CASO PROCURE VIDROS PARTIDOS Não atravesse o rio para vir a este lugar, se sem outra causa que não a de inteirar-se do caráter dessa casa onde a faca vive em atrito com a pedra, até porque os peixes a ela não se negam. Eis a criatura sem nome de fama, presa ao silêncio ainda crescendo na casa na qual se está em paz, pés limpos, ela pede que ninguém atravesse o rio em busca de vidros ou beijos partidos, porque ela vive entre algo bem mais ancho do que um e outro suspiro de futura, certeira amargura. Poema e foto : Darlan M Cunha