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Mostrando postagens de setembro, 2006
foi uma sensação sem punhos, sem lábios, indício algum de ter existido Quando será que na ocidental sociedade (porque nas outras sociedades, parece, este é um caso perdido, sim, pois nos fazem vê-las, a elas, como casos perdidos. Há sociedades em que as mulheres não têm nem mesmo um nome), repito : quando será que as mulheres não perderão seu nome de solteira após casarem-se - a não ser que o queiram perder, por livre e espontânea vontade, e não pelo arraigado costume de se reconhecer mais esta submissão a que foram e ainda são submetidas perante os homens, costume este que continua roendo-lhes os dias e vazando-lhes as noites ? (DMC) ****** Poema de Astrid Cabral (1936- , Brasil) O FOGO Juntos urdimos a noite mais seu manto de trevas quando as paredes recuam discretas em horizontes de além-cama e num espaço de altiplano rolamos nossos corpos bravios de animais sem coleira e juntos acendemos o dia em cachoeiras de luz com as centelhas que nós seres primitivos forjamos com a pedra las

OUTRA LUZ TE LEVA PELO BRAÇO, MÃE

Todas as curvaturas da Natureza sendo apenas um traço teu. Ficam comigo e com muita gente mais, minha Mãe, a tua candura e o teu silêncio cheio de fervor nos dias chuvosos; fica o tempero escorrendo pelas fibras do talharim, no queixo de uma filha tão esperta quanto o 'lôro' da vizinhança, sempre agarrado ao barulho mais comum das casas, sim, ficam comigo os teus anseios, Mãe, aquelas jóias sempre caindo da tua testa cheia de rubis, esmeraldas, turmalinas e diamantes, cheia daquilo a que todos nós nos acostumamos chamar de suor, pois eram jóias as tuas gotas de suor e as lágrimas que tu vertias nas madrugadas em que te levantavas para dar-nos outro beijo e ajeitar-nos o cobertor, eram jóias inenarráveis todas aquelas estrelas que tu fazias nos biscoitos, aquela tua fala toda bordada com um tipo de material jamais pressentido pelos pobres deuses e deusas, e assim os anos iam moldando os nossos haveres e deveres, e tu sempre a mesma, Mãe : severa, mas era a mais pura mentira
Talvez lhes falte sal, sono, um repto maior que a morte Garbos constantemente incitava Judas contra mim. Aos poucos, o animal deve ter chegado à conclusão de que eu era o seu pior inimigo. A simples visão de minha pessoa era suficiente para fazê-lo eriçar-se como um porco-espinho. Seus olhos tornavam-se injetados, o focinho e a boca tremiam, e escorria espuma por dentre os seus colmilhos ameaçadores. Precipitava-se sobre mim com tamanho ímpeto que eu receava vê-lo romper a coleira de ferro que o mantinha seguro, embora ao mesmo tempo ansiasse por que ela o enforcasse. Constatando a fúria do animal e o meu próprio temor, Garbos costumava às vezes soltar Judas e, mantendo-o apenas pela coleira, fazê-lo imprensar-me contra a parede. A bocarra rosnante, espumante, estava a apenas algumas polegadas de minha garganta, e o corpo possante do animal estremecia de fúria selvagem. Por pouco se engasgava, espumando e cuspindo, enquanto seu dono incitava-o com ordens ásperas e incitações brutais.
Canhoto da Paraíba (o violão brasileiro tocado pelo avesso) AS A LIVE THING The guitar is the most-played musical instrument in the world. Here, there and everywhere. Canhoto da Paraíba is a master of the brazilian music. ****** DISSERAM: "Intento atrapar las cosas más lejanas..." (Maitena, cartunista argentina) "São complicadas as emoções de quem sofre abuso sexual." (Teri Hatcher, atriz, EUA) "E um incêndio amarelo e provisório incendiou o coração." (Egberto Gismonti, músico Brasil) "Isso é o que caracteriza um escritor, né ? Ele vê ângulos característicos numa história." (Moacyr Scliar, escritor, Brasil) ****** Poesia de Darlan O pensamento magoa os feixes que atam o que de melhor se pode ter, e por isso não se peja de jogar pedras nem de devorar a carne da semântica a dizer-nos o que não queremos e a cobrar-nos juros tecendo sombras e limo na construção dentro da qual tu ardes ante alguma passagem. ****** Ca