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Nem sempre só silêncio ou ausência, só o que existe. Contos da minha casa - 2 ALGUM LUGAR ONDE Uma cortina ali não lhe faria bem, por não lhe dar senão trabalho de manutenção e pouca garantia de privacidade, uma vez que o que mais o incomodava naquele cômodo eram os decibéis vindos da rua, esta herança perversa, doentia, dos tempos coevos, sendo que a sua pessoa era particularmente sensível ao barulho, irritando-se com facildade, ciente de que aquilo é caminho líquido e certo para se adoecer dos nervos, deixando-os em pandarecos. Não, não poria cortina ali, preferindo ficar com algum brilho maior sobre as duas telas instaladas no ambiente que lhe servia de local de estudo e de descanso. De lá, vigiava o mundo, espirrava na fera ondas de sarcasmo e riso, esfregando os pés sempre descalços, beliscando ou bebendo algo mais sucinto do que uma tempestade em copo d'água, um sonrisal, etc. Num dia qualquer, notou estranhos sobrevôos cheios de incógnitas banhando-lhe a fal
O Homem e os tecidos da terra e do céu Contos da minha casa - 1 O PRATO Nos dias em que lá esteve, notou, mais com um ar de curiosidade do que de estranheza, que o silêncio não era própriamente um morador assíduo, e que no mais das vezes, o enfoque à mesa era de se deixar as coisas correrem, até mesmo se alguém risse de alguém. A casa era o que era: a opção única, bem diferente de outra que conhecera, da qual quase todos debandaram, por via talvez de não se entenderem. Coisa comum entre parentes é o se desejarem na Antártida, em Goa, nos Urais. Pois bem: notou que uma vizinha sempre trazia algum petisco, coberto por uma toalhinha de fino tecido bordado, ou simplesmente recoberto com um guardanapo de papel - mas nunca descoberto. E isso tinha a contrapartida: aquele prato, após comida a guloseima, ficava ali até que houvesse algo do mesmo nível amistoso com que enchê-lo: pedaços de bolo, biscoitos, pudim, geléia, fosse o que fosse, aquele prato - que já ninguém mais sabia a quem pertenc
E LÁ VOU EU NESSA ESTRADA FALAS: 1. O som suave de uma aurora distante estremeceu aqui no peito meu. ELOMAR FIGUEIRA MELLO. Músico, Arquiteto, Criador de Bodes. Das Barrancas Do Rio Gavião. Cantada. 2. De maneira que eu andava sempre com um livro na mão, e a minha leitura era feita da soma dos pequenos períodos (entre um compromisso e outro). JOSÉ MINDLIN, da Academia Brasileira de Letras. Bibliófilo. Empresário (Metal Leve). Advogado. 3. Para os muçulmanos, é importante se prevenir contra a mancha patológica em sua própria comunidade. O Corão proíbe a usura, os juros. Isso é considerado um dos piores males. ZIAUDDIN SARDAR, Professor universitário. Escritor. Muçulmano de origem hindu, vive em Londres. (Ent.) 4. Então, para mim, literatura não é comunicação - literatura é expressão. Outra coisa: não é verdade que a televisão afasta o leitor... pelo contrário. ESDRAS DO NASCIMENTO. Escritor, autor de, entre outros, A Dança dos Desejos. (Entrevista) 5. Pois me beijaram a boca, e m
ENFIM, SÓS. ENFIM, JUNTOS. Estamos tão fascinados e envolvidos por nossa consciência subjetiva que nos esquecemos do fato milenar de que Deus nos fala sobretudo através de sonhos e visões. O budista despreza o mundo das fantasias inconscientes considerando-as ilusões inúteis; o cristão coloca sua Igreja e sua Bíblia entre ele próprio e seu inconsciente; e o racionalista ainda nem sabe que a sua consciência não é o total da sua psique. Este tipo de ignorância continua a existir apesar de o Inconsciente ser, há mais de 70 anos, um conceito científico básico e indispensável a qualquer investigação psicológica séria. N ão podemos nos permitir uma atitude de "Deus-Todo-Poderorso", elegendo-nos juízes dos méritos ou desvantagens dos fenômenos naturais. Não baseamos nossos conhecimentos de botânica na ultrapassada classificação entre plantas úteis e inúteis, ou os de zoologia na ingênua distinção ente animais inofensivos e perigosos. Mas, complacentemente, continuamos a admitir que
