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O RATO DE BOTAS


resisitir a este ofício meretrício é fava mal contada
que se desconta da letra morta 

da leviandade, letra de próprio punho 
é a necessidade postada numa esquina onde uma antiga porta
de joalheria dá acesso ao rubi do momento
e talvez também de amanhã, e assim o rato de botas sobe os degraus
de sua alegria mesclada com tristeza crônica

lá fora, a cidade e suas armadilhas
para ratos e gatos


Foto e poema: Darlan M Cunha

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