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O BAÚ DE PESSOA


O que me importa tal baú, a madeira decrépita de algumas letras ou pensamentos reclusos ? o que podem dizer-me estes comichões que deixam sem dormir os que, por natureza pífia, não dormem ? de que moinhos se fala neste baú, que mais livres de pás (não de ventos) eu mesmo não os construa, e que por isso não tenha eu na minha casa tal vestimenta, mais propícia à decoração do inútil ?


Meu nome é “todos os nomes”, dentro dos quais está a sua exclusiva sinonímia que é “nome nenhum”. Nada de heterônimos, apelidos, sujeitos, adjetivos e substantivos sempre prontos a velar (êpa !) um e outro tipo, aferrado a primaveras de baús e verões de mofo; que o resto lhes foi, é e será isto: nada à esquerda das margens de erro, das três partes de um quarto qualquer: chão, teto e paredes.

DMC

Foto: Stuart.Shone

Comentários

  1. nos impessoais blogues de pessoas, nos inumeráveis desertos espalhados pela rede, jazem alguns comentários de rostos que não recordamos mais....encontros rápidos, inusitados, impulsionados por alguma poesia.

    obrigado pelo comentário, pela teitura e ouvido emprestados a alguns textos....

    esses blogues são hoje um recanto de inteligência, rascunhos que frequento pra ouvir ecos de sanidade e incorformismo...

    valeu...

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  2. Muito obrigado, CHICO,
    pela visita e pelo comentário. A Casa é sua.

    Darlan

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
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