Saber que o nome te perseguirá por todo o teu sempre, e o dos outros... Olhávamos as velas fazendo sombras no teto cada vez maiores, enquanto o céu ficava completamente negro. Piero tinha uma palmeira em seu gabinete (obtida, sem dúvida, de algum servil exilado), e a palmeira lançava uma selva no teto, um emaranhamento de folhas largas que poderiam facilmente ocultar um tigre. O César sobre a mesa tinha um perfil que o recomendava, e de meu triângulo nada podia ser visto. O gabinete cheirava a a peixe e cera de vela. Ficamos estendiddos no chão por algum tempo, e eu disse: - Vê ? Agora você sabe por que adoro ficar imóvel olhando o céu. JEANETTE WINTERSON. A Paixão. ******* poema de Darlan Poema com músicas de Canhoto da Paraíba Choro na madrugada a tua imagem lembrança que ficou cordão amigo, agudinho tá quentinho o choro na madrugada glória do relâmpago visitando o Recife, pisando em brasas com mais de mil, sim. poema: com títulos de músicas de Canhoto da Paraíba imagem: visualizaçã
Assim somos nós, os malvados: corroemos pela base a base que nos corroeu, desde os primeiros tempos, desde os primeiros acordes dissonantes. Ao quarto dia, os malvados tornaram a aparecer. Vinham chamar ao pagamento do imposto de serviço as mulheres da segunda camarata, mas detiveram-se um momento à porta da primeira a perguntar se as mulheres daqui já estavam restabelecidas dos assaltos eróticos da outra noite, Uma noite bem passada, sim senhores, exclamou um deles lambendo os beiços, e outro confirmou, Estas sete valeram por quatorze, é certo que uma não era grande coisa, mas no meio daquela confusão quase não se notava, têm sorte estes gajos, se são homens o bastante para elas, Melhor que não sejam, assim elas levarão mais vontade. Do fundo da camarata, a mulher do médico disse, Já não somos sete, Fugiu alguma, perguntou a rir um dos grupo, Não fugiu, morreu, Ó diabo, então vocês terão de trabalhar mais na próxima vez, Não se perdeu muito, não era grande coisa, disse a mulher do méd
Espera em si que o ar da manhã se faça, o cão abra o sorriso, a mão cubra outra mão, e a areia cubra tudo. O LIVRO DE AREIA Abri-o ao acaso. Os caracteres me eram estranhos. As páginas, que me pareceram gastas e de pobre tipografia, estavam impressas em duas colunas, como uma bíblia. O texto era apertado e estava ordenado em versículos. No ângulo superior das páginas havia cifras arábicas. Chamou-me a atenção que a página par levasse o número (digamos) 40514 e a ímpar, a seguinte, 999. Virei-a; o dorso estava numerado com outra cifra. Trazia uma pequena ilustração, como é de uso nos dicionários: uma âncora desenhada à pena, como pela desajeitada mão de um menino. [...] Sempre em voz baixa o vendedor de bíblias me disse: - Não pode ser, mas é. O número de páginas deste livro é exatamente infinito. Nenhuma é a primeira; nenhuma, a última. Não sei por que estão enumeradas desse modo arbitrário. Talvez para dar a entender que os termos de uma série infinita admitem qualquer número. [...] J
