisagem com casas   É natural que vítimas e algozes se unam como se unem o fim  de uma estação ao início de outra feito diaristas num lençol comum. Assim, não urdindo outra coisa que não o pasmo geral na aldeia emparedada pelo lado místico do silêncio (vale ou não vale ouro a delação ?), algozes e vítimas seguem o prumo da dúvida, e certamente tais paralelas haverão de se encontrar. poema: Darlan M Cunha