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O BAÚ DE PESSOA O que me importa tal baú, a madeira decrépita de algumas letras ou pensamentos reclusos ? o que podem dizer-me estes comichões que deixam sem dormir os que, por natureza pífia, não dormem ? de que moinhos se fala neste baú, que mais livres de pás (não de ventos) eu mesmo não os construa, e que por isso não tenha eu na minha casa tal vestimenta, mais propícia à decoração do inútil ? Meu nome é “todos os nomes”, dentro dos quais está a sua exclusiva sinonímia que é “nome nenhum”. Nada de heterônimos, apelidos, sujeitos, adjetivos e substantivos sempre prontos a velar (êpa !) um e outro tipo, aferrado a primaveras de baús e verões de mofo; que o resto lhes foi, é e será isto: nada à esquerda das margens de erro, das três partes de um quarto qualquer: chão, teto e paredes. DMC Foto: Stuart.Shone
Demos as costas ao mundo natural, indo de mão em mão, malvazes com a saliva das borboletas e o cantar das sépias e aves, toma comigo outro tipo de andar, bebe comigo até cair na realidade onde os degraus sejam subidos por mim e por ti e por todos, de um a um, devagar e sempre.
JARDIM DA INFÂNCIA AMACIA NO VERDE A TUA VISTA, AMACIA Pisando nas pedras do estádio elas lhe falaram de solidão em grau maiúsculo, e então lembrou-se dos degraus inúmeros e variados dos inumeráveis lugares percorridos, e quase todos eles lhe falaram da solidão absoluta, de sua (dela) robustez e teimosia. E contimuou ali, de pé diante do Nada. Vista... mas há mais por trás do imaginário. dmc
UMAS & OUTRAS CHOCÓLATRAS Creio não ser prudente fazer críticas ao se falar de chocólatras , visto que, sem dúvida, é um suplício abandonar tal unanimidade que os Astecas nos legaram. Cacau é chocolate, é um dos tesouros gastronômicos que o mundo só foi conhecer quando os vários bandos de europeus desembarcaram aqui na América do Sul e Central. E tu deves completar o espanto lembrando-te da batata (patata) e da mandioca (manihot), do milho (maíz) e do tomate (tomato), além da inigualável banana (Musa paradisiaca) e outras iguarias típicas daqui. Comprei uma caixa de chocolates, deixei junto aos livros e me esqueci dela, até que, anteontem, comecei a comer... e comi seis ou sete. Em três dias, adeus. O chocolate é avassalador sobre a superfície e o fundo das pessoas, de qualquer fisiologia, mata a têmpera hormonal e psíquica até de pessoas médicamente impedidas (diabéticos, etc) Não sou chocólatra , a não ser que alguém me dê alguns des
ENTRA DE VEZ NO VOO... E FICA. PEGAR UMA COISA Tenho aqui na minha mesa a parte mais nobre, numa escultura, a cabeça de um homem de olhar hirsuto, seu côncavo pensamento saindo pelas mãos que não aparecem neste trabalho, e fico olhando e pensando sobre com quanta estirpe se faz e se desfaz um nome, ou não: o Homem não resiste ao que o nome aceita. Tenho aqui mais que um ponto de interrogação e algumas contas, mensagens antigas e novas civilizações sobre mim, tementes, perguntando pelo futuro. Poema e foto: DMC Escultura: Amílcar de Castro (Av. Brasil, Belo Horizonte)
Para ti, DARLAN E PARA TODOS OS MÚSICOS DO BRASIL.