DE SE IR EMBORA, OU DE SE ACHAR MELHOR ONDE SE ESTÁ, HÁ MUITAS CANTIGAS, MIL TONS , ARES & ÁGUAS, MAS QUE HAJA ALGO DE TI RECADO BEM TEMPERADO Duas amigas, não própriamente decididas a dar um novo rumo em suas vidas, mas, sim, a fazer valer um secreto e antigo desejo (há-os às pencas em cada um de nós), qual seja : o de serem cantoras, sim, cantantes, inundadas de dós e mis, tons e semitons, bemóis agudos e sustenidos maiores, ambas assim meio desassossegadas pela oportunidade que nunca lhes vinha, resolveram por conta e risco, dor e alegria próprias, dar vazão à vontade que logo se tornou um ponto de honra para elas mostrarem sua volição, o que significa, em psicologia, vontade própria para atuar. Fiadas nisso, reuniram um repertório que não as deixava dormir completamente, e se trancaram até que a fornada de seus anseios ficasse pronta para o usufruto geral, dando a todos a oportunidade de conhecer outra capacidade delas: a de cantar, sim, o simples e complexo ato de bem cantar
Da Existência dos Ritos na Criação Artísitica O conhecimento e a detalhada formulação da relatividade de Deus em face do homem e de sua alma constitui, quanto a mim, um dos mais importantes passos no caminho de uma percepção psicológica do problema religioso e, com isso, de uma possibilidade de emancipação da função religiosa das incômodas limitações que lhe são impostas pela crítica intelectual, por sua vez, também com direito a existência própria. CARL GUSTAV YUNG. Tipos Psicológicos, O problema dos tipos na criação poética. ******* Poema de Darlan Pense que não haverá equívoco, ventos, passado e águas não meterão medo, que o tempo dos sustos passou, nenhuma notícia precisará de ajuda para subir os degraus e entrar, ao invés de ficar lá fora criando coragem para dar-te com a boca na tristeza, diga ao sonho que seja ancho, pelo menos parcela maior dos pesadelos. foto: Darlan
Visita-me com toda a sua família o Amor, pedindo que eu lhe dedique algo mais do que uma canção, um talo de fome ou uma aguardente de cujo intento não possa se salvar Ninguém. Vê como é autodidata, como se acha relevante o Amor, este mísero sentimento de perdas & danos. (DMC) Rtusamhara (trecho), de KALIDASA (Índia, séc. ?) E com o seu afã constante, Kama, sempre amoroso, tenta o belo sexo. Agora, as mulheres de ancas redondas como cartolas, reluzem seus bustos adornados com colares de sândalo; suas cabeleiras, banhadas com aromáticas essências, seus pés arroxeados pela rica laca, com argolas de metal que imitam o grasnar dos gansos selvagens. ******* Decameron (trecho da 3ª jornada, 1ª Historieta), de BOCCACIO (Itália, 1313-75) No entanto, aconteceu que certo dia uma de suas companheiras as viu, desde sua janela, rodear o jardineiro e seguí-lo até a sua cabana, e em seguida fez saber disso as outras duas religiosas que estavam em sua cela. Este terceto de zelosas freiras resolveu
PARA ALÉM-LÁ DO QUE ENTRE GRAVETOS E GOTAS DIVERSAS POSSAM OS AMANTES USUFUIR. MEDÉIA: Estou na expectativa de acontecimentos há muito tempo, amigas, só imaginando o que pode haver ocorrido no palácio. Agora vejo um dos criados de Jasão chegar correndo aqui; sua respiração entrecortada indica que nos vem trazer notícias de alguma desgraça singular. MENSAGEIRO: Tu que, violentando as leis, premeditaste e praticaste um crime tenebroso, foge ! Foge, Medéia, seja por que meios for ou por que via, mar ou terra, nave ou carro ! EURÍPIDES. Medéia. ****** poema de Darlan O território se dá em azul, o dia não leve daqui a porcelana o engaste a víbora nela desenhada, sim, que as mãos que assumem a noite também assumam o resto da felicidade. ****** foto de jóias afegãs
