Pular para o conteúdo principal

Postagens

A LAVRA: FOGO refutando com palavras (por que não com atos violentos?), lavras de fogo e água de beber (envenenada), se causam espécie nos mais e nos menos favorecidos, melhor é tirar proveito do silêncio, arguindo no proscênio das ruas a omissão ferrenha das leis, a ablução diária numa pia com água suja - que o poema sujo da água é a sede Foto e poema: Darlan M Cunha
O RATO DE BOTAS resisitir a este ofício meretrício é fava mal contada que se desconta da letra morta  da leviandade, letra de próprio punho  é a necessidade postada numa esquina onde uma antiga porta de joalheria dá acesso ao rubi do momento e talvez também de amanhã, e assim o rato de botas sobe os degraus de sua alegria mesclada com tristeza crônica lá fora, a cidade e suas armadilhas para ratos e gatos Foto e poema: Darlan M Cunha
ESCULTURA (Aeroporto de Confins // BH, MG, Brasil) DONA CHUVA Enfim, após temporada memorável, porque desastrosa, sem igual, Dona Chuva foi a outras paragens, desandar lágrimas noutros páramos, criar pátina noutros monumentos, noutros museus, no telhado de outras igrejas e hospitais, lojas e repartições públicas, sem falar no mofo e no descascado que deixou por aqui, nesta casa de onde vejo duas ruas do mundo – agora cheias de ouro matinal. Enfim, num dia em que estava especialmente absorto, sentado à beira do mundo, vendo e ouvindo o rio das velhas levar troncos e pensamentos, estava especialmente cheio de desânimo, mas recolhi uma lágrima da chuva com o teu semblante nela: sinal de sol à vista. Foto e texto: Darlan M Cunha
  Alberto Santos Dumont (Aeroporto de Confins //BH - MG, Brasil)   AÉREO vive em seu labirinto o inventor, metido em seus parafusos, avesso ao barulho do mundo, carrega nos ombros uma pergunta ainda não respondida, sempre alerta, mesmo quando dorme, mesmo sob insônia, o inventor sente asas nas mãos, trabalha e retrabalha nelas, até que outros possam também ter asas nas mãos e nos pés Foto e poema: Darlan M Cunha
Igreja de Santana, Rio Vermelho. SALVADOR, BAHIA, BRASIL. BAHIA COM Fazia muito tempo que eu não ia à Bahia, muito tempo mesmo. Aceitei um convite, rezei ave maria, e criei coragem para entrar no avião. Passei uns dias lá. Devo dizer que a água sempre me fascinou de maneira única, sempre tive a percepção do que ela representa. E assim é que tenho fascínio e medo, ao mesmo tempo, dos rios e dos mares, é verdade, eles me atraem na mesma medida em que que me afugentam; e por mais que eu saiba da psiquê, ainda não consegui, digamos assim, fugir desta ambiguidade, deste temor nato, deste amor pela água. Sou de ferro, das montanhas. Para baianos e baianas, e também para os "estrangeiros" nacionais e internacionais que lá moram, a capital Salvador é Bahia. Parodiando a canção do Caimmy (morador de Pequeri, MG, nos seus últimos tempos, com a Dona Estela), digo que já fui à Bahia, e digo também que trouxe de lá novo encantamento, fui muito bem recebido numa casa mara
The brazilian singer ÂNGELA FRANCO ***** FLORAL E TANTO: JARDIM SEM FANTASIA É JARDIM? Não tendo mais tempo para apenas uma flor, que rosa pouca é bobagem no quintal do mundo, pá e picareta e adubo nas mãos, é preciso estar atento e forte, cuidar do jardim de muitas  facetas, é preciso rosar o mundo, pô-lo do jeito do melhor sabor da melhor comida, viajar entre canteiros, viajar  é mais (alguma vertente de espinhos  nos espera), mas viajar é preciso, e nós iremos  e alguém mais irá preparando alamedas aqui e ali, lá e além-lá, enfim, em todo lugar. Foto e poema: Darlan M Cunha
Brazilian Art - Faculdades Newton Paiva. Belo Horizonte, MG, BRASIL HELENA DE TRÓIA helena de tróia foi uma jóia sem igual, por carregar consigo o germe, o sal escuro da guerra. pobre garota entre colinas de vinhas e azeitonas, o linho do seu vestido branco no azul horizonte grego, tempo negro perseguindo a bela da terra onde valores de igualdade foram forjados com têmpera mais severa e mais maleável do que os melhores metais e as melhores nuvens de que a fala é capaz, sim, pobre helena jóia de tróia, presa no olimpo de sua sutileza e beleza, relva de ouro seus cabelos, melena por melena, fez uma tragédia grega essa helena, ponte máxima entre o fervor dos gregos a rixa entre páris e agamênon e o castigo ou desdém dos deuses ***** Foto e poema: Darlan M Cunha