ARTE MANHÃ NOS VEIOS DE UMA MINA Há algum tempo, vinda de algum sopro sem eufemismos, vinda sem rancores, com seu hálito que logo o percebi floral, chegou-me uma criatura muito dada a algo raro: aos minerais de uma conversa, e muito mais do que aos minerais, às nuvens de um real afeto, o riso colado a ela, e a tristeza intrínseca às pessoas desta espécie rara – nunca em extinção, mas sempre rara, já antes da invenção de deus e afins. Palavra minha, do demo. É certo que este que lhes fala não se encolhe sob nados sincronizados, e o processo civilizatório (tal como também Darcy Ribeiro o percebia) não o mede exato, não o engana, não o intimida nem, muito menos, lhe dá meio metro de encanto. É, gente quase boa, sou alguém que cunha moedas de ouro e as incrustra com diamante, platina e rubi, além do que, sendo desiguais entre si, não há réplicas. Era uma vez, vez nenhuma aos falsos brilhantes. E já que aqui se fala em arte, em tr
FADO CURVO Do silêncio, pousado mais além do Estigma, às palavras e atos que se tenha a oferecer, vai uma distância que cresce à medida em que se tenta chegar ao equilíbrio, sim, eis que os fatos da cidade – fardos ou levezas sejam –, rotos ou não, presos ou não na tempestade, são nossos caprichos, ecos muito diversos entre si, grãos de areia mas areal, solitários peixes formando a coesão e a força do cardume. [...] *** GENTE BOA, acabo de receber comunicado da prestigiosa e prestigiada Revista MINGUANTE (on line), de Portugal, número 12, na qual há novamente um texto meu publicado. É uma Revista aberta à participação de qualquer pessoa dos países de língua portuguesa e da Espanha e da Argentina. Trimestral, após severa escolha dos textos, cerca de 64 autores / as são publicados / as. Mininarrativas, poemas e fotografias. Tenho presença nos números 2, 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12... MAIS AQUI: minguante.com/?num=12&textos=darlan_cunha DARLAN M CUNHA
POIS A MEMÓRIA É INEXPLICÁVEL (Virgína Woolf. Orlando) AVAL Abre a chave, dali a pronúncia virá, o fixo olhar da ternura (essa mulher não existe) fugidia, roazes sempre os estigmas, o pasmo requerendo cegueira acurada ? Uma vez escorados os ombros na incerteza dos trilhos cotidiáfanos, resta mais que esperar que o sorriso suba pelo corrimão, que suas maneiras abauladas venham pelas mãos pegar-te à altura mesma do sexo (essa mulher não existe), do além-lá do crível. Nada. DMC Imagem: Mercado Municipal Anerindo Miranda. Janaúba. MG, Brasil
THE CATCHER IN THE RYE Sei que a sina de uns é, simplesmente, roubar tempo aos outros; ao passo que o rumo de outros é não ser mais que uma casca de banana num passeio público. É isso o que se vê nas escolas e nas profissões para as quais és enviado. Não, não me dou com a gola da camisa levantada, mesmo no frio tão comum entre as gentes, e vivo nesta cidade igual a todas do passado e do presente, e nada me garante que as do futuro serão diferentes - onde houver gente, cabeças rolarão, migalhas comprarão corpos e mentes. Não, meu nome não é Caufield. Eu não tenho nome, nem casa, nem data nenhuma no meu currículo... nada disso tão comum, até genético, nas pessoas. Há museu da pessoa, há museu da aviação, mas eu não ligo nem mesmo para os eventuais museus ou feiras futuristas. DMC
TRABALHA SEM QUEBRAR A DISCIPLINA DO SILÊNCIO . RESÍDUOS Já os contaste na gola do casaco que te abriga do clima e põem sobre a tua silhueta quiçá um tom de excelência diverso daquele que tens quando a sós, ou quando cerrada a porta da casa ? Já se disse por aí que a gente não morre - fica encantada, mas aqui, entre estes escombros mais além do literário, de onde o pássaro vejo bicando o barro dos dias, penso diferente disso, de ti, de quem me cerca, de mim. DMC Foto: João-de-barro: DENIZE & MIRO BATISTA