DAS DIETAS despudoradas comemos umas e outras assim e assado recomeçam as danças pondo ventania qualquer nas ancas e soltando verbos e jóias com o bracelete de cada abraço, ah, Consegues ? Consigo, sim, morrer assim é tão grácil, cópia daquela chamada pequena morte , e por aí vai e vamos juntos e distantes feito a melodia onde já nos achamos e nos perdemos pelas plantas dos pés as formigas sobem e fazem arruaças com mil e um açoites até que desérticas as ruas e deserdada a invenção do medo sobre as vontades, já que somos mesmo do azar, então, vem e sobe na vida que a vida é degrau e é nossa a Escada Natural, ai ai ai, que bom morrer num outono assim sempre gemendo primaveras nos sertões também no inverno a gente se ajeita um no outro, até melhor, sim, morrer é invenção de filósofos, vamos lá, meu bem, minha flor, meu moinho de vento, meu escaravelho de ouro, minha canção do exílio, olhai os delírios do campo... (DMC) ****** poema de Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) És um escravo
E a vida ia entre os muros e as paredes... (Egberto Gismonti. Água & Vinho) DISSERAM: 1. Para a pessoa ser saudável, é preciso que ela tenha uma cabeça boa. Conheço pessoas que são assim muito certinhas e tal, mas que não têm muita cabeça [...] , embora este conceito de "cabeça boa" seja até vulgar. Dr. Elias Knöbel, Chefe do CTI do Hospital Israelita Albert Einstein, SP 2. Com a fotografia digital, não há mais contemplação. Carol Reis, fotógrafa (MG) 3. Se faz Política porque se pensa em mudar as coisas. Eu lhes aconselharia (aos jovens) a não aceitarem a insensibilidade... e há que evitar que toda uma geração caia neste logro (o da insensibilidade). Jean-Claude Jüncker, político belga 4. Com nosso sangue e carne construiremos uma nova grande muralha... Trecho do Hino da República Popular da China ****** Poema de Darlan ID & SUPEREGO O jeito desta sombra é o de não se conformar assim amarfanhada, ou rígida, em qualquer postura que não seja a que ela mesma escolha, r
DR U ZHBA Estando fora de si, os homens procuram os homens, não havendo mais do que um diagnóstico superficial acerca da pedra e/ou do plástico, do gás e/ou do divórcio (fumaça ?), das perdas e danos cotidiários, metem-se por aí, por desertos nunca antes vistos em suas lindezas e farturas (nem sempre fartura é lindeza). O entorno se fecha, abre-se pseuda-luz, e os homens e mulheres continuam vertendo risos e ladainhas, cada vez mais esperançosos de que tudo acabe logo. What's your reason ? não é nem será nunca a questão do momento. DMC ****** Poesia de Rejane Spiegelberg Planer Entre coisas simples e outras tantas tão complicadas Entre o que entendo e o que deixo de entender Está este amor que passa desapercebido presente para sempre E ausente simplesmente. ******* foto AP de dois mendigos russos. DRUZHBA é uma palavra eslava que significa Amizade.
CARGA & FISSURAS RESOLUÇÕES PARA O NOVO ANO: NADA DUPLICÁVEL, UM TESTAMENTO. Às vezes – disse - somos atraídos pelo que odiamos. Noutro lugar, alguém ainda menor disse que a coisa mais importante num bairro pobre não é a justiça, mas a comida, e logo fingiu procurar fazer face ao seu medo. Agorafobia ou síndrome de abstinência, algum suicida potencial ou à caminho da catatonia, algo da mesma estirpe e pelo menos do tamanho das ansiedades está nas raízes das resoluções de novo ano. Novo ano seja a tua contagem, única, genética. Melhor então prometer o que não se vai cumprir, melhor então cair numa cacimba e beber-lhe toda a água salobra, melhor então esforçar-se para infernizar a vidinha do próximo, da mulher, e preparar o mais exato veneno para a maioria. Há até mesmo quem pare de fumar, logo entrado o ano, pára por dois ou três dias, e logo se lembra de que o céu caiu no chão e não mais se levantou na memória dos Homens, enquanto a propaganda faz parecer á
O Buda sentado de foguinho & fogão entre alhos & cebolas avisa & entra & brinda ao amor violando regras mas levando dos praianos (ho ho ho) a partilha: Feliz Ano Todo ! Trazido do blog MONTREAL TALES (and I couldn't resist to put a smile on my Page !)
