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Mostrando postagens com o rótulo paliavana4
elmos Quando se tem mais um dia, deve-se empedrar ou liberar a entrada à opção escolhida, testando a casa contra rajadas de medo e ódio sem dar trégua à ditadura do Não, anular o convívio com a incerteza, sem panos quentes, sem sonhar em apreender nada à distância, porque o Homem é isto que se tem ou que se vê: gastos inúteis de energia, o abraço difícil e o beijo insosso a razão pelo ralo levando consigo o dia. ***** DARLAN M CUNHA  
O mesmo de ontem, mas diferente. *****   1.      O que há de desnaturado no verbo somar, ainda que ao somar ele carregue consigo o verbo subtrair ? Ora, isto é natural, sempre foi, é e será. Alguém sempre perde algo no jogo: cesto, tijolo, bicicleta, a casa). Ó, quanto há de sombrio em certos sorrisos e certos apertos de mão ? Isto só se sabe depois que o rastilho de pólvora chega ao fim. 2.       Dominus vobiscum. Um dia - já era madrugada - eu e o amigo e vizinho voltávamos da balada, quando de repente Deus saltou à nossa frente e, sem sequer me notar, pregou-nos o óbvio, qual seja, um tenebroso, melancólico e enjoativo sermão, pelo que nos fizemos de desentendidos, deixando-o estático no passeio público. O sermão durou uma eternidade. Nem sei onde ele dormiu - talvez no hotel central ou na pensão da Dona Cacilda, os únicos lugares para isto nesta aldeia. 3.       Na sexta-feira santa do ano passado, eu e o meu amigo e vizinho estávamos em casa, beben
Hospital Eduardo de Menezes - Belo Horizonte / Contagem, MG ***** A solidão se dá conforme o número  de homens e mulheres, intrínseca e intransferível cada qual com a sua - eis a sina da solidão esta solidez que nos abraça sem iludir e assim, bem ou mal medidos, continuamos nossos atritos, quem sabe até nos tornarmos seixos. Foto e texto: Darlan M Cunha
Paisagem vista do bairro Belvedere - BELO HORIZONTE, MG *** O temor tem a nossa mesma idade  mantida nas veias sensíveis a toques de amargura, pelo que não se ature falsos ganhos, que este risco é dúbio: ou varia conforme a tara do caminhão ou se mantém alheio e até avesso as mil e uma pragas do Livro do Sim do Crivo do Não, mas o temor não perde essência. Foto e poema: Darlan M Cunha *****
Buritis, BH, MG ***** ISSO FAZ MUITA DIFERENÇA No norte as coisas são vistas como devem ser, não como são, o implícito e o explícito no mesmo vaso, medrando, a mesma cantilena no sul do mundo, a mesma ideologia no leste e uma igual idiossincrasia no oeste, com todos os lados cientes de que uma solidão entende outra e assim a eternidade só existe pela renovação de águas e dragas. *** foto e poema: Darlan M Cunha
  ***** O que segura um homem no mundo no alto ou no fundo à beira de si mesmo o rabo preso e a tez cerrada evitando que lhe seja a conta fechada ? O que não se dá a ele o suficiente e que tanta falta lhe faz a ponto de deixá-lo dormente mas nada confessa de volta à casa, ao ponto azul do gás ? ***** foto e poema : Darlan M Cunha
La chiquita piconera. Julio Romero de Torres (Esp.) *** Com temp o claro ou no breu, mesmo que não estejas bastando-te a ti mesmo, o sentimento vai por aí, à destra e à sinistra, em círculos, vai a esmo transcendendo a própria proc ura, porque o sentimento é isto que se vê: capaz de em tudo crer, de tudo descrer. poema: Darlan M Cunha
Embed from Getty Images                                                       ***       O silêncio vive condenado aos decibéis dos condomínios, com suas pragas e imprecações, rock, tapas, sexo furtivo pelos corredores, uma anatomia do descaso nos varais improvisados, o mundo do silêncio nos elevadores, enfim, o sono inexistente dos ilustres anônimos - os condônimos. *** Texto: Darlan M Cunha Imagem: Arnd Gewald // GettyImage s
***      Certa vez, quando o amor e o ódio já tinham entrado na poesia e na música, até porque ambos - amor e ódio - nasceram com o Homem, sendo que muita coisa estava e ainda está por ser feita, eu bebia uma cerveja e mastigava uma linguicinha, sossegado, quando me voltou a ideia que havia muito tempo estava comigo, um trabalho que eu estava devendo: escrever algo sobre o Clube da Esquina, um pequeno apanhado sobre algumas canções. Eu estava no Bar da Lolosa, em Rio Acima, MG, um barzinho de bambu, humilde e bom de se estar, e a criançada zanzando pra lá e pra cá, à beira do campinho de futebol, e uma garotinha disse aos amiguinhos e amiguinhas que depois ela ia "lá no Cube (Cube), com os pais". Foi a conta. Minha cabeça estalou, e ali mesmo escrevi oito textos, e voltei depressa para BH. Em uma semana o livro estava pronto. Ficara anos dentro de mim, até que, de repente, explodiu. *** Foto e texto: Darlan M Cunha
  Viajar é mais - diz a canção  *      Os chineses dizem que a mais longa caminhada começa com o primeiro passo, e creio nisso, porque ainda tenho algo da visão de tempos atrás, ciente de que são demais os perigos desta vida, atoleiros sem fim, mangues, névoas morais atormentando durante 25 horas por dia, enfim, tempestades de areia e de gente a dois passos da errância final, o diabo sobre a colina, the fool on the hill, espasmos pela falta de ar, falta sangue, o aparelho de hemodiálise está sem valia, algo paralisados os homens e as mulheres, dominados pela vontade de irem a outras paragens, mas o mundo é pequeno, não havendo onde se meter, só resta jogar os calcanhotos nas estradas. * foto e texto: Darlan M Cunha
alho // ajo  // garlic *      Na praça do óleo, em Betim, MG, sentei-me para beber uma cerveja, e muito bem fiquei por lá, pensando no nome da praça, em sua razão de ser, após ter sido advertido de que o lugar tinha e tem tal nome devido a que já existia ali uma árvore de nome pau d'óleo, e que tropeiros, vindos de várias propriedades ou ermos, vinham vender, comprar ou fazer trocas (escambo) por ali. Isso já faz muito tempo - a cerveja que bebi por lá, e ainda mais tempo faz que passou o tempo dos tropeiros fazendo escambo entre a cruz e a espada, debaixo de chuva e de sol. Enfim, segundo li aqui , consta que neste lugar havia um Pau D' Óleo onde o povo se reunia para contar histórias, fazer missas campais e bater papo.                                                                          * Foto e texto: Darlan M Cunha em  itálico: Cicero Clarindo (TimBeta)
Homem infinito. Braga Tepi (1972). * Muitos vão ao contrário pela vida como quem viaja numa poltrona ao contrário num trem, alheio ao fato real ou não de que não há nada anormal por trás de uma porta ou num cérebro, mas algum (fi)asco modula o clima geral. À parte isso, diz a escultura, diz o homem à parte isso, não tenho nenhum sonho nenhuma abstração me comove ; e assim não sendo duna, permaneço firme no mesmo lugar, isento de sonhar. *  poema: Darlan M Cunha imagem encontrada e trazida de Peregrina Cultural   https://peregrinacultural.wordpress.com/