  O ANO TODO SEJA DOMINICAL domingo legal de pé na estrada, chove chove no mundo, e em muitos horizontes há lágrimas, em muitas casas os cupins reviram a fórmica, e os móveis estalam pelo uso e abuso, alguém tira o boné e alguém mata alguém, alguém se lembra de acarinhar alguém, casais há aborrecidos pela demora de entrega das chaves; querendo baixar a ansiedade, médicos aconselham deixem o pigarro as estrelas graúdas ou anônimas do cinema diário das ruas que é o lugar onde as pessoas mais entram e saem de si. escuta: preguiça e macarronada são sinônimos de domingo. chove em todo o horizonte e só então reparam que estão com fome, com fome de algo mais do que simples ritual, do que o simples amor, e vão de novo para as ruas, algo novo os chama, ano bom ou mau, aí vão ambos, também os solitários vão em busca de algo novo no ano novo Desenho e poema: DARLAN M CUNHA Obrigado a todas e todos que aqui vieram em 2011 Thanks to all the people who supporte
gosto de ti, pequena cidade, onde ainda posso assentar-me com meus calos e minha insônia, onde ainda se pode beber algo mais do que o fel cotidiano gosto de ti, do barulho do córrego e das procissões das formigas passando por dentro do gramado, o cheiro bom de um silêncio só quebrado por algum distante riso de criança – talvez seja mesmo a minha distante infância chamando-me Foto e texto: Darlan M Cunha
pai ELVIRO, hoje, 89 anos - na foto, com minha mãe MARIA JOSÉ , 80 anos. (My father and my Mother). Aniversário / Cumpleaños / Birthday / Geburtstag CARTA AO PAI (1) Prezado Pai, Hoje, 24 de dezembro de 2011, você faz 89 anos, e eu me lembro da sua tez sempre fechada, sim, porque você é um homem calado, fechado, de uma honestidade quase inacreditável; mas, o que eu quero dizer, é que aqui estamos para uma modesta homenagem a você. Sim, você vai ganhar muitos presentes, e, acredite, eu fiquei pensando sobre o que eu poderia comprar para você, e eis que me lembrei dos seus pés inchados, e lhe comprei sete pares de lindas meias, ou seja, um par para cada dia da semana. Até porque você tem todos os outros confortos que uma família média do Brasil tem, e eu sei e você sabe que nós nunca nos esquecemos de quem tem menos – inclusive doar nosso sangue, que é O+, ou seja, o que o povo chama de 'sangue universal', nós doamos uma vez por ano. Bom, pai, deixe-me divagar:
O GRITO o grito solta as amarras do medo salvando de si certas sombras de um homem ou de uma mulher porque o grito tem dentes cravados numa resolução inabalável o grito se insurge contra o marasmo deitado nas entranhas, feito olho cego, ou de vidro, o grito quer lamber as botas da vitória porque sabe o caminho da derrota Texto e foto: Darlan M Cunha Sala de troféus do CAM - Clube Atlético Mineiro
ESCULTURA EM DESALINHO não me dês pequenas contrariedades, se me dou muito mais do que revolução com cravos na boca dos fuzis, e nos dentes de leão na lapela das jovens não te dês ao trabalho de me agraciares com nenhuma memória, ainda que enclausuradas em livros quero é a morte vinda do fundo de cada dedo, de cada triângulo ferroso, cada um deles torcendo e retorcendo o pescoço de uma inutilidade assim, tu agora já me sabes capaz de ditar bem o que abomino em ti e em mim, já sabes Foto e texto: Darlan M Cunha Escultura de AMÍLCAR DE CASTRO
BELO HORIZONTE, MG, Brasil: 114 anos. Parabéns / Feliz cumpleaños / Happy Birthday Conheça algo de BELO HORIZONTE, através da minha câmera (151 FOTOS) : https://picasaweb.google.com/darlan.in/BH Eu estou há tempos em BÊAGÁ ou BÊLÔ, que é como nós nomeamos esta criança poderosa, clara e de ruas e avenidas largas, largas porque ela foi a primeira capital programada do Brasil, em 1897 – tendo sido projetada para ter duzentos mil habitantes, o que, para a época, era muita coisa, até porque ninguém imaginaria que o mundo enlouqueceria de tal forma a ter cidades de dez, doze, quinze, dezessete, vinte milhões de habitantes (Ciudad del Mexico). Cada vez que eu voltava de viagem, parecia-me que ela tinha feito alguma estrepolia, tinha-se embelezado um pouco mais, mas de modo discreto, como convém a uma garota que se preze em alto estilo, sem perder a candura, sem perder as malícias. Pois bem, óbvio que fiz amizades, e também que amigas e amigos faleceram; que estive na inauguração
