
DESCONHECIDOS DE TODOS OS DIAS
A gente os vê todos os dias, sempre os mesmos, sempre diferentes em suas mesmices de favas contadas e tiques nervosos atravessados na suicidade ou monstrópole onde a gente se esquece dos elos necessários para que a ponte não desabe, o jardim não seque, e a noção de amizade nunca se dilua, sim, os desconhecidos nos conhecem
de sobejo, sabem onde pegar e apertar, sob que cláusulas abrandar o nó no pescoço há tempos sob mando destes pequenos desgraçados (acontece isso com quem fala muito: ouvir mar onde mar não há, e isso tem nome: “acusma”, sintoma de distúrbio psíquico).
Os desconhecidos não têm nome, nem contrato social algum contigo, nada neles é do teu conhecimento, e mesmo assim vem uma empatia entre as partes, atraídos por algo que o Outro parece ter superado, mas é engano, somos duplos, sim, a realidade é que
os desconhecidos somos nós mesmos vivendo tempos diferentes, vivendo ego mas pensando alter-ego, vivendo cão e correndo lebre, abrindo janelas mas fechando portas.
Foto trazida do Palavreiros da Hora
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