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Mostrando postagens de abril, 2010
S S SAL Na calma da manhã as aves ainda em seu conluio, lá fora os entraves do dia saltam poças  de água e sangue, pois é na rua  que as coisas  acontecem,  na calma ou no areal  das mãos revoltas as coisas  acontecem - ou se salvam ou se degradam. Poema: Darlan M Cunha Foto: Orlando Luis Pardo Lazo - http://www.desdecuba.com/generaciony/
ABRIL DA CORAL cores tantas cores no lânguido corpo da cobra coral ali num tronco qualquer no chão do mundo confundida ela está e os seus olhinhos brilham de prazer com os raios de sol e as fatias de sombra sobre ela que se fia na sua mímese e na simbiose e noutros truques que a coroa maior da vida exije, e assim a sobrevivência lhe dê chances de logo que possível ou logo que seja necessário ela executar de novo a dança das presas: dança de vida e morte que seu veneno fatal pode, mas, antes, ela descansa e me deixa em paz, a apreciar suas cores em rodelas, pura matemática, puro aviso de quem faz suas próprias contas, sim, pintura rubra negra e branca, a cobrinha sabe de si, sabe que seu espaço dimunui, que as águas estão secando rápida- mente, não ná mais onde esconder-se de mim, de ti, das bombas e queimadas, das imobiliárias, de deus e nem mesmo do diabo que não a criou, natural que ela é em seu medo de todos Poema: DARLAN M CUNHA Foto: alfas.cap.ufrgs.br
ABRIL DOIDO Em abril, a Idéia se dobra e se desdobra sobre o tempo perdido, cruzando colinas e riachos, saturada de sol e sal, ajeita o gorro, reenche o cachimbo e põe fogo na mata da imaginação, e logo saltam do forno imaginário os primeiros assados, estalos de colheita só possível em abril, espremida entre as águas de março e a própria incógnita de como entregar a maio os ossos ainda quentes, talvez não inteiros, do seu ofício, sua herança que, em abril, já se atrasa no riso, malha seus riscos. Poema: Darlan M Cunha Imagem trazida do site MUSEU DA PESSOA