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Mostrando postagens com o rótulo música
***      Certa vez, quando o amor e o ódio já tinham entrado na poesia e na música, até porque ambos - amor e ódio - nasceram com o Homem, sendo que muita coisa estava e ainda está por ser feita, eu bebia uma cerveja e mastigava uma linguicinha, sossegado, quando me voltou a ideia que havia muito tempo estava comigo, um trabalho que eu estava devendo: escrever algo sobre o Clube da Esquina, um pequeno apanhado sobre algumas canções. Eu estava no Bar da Lolosa, em Rio Acima, MG, um barzinho de bambu, humilde e bom de se estar, e a criançada zanzando pra lá e pra cá, à beira do campinho de futebol, e uma garotinha disse aos amiguinhos e amiguinhas que depois ela ia "lá no Cube (Cube), com os pais". Foi a conta. Minha cabeça estalou, e ali mesmo escrevi oito textos, e voltei depressa para BH. Em uma semana o livro estava pronto. Ficara anos dentro de mim, até que, de repente, explodiu. *** Foto e texto: Darlan M Cunha
  Viajar é mais - diz a canção  *      Os chineses dizem que a mais longa caminhada começa com o primeiro passo, e creio nisso, porque ainda tenho algo da visão de tempos atrás, ciente de que são demais os perigos desta vida, atoleiros sem fim, mangues, névoas morais atormentando durante 25 horas por dia, enfim, tempestades de areia e de gente a dois passos da errância final, o diabo sobre a colina, the fool on the hill, espasmos pela falta de ar, falta sangue, o aparelho de hemodiálise está sem valia, algo paralisados os homens e as mulheres, dominados pela vontade de irem a outras paragens, mas o mundo é pequeno, não havendo onde se meter, só resta jogar os calcanhotos nas estradas. * foto e texto: Darlan M Cunha
SOM ANDINO          O maestro disse para não subestimar o poder da música, que não há mesmo como fugir de seu enleio, embora haja quem a ela seja indiferente, sim, há muitos doentes graves e até irreversíveis em todo o mundo. Nem mesmo no meio do inferno constante de oitenta decibéis, do calor natural, e do das máquinas, nem mesmo sob o fluxo da mãe da sociedade moderna, que é a pressa, escapa-se de parar um pouco para ouvir alguém numa das mil esquinas do inferno, e talvez com isso se sentir ainda vivo, ainda não de todo na lama, alguém prestável, e ainda não imprestável. Foto e texto: Darlan M Cunha
AVANTE O compositor e cantor português Sérgio Godinho tem uma longa e respeitada trajetória na música de seu país, sendo por isso mesmo muito querido por todos. Assim como alguns artistas de várias áreas (portanto, nem todos), ele viveu e passou de maneira íntegra pelos anos negros da ditadura salazarista (presidente António de Oliveira Salazar, 1933-74 ). Ele tem muito bom relacionamento com músicos brasileiros . Suas longas e bem elaboradas letras refletem um cotidiano elevado, de inflexões filosóficas em que é facilmente perceptível a angústia de quem vê . Eis aqui uma de suas letras: O PASSADO É UM PAÍS DISTANTE O passado é um país distante que distante é a sombra da voz o passado é a verdade contada por outro de nós Estranho som o da memória a recordar ao longe reconheço a casa e a língua familiar estranho, o som da língua na frase familiar o mar galgou numa outra língua, o mar nunca será demais lembrar é um outro
DAS PERDAS, SÓ SABER QUE EXISTEM - INCLUSIVE O CÉU. (DMC) ***** BOBAGEM (Maria do Céu Whitaker Poças) Minha beleza não é efêmera Como que eu vejo em bancas por aí Minha natureza é mais que estampa É um belo samba Que ainda está por vir Bobagem pouca - besteira Recíproca Nula - A gente espera Mero incidente - Corriqueiro Ser mulher - A vida inteira Minha beleza não é efêmera Como que eu vejo em bancas por aí Minha natureza é mais que estampa É um belo samba Que ainda está por vir É um belo samba Que ainda está por vir ***** Esta garota tem uma visão bem acessível da vida, suas letras não deturpam o cotidiano, nada esfolham, sem serem cruas, menos ainda banais. Sua linha melódica é serena, nada tendo de espalhafato. (DMC) ***** Mais CÉU: 1. http://g1.globo.com/Noticias/Musica/0,,MUL24794-7085,00.html 2. http://www.gafieiras.com.br/Display.php?Area=Noticias&SubArea=Noticias&ID=843&Month=11&Year=2005&css = 3. http://www.artistdirect.com/nad/store/artist/album/0,,4
CANHOTO DA PARAÍBA (1926-2008) VAI, AMIGO, SER CANHOTO NA VIDA Mais de uma vez comentei sobre o cidadão absolutamente acima do comum, chamado carinhosamente de CANHOTO DA PARAÍBA, nalgumas páginas na Internet, como o extinto blog PALIAVANA (hoje, PALIAVANA4.blogspot.com), e o também extinto sítio no Multiply (hoje, AEIOUAR.Multiply.com). Foram postagens com fotos, dados pessoais e até mesmo disponibilizando algumas músicas dele, com ele ou com o excelente violonista Fernando Caneca, bem como uma gravação dele com o precocemente falecido violonista carioca Raphael Rabello (1962-95). Mestre naquilo que em todo o mundo se considera "o violão brasileiro", ou "o jeito brasileiro de se tocar violão", com suas técnicas infindáveis, seus macetes mil, suas sem-vergonhices tão por todos apreciadas, sim, porque é um tal de passar as mãos no corpo escultural do violão, que não há quem não note no violonista de boa cepa uma tendência inenarrável para o amor às boas