Algo me diz da importância de tudo, da suave passada do vento, porém, algo permanece sob Incógnita. As paredes eram enfeitadas com monstros macrocéfalos, ovos de avestruz, peixes-gato e fetos em formol; do teto, acreditou adivinhar a carmelita, pendiam víboras secas, perucas eriçadas que simulavam mandrágoras, uma esfera de ouro perfeita, um camaleão albino, uma iguana de seis patas, embora sem nós nem rabo, e o fêmur direito de Adão. Num canto, sobre um tapete branco, com os atributos de Osíris entre as patas dianteiras e almôndegas avermelhadas numa grande bacia verde esmaltada, entretinha-se, arrogante e burlão, o bichano siamês que corroborava as pertinentes suspeitas da religiosa. SEVERO SARDUY. Colibri. ****** Poema de Darlan Implícita e explícita, numa só gota de plasma teu, irremissível, está a minha caminhada rumo à ilusão de nome felicidade - portanto, sem nada, mas necessário se faz que eu vá. ****** Recomendo: o trabalho de paciência da professora-pianista Beth Ribeir
Tinham consigo que o pântano era real, factível o sonho, terno e também abrupto o desejo, e inevitável a vitória - desde que juntos estivessem. Um dia a porta da casa tremeu de modo único, diferente de tudo de todos que por ali tinham deixado marcas, ou tentado, sim, o meio-fio entupido de sarcasmos ali nunca antes concebíveis, flores cegas, flores tornadas cegas pelas próprias vestes, pássaros todos eles sem pássaro algum na garganta, sol nenhum nas unhas das galinhas, nas escamas dos peixinhos perdidos nalgum aquário de mall, sim & não, o impacto foi avassalador, olhos nos olhos nunca fora mesmo um hábito daqueles habitantes, e muito menos agora o seria, agora que aquela catástrofe maravilhosa cercara o lugar, mulheres sempre elas as mulheres dando tudo de si através daquele riso insuportável de que só as mulheres - e só as mulheres loucas - conhecem os meandros, os travos e os mais íntimos falatórios. Ah, que dia, que noite, que ausência de dia, um dia sem data na porta daquela
Porque o que tenho para nós não é só uma questão de fé no amor, nem o amor vencido em seu tempo de encantamento... é mais A Revista MINGUANTE , de Portugal, que tem nas mininarrativas o lema principal de sua investida no variado elenco de outras revistas não menos importantes, apareceu há poucos meses, e já é, sem favor, comentada com o devido respeito que se deve ter diante de algo não elaborado com pressa, presa que está, desde o início, de uma vontade, de uma percepção que não a destruirá. Embasada nos minicontos, como foi dito logo aí acima, publica também fotos e poesia, sendo que para cada número há um tema préviamente estabelecido. Bimestral. Eis que o autor deste blog teve, pela segunda vez, textos seus selecionados e publicados pela prestigiosa publicação, o que o deixa assaz contente, por figurar entre pessoas de outros países de língua portuguesa, bem como de autores / as da Espanha, que constituem a fonte de textos para a qual a revista está direcionada. Espero-te lá: h
A insônia é arcabouço nosso, a boca formiga, um sexo em compota degela a sombra: Tu, e não eu, sabes atar o céu ao rosto, coar os intentos do mal no ateu. Vejamos: Algumas dizem que não sabem uma técnica de descascar laranjas sem que o chão fique regado pelos pingos, cascas e impropérios seguidos de risadas. Outras dizem que não se empestam mais para tentar novamente uma troca de pneus, embora urgentíssimas em uploads, não se apressam em saber os desejos da aningapara, ainda que seja fácil (mas nem mesmo o amor é fácil, não, nem mesmo esta salada de perdas & danos é fácil de se mantê-la em equilíbrio, devido aos inúmeros temperos cotidiácidos e renitentes que vêm de não se sabe de onde). Vejamos: Há também aquelas que se mantêm mais ou menos afastadas de tais conversinhas amenas, até pelo fato de que se tornam logo umas pimentas - sem reino ou com reino - e então há aquele lacrimejar quase generalizado, e nem mesmo certas crocodilas gostam insistentemente disso, nem as hienas e as