cair, enganar-se é típico de humanos, seja ele e ou ela do tipo psicológico extrovertido ou introvertido, errar é humano, como se diz, mas... errar sistemáticamente, ah, isto é a imbecilidade levada ao último grau, e os entendidos em mente humana, sabem disso. DMC
luz na calma da mão Estava deitado no velho sofá, em Rio Acima, nu, cinco horas da matina, bebendo um cafezinho, pensando outra vez na balbúrdia do mundo, na imensa imbecilidade humana, e então o mestre lembrou-se de uma pestinha, e ouviu a risada de sua sobrinha A..... de dois aninhos, e lembrou-se dela pegando em sua mão e dizendo: " Tí Dáãn, ó, cê i mêu pái num xabe cási nada, êu vô insiná, i eu vô levá cês i minha mãe lá ni Sabalá, na casa da vovó ", e só então o grande mestre riu deste mundo de analfabetos, de gente correndo atrás da morte. Ai ai, só bebendo uma taça de vinho tinto seco e beliscando umas jaboticabas lá de Sabará. Ah... e ai de mim, ai de nós, se não formos passear com a danadinha lá ni Sabalá. Ai de mim, de nós. Texto e foto: Darlan M Cunha
25a FESTA DA JABUTICABA -  3 e 4/12/2011- Sabará, MG, Brasil NEGRINHAS SESTROSAS Ó vida amargurada, não aguento mais, vou lá na vendinha tomar um pingão - ressoou a linda canção que alguém estava cantando num dos bares sabarenses, e o turista e a turista então acharam melhor seguirem o que a canção sugeria, e entraram para um licor de jabuticabas, geléia com pão, ah, o mundo é bom, sabe a jabuticaba, sabe a essas lustrosas e cheirosas negrinhas sabarenses fazendo a cabeça da gente, deixando em cada um e em cada uma uma sensação que só quem foi e provou é que sabe. ***** AQUI: www.sabara.mg.gov.br/site/noticias/23-turismo/685-sabara-... Texto e foto : Darlan M Cunha
  o canarinho Milton Sentimento os periquitos Zé e Ana DEZEMBRO dezembro está aí cobrando lugar na memória dos tempos, selvagem tendo sido a pele que cobriu seus antecessores, nascido urbano, ele logo saberá em que colete se meterá, saberá que para fazer de si algo maior do que simples recompensa de fim de ano, ou algo diferente de duas ou mais moedas no bolso da ilusão de cada pessoa e de cada empresa, terá que morder os próprios calcanhares, porque úmidos e sufocantes foram os outrros dezembros, sob gotas de chuva e de ácidos, mas este número doze terá de livrar-se de entulhos que cerceiam a raiz da fala que possa fazer com que ele entregue em pratos limpos e de mãos abertas o caminho para janeiro Foto e poema: Darlan M Cunha
UMMA (romance) Foto e livro: Darlan M Cunha Aquisição : darlan.in@gmail.com (escrever UMMA, em "assunto") 
Aniversário // Cumpleaños // Birthday // Geburtstag DUAS OU TRÊS REMINISCÊNCIAS, NESTE ANIVERSÁRIO Muito já se escreveu sobre narcose, sendo que sob narcose, evidentemente, muito foi escrito, até porque, de certa forma, todos e todas estão sob domínio do império natural daquilo que induz à deformação disso ou daquilo; mas uma mente em transe também é humana, embora temporáriamente suprahumana. Um índio que tenha consumido muito cauím na festa de sua aldeia (aguardente de mandioca, cuja fermentação acontece após as virgens da aldeia, e só elas, terem mastigado polpa de mandioca, e cuspido de volta numa enorme gamela, onde fica para fermentar), entrando em transe, ele nunca deixará a sua humanidade; sofrerá delírios, espasmos, o diabo, mas respaldado por milhares de anos de sua sociedade. Lembro-me da sensação maravilhosa que eu tinha, desde lá pelos treze anos, ao abrir e ler livros de antropologia e etnologia, revirar livros dos irmãos Villa
Tempos modernos Modern times COPOS DE ALUMÍNIO Quando criança, bebia a infância em copos de alumínio  tão brilhantes que via o próprio rosto neles, a infância retratada no alumínio da casa e da casa das avós e das amigas delas, pois todo mundo tinha lindos copos de alumínio, então, via o sol escondido neles e conversava com ele, um odor de limpeza tendo a vida. Foto e texto: Darlan M Cunha