Pular para o conteúdo principal
ALTERNA COMIGO O PASSO. MUDEMOS, JUNTOS, OS COMPASSOS DO MUNDO.













NÃO SE DEVE ESPERAR PELO FUTURO CONHECIDO

Sou um homem interessado pelo espetáculo do Mundo.

(JOSUÉ DE CASTRO – médico, sociólogo, escritor, diplomata, político – 1908-73)

1.

Fui levar um exemplar do meu livro para o meu velho amigo Osias Ribeiro Neves, para quem toda estima minha sempre será pouca. Pois bem. Papo vai, conversa vem, umas lembranças, assuntos atuais, família, e então a generosidade dele se fez novamente notar ao me oferecer três livros e um CD. Fiquei lá mais um pouco, bebendo o fino trato, a conversa deste sociólogo e editor, escritor e compositor de MPB. Nenhuma ressaca.


Esperei alguns dias para começar a ler, e comecei com uma beleza de trabalho gráfico, uma lindura artística e literária (sim) produzida por mil mãos e cabeças e corações para contar uma história que é de todos nós, numa prova cabal do que é o trabalho em equipe (o livro recebeu prêmio de reconhecimento nacional), algo realmente fora de série é este livro intitulado


Conduzindo o Progresso – A História do Transporte e os 20 Anos da NTU.


Um trabalho valioso para quem quiser inteirar-se da história do transporte público no Brasil, além de fazer um apanhado geral do transporte através dos tempos, pelo Mundo. Noutras palavras: a história do nosso querido ônibus, ou nosso amado lotação – trabalho este da Editora Escritório de Histórias, uma empresa jovem, com escritórios em Belo Horizonte e Brasília.


2.

Um livro de forte cunho sociológico, é acadêmico, é técnico, é livro de humanos para humanos, é livro de cabeceira, para papo em botecos, recheado de informações precisas e, não raro, espantosas sobre esta “criatura” que se tornou parte da genética e da psique das Cidades: o ônibus, em suma, o transporte público.


Hoje, se uma cidade, por um motivo qualquer, fica sem o trabalho de sua frota de ônibus, por quaisquer número de horas ou dias, é algo assim comparável a quem nasce com displasia ectodérmica anidrótica (raro) - pessoa que nasce sem poros, o que é incompatível com a vida.


Tenham a felicidade de se encontrarem com essa maravilha.


Darlan M Cunha

Belo Horizonte, setembro 2008


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

FLORES SÉSSEIS, VIDROS E ÁGUAS: CONSTELAÇÃO DE OSSOS 1. O ENCANTAMENTO PELOS MATERIAIS Vidros e águas se entendem, agarram-se uns aos outros como um pensamento bom atrai outro de sua estirpe, como as pedrinhas de um caleidoscópio fazem umas com as outras, ou seja, abraçam-se e soltam-se num emaranhado nunca igual, mas sempre com o intuito de união, sua sina sendo a de viverem unidas, mantendo a própria identidade – o que é cada vez mais difícil, mais improvável entre os humanos. Águas e vidros: água doce e vidro plano, água salgada e vidro temperado, água suja e vidro opaco, água limpa de bica e vidro colorido  de igrejas e bordéis, sim, de tudo se faz canção e caução, e o coração na curva de um fio d’água estalando gotículas nas costas dos lagartos (agora tu sabes a razão do sorriso do lagarto, uma delas), úvula e cio, nonada , tiros que o senhor ouviu... , o rio cheio de mormaço, espelho d’água é a sensação de um rio calmo calmo calmo, tu vais com ele, entras n...
foi uma sensação sem punhos, sem lábios, indício algum de ter existido Quando será que na ocidental sociedade (porque nas outras sociedades, parece, este é um caso perdido, sim, pois nos fazem vê-las, a elas, como casos perdidos. Há sociedades em que as mulheres não têm nem mesmo um nome), repito : quando será que as mulheres não perderão seu nome de solteira após casarem-se - a não ser que o queiram perder, por livre e espontânea vontade, e não pelo arraigado costume de se reconhecer mais esta submissão a que foram e ainda são submetidas perante os homens, costume este que continua roendo-lhes os dias e vazando-lhes as noites ? (DMC) ****** Poema de Astrid Cabral (1936- , Brasil) O FOGO Juntos urdimos a noite mais seu manto de trevas quando as paredes recuam discretas em horizontes de além-cama e num espaço de altiplano rolamos nossos corpos bravios de animais sem coleira e juntos acendemos o dia em cachoeiras de luz com as centelhas que nós seres primitivos forjamos com a pedra las...
 mudança * De repente, de modo suave, você se lembra de quando chegou à cidade grande para continuar a estudar, depois veio o Exército, o emprego federal, mochila e violão nas costas, enfim, uma infinidade de erros, de riscos e risos, o amor que rói os tigres, de acordo com um livro cubano, se não me falha a memória com centenas de livros, se não milhares, sim, de repente, você pensa nas pessoas mudando de casa e de cidade, de postura perante a vida (uma luta difícil); quando se muda de casa, vai com a gente uma dupla sensação: de alívio, e de peso pelo que se viveu, a visão a partir da janela, tiques de vizinhos, uma praça e uma pessoa amiga com a qual foi possível conversa de gente grande. Neste momento, pessoas estão carregando ou descarregando móveis, apreensão e entusiasmo, que a vida é breve. *** Darlan M Cunha