ARTÉRIAS & CATETER DESCONHECIDOS DE TODOS OS DIAS A gente os vê todos os dias, sempre os mesmos, sempre diferentes em suas mesmices de favas contadas e tiques nervosos atravessados na suicidade ou monstrópole onde a gente se esquece dos elos necessários para que a ponte não desabe, o jardim não seque, e a noção de amizade nunca se dilua, sim, os desconhecidos nos conhecem de sobejo, sabem onde pegar e apertar, sob que cláusulas abrandar o nó no pescoço há tempos sob mando destes pequenos desgraçados (acontece isso com quem fala muito: ouvir mar onde mar não há, e isso tem nome: “acusma”, sintoma de distúrbio psíquico). Os desconhecidos não têm nome, nem contrato social algum contigo, nada neles é do teu conhecimento, e mesmo assim vem uma empatia entre as partes, atraídos por algo que o Outro parece ter superado, mas é engano, somos duplos, sim, a realidade é que os desconhecidos somos nós mesmos vivendo tempos diferentes, vivendo ego mas pensando
BONES BEASTS BONES ROSES NOSES NOISES CHIPS CLIPS DEALS XAVIER DE VILLAURRUTIA (México, 1903-51) PONGO EL OÍDO ATENTO AL PECHO Pongo el oído atento al pecho, como, en la orilla, el caracol al mar. Oigo mi corazón latir sangrando y siempre y nunca igual. Sé por qué late así, pero no puedo decir por qué será. Si empezara a decirlo con fantasmas de palabras y engaños al azar, llegaría, temblando de sorpresa, a inventar la verdad: ¡Cuando fingí quererte, no sabía que te quería ya! *** NOCTURNO DE LA ESTATUA Soñar, soñar la noche, la calle, la escalera y el grito de la estatua desdoblando la esquina. Correr hacia la estatua y encontrar sólo el grito, querer tocar el grito y sólo hallar el eco, querer asir el eco y encontrar sólo el muro y correr hacia el muro y tocar un espejo. Hallar en el espejo la estatua asesinada, sacarla de la sangre de su sombra, vestirla en un cerrar de ojos, acariciarla como a una hermana imprevista y jugar con las flechas de sus dedos y contar a su oreja cien vece
O ASSOMBRO TEM OU NÃO TEM VEZ ? FÉ AMOLADA, FACA CEGA – DENTES PICADOS À MOSTRA Um atraso milenar se sobrepõe aos que a professam, bestial, no qual a mulher não é absolutamente nada, e a tenaz religiosa é tudo, todos os sinônimos possíveis de crime estão lá, sinonímia pura de cegueira (e nem o grande livro do José Saramago poderia dar conta, caso ele quisesse perder tempo, de se dar conta exata de cegueira tão infame e criminosa como a destes povos incrívelmente soezes e esquivos em sua inacreditável miséria psíquica multimilenar). Um neto qualquer de um tipo qualquer é vitimado por suas partes, e é o bastante (só para um exemplo, um exemplo só de como é mesmo gidantesca a parvoíce humana) para se erguer novo pilar (o mesmo, só ramificação sentimental) de orgulho e vingança (revenge) e coisas que paus & pedras, e por aí vai este areal imenso, cheio de cuspos e fezes e êmeses e hemoptises e escrófulas e perebas e sarcomas e carcinomas...tudo pel
A BELEZA EXISTE. Porque certas pessoas são mesmo assim de se parecerem com alguma árvore plantada no coração da gente, e ficam florindo nossos dias, alimentando-nos com seu perfume, dando-nos seu sorriso, abrindo-nos para a realidade e também para o sonho - mesmo depois de mortas. DMC
ALTERNA COMIGO O PASSO. MUDEMOS, JUNTOS, OS COMPASSOS DO MUNDO . NÃO SE DEVE ESPERAR PELO FUTURO CONHECIDO Sou um homem interessado pelo espetáculo do Mundo. (JOSUÉ DE CASTRO – médico, sociólogo, escritor, diplomata, político – 1908-73) 1. Fui levar um exemplar do meu livro para o meu velho amigo Osias Ribeiro Neves, para quem toda estima minha sempre será pouca. Pois bem. Papo vai, conversa vem, umas lembranças, assuntos atuais, família, e então a generosidade dele se fez novamente notar ao me oferecer três livros e um CD. Fiquei lá mais um pouco, bebendo o fino trato, a conversa deste sociólogo e editor, escritor e compositor de MPB. Nenhuma ressaca. Esperei alguns dias para começar a ler, e comecei com uma beleza de trabalho gráfico, uma lindura artística e literária (sim) produzida por mil mãos e cabeças e corações para contar uma história que é de todos nós, numa prova cabal do que é o trabalho em equipe (o livro recebeu prêmio de rec
ESBOÇOS E REVESES: O SILÊNCIO MY BOOK (Poetry). AS MUDAS Atar ao mamilo esquerdo a dúvida, ao direito a tempestade ? de que fazer, afinal, o sinal de unidade na testa de ambos ? ***** AMIGAS & AMIGOS, este é o meu livro, lançado ontem. DARLAN M CUNHA. Esboços e Reveses: O Silêncio (p. 40) Meu livro foi publicado pela excelente, pontual Editora CBJE - Câmara Brasileira de Jovens Escritores Rio de Janeiro - Brasil
ARE YOU READY FOR THIS ? VINGANÇA JUDIA / JEWISH REVENGE Os judeus continuam com a sua trajetória de vingança / vengeance, querendo mesmo serem exemplares no castigo aos infiéis , até o último e depois do último degenerado. Es ist Zeit für Revenge / It is time for revenge. Já hoje alcançaram os calcanhares de um cidadão australiano, ex-combatente alemão que mora por lá há mais de 50 anos. Sim, a vingança é um ótimo negrócio , exemplar. Tá na bíblia , a pífia . DMC Foto: Ivan Maurício (387) Sítio / Fotolog: http://fotolog.terra.com.br/ivanmauricio
AVANTE O compositor e cantor português Sérgio Godinho tem uma longa e respeitada trajetória na música de seu país, sendo por isso mesmo muito querido por todos. Assim como alguns artistas de várias áreas (portanto, nem todos), ele viveu e passou de maneira íntegra pelos anos negros da ditadura salazarista (presidente António de Oliveira Salazar, 1933-74 ). Ele tem muito bom relacionamento com músicos brasileiros . Suas longas e bem elaboradas letras refletem um cotidiano elevado, de inflexões filosóficas em que é facilmente perceptível a angústia de quem vê . Eis aqui uma de suas letras: O PASSADO É UM PAÍS DISTANTE O passado é um país distante que distante é a sombra da voz o passado é a verdade contada por outro de nós Estranho som o da memória a recordar ao longe reconheço a casa e a língua familiar estranho, o som da língua na frase familiar o mar galgou numa outra língua, o mar nunca será demais lembrar é um outro
Este NINHO DO PÁSSARO não existe. É miragem. DO NOT EXIST. PELÉ não existe. É miragem. DO NOT EXIST. JESUS não existe. Esperteza judaico-cristã. DO NOT EXIST. ***** FALA QUEM SABE: O boneco de trapo - o presidente georgiano Saakashvili (um tipo cheio de elos obscuros) -, arranjou aquilo que no dizer popular se sabe: quem procura acha . E a mãezinha Rússia (como a chamam os russos, e eu) não está nem um pouco preocupada com ele e o chamado Ocidente. A Polônia – povo pífio -, acostumada a ser invadida (confira-lha a mísera história nos últimos mil anos) que se prepare. Ah... e também a risível República Checa. Meros pedintes que, a troco de alguns trocados, aceitaram (na marra) mísseis no seu quintal de ervas daninhas. Depois me contem. DMC ***** Foto Sadat, Xinhua (Ninho do Pássaro) Foto do Pelé, foi trazida daqui: Namastê