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DESDE ANTES, A IMAGEM A INSURREIÇÃO DO VOTO Penso que até mesmo para as pessoas mais atentas aos rumos governamentais e aos desejos da população, foi uma surpresa a reação de grande parte do público presente ao Maracanã para participar da Abertura do PAN-2007 Rio de Janeiro (como se sabe, nem sempre os povos e os governos andam juntos, ou mesmo paralelos). Isso porque, entre outras coisas, sempre temos em conta que uma festa é uma festa, e maior é a abertura dos corações quanto maior a festa. Mas o que se viu no famoso estádio não foi isso, em relação à presença do Presidente da República, o Sr. Luís Inácio da Silva. O que se viu foi a tremenda distância criada entre os dois lados da mesmíssima questão que é a Nação Brasil (muitos sentiram isso com amargura, espanto, choro, vergonha, desânimo... mas para outros, foi motivo jocoso tal situação). Assim, quando o presidente do COB anunciou que estavam abertos os 15º Jogos Panamericanos, desejando Boa sorte, Brasil e Boa sorte, Américas,
BAGA GEM vaga baga gen : fazer Um belo pescoço tem a alegria 1. Então, chega para ti o dia em que vislumbras o que faltava para que a música se fizesse total, do jeito que gostas, mereces e necessitas; o que faltava para que a planta vencesse o obstáculo da grade em torno do jardim, para que o teu assunto diário não ficasse restrito ao de animais caseiros, e assim, imediatamente, já começas a te sentir melhor, alguém mais ávido de si mesmo, pessoa viva, e todos aqueles desejos não atendidos por vários motivos que, em última análise, eram um só motivo, voltam a viver e a pedir e até mesmo exigir-te atenção redobrada, uma afeição para com aqueles sentimentos (inclusive o da dúvida e o do desespero) que estiveram contigo quando ainda contigo o ânimo não dormia - ou o fazia de modo quase imperceptível, sim estás contente que um fio de luz (é muita coisa um fio de luz) estica para ti o possível e o impossível, e então ardes e gritas, avisas aos amigos e amigas, esperneias e até
UMA E DUAS, LOGO TRÊS, E MAIS... Uma jornada de fantasia para todas as idades Saia de onde sair o rumor de que o que se está esperando será um inesquecível caminho para o que a beleza e a paciência concedem, leva nas tuas entranhas algo mais do que possam carregar as tuas mãos e os teus joelhos (ou seja, do tamanho exato dos teus sonhos), pois é do conhecimento público que a luz sobre as coisas e gentes não tem, com gentes e coisas, outro vínculo senão o de marcar encontros à beira da dúvida, da loucura, também do afago possível entre díspares. DMC ***** Arte: Rebecca Warren. Helmut Crumb.
KIKA - 1993 - 2007 Inteirar-se de que a Alegria existe Se alguma vez a saudade , a melancolia, um furor descabido ou uma ameaça de desrazão nos assaltar, saberemos onde pousar as mãos e os pés e o coração e a mente, sim, lembrar-nos-emos do que tu foste para tantos e tantas, sem nada reinvidicar.
Tu te lembras, sim... Contos da minha casa - 5 Uma avó de uma amiga minha completou noventa anos – eu disse uma avó porque, afinal, todos temos mais de duas avós -, e as cantigas de sempre logo se fizeram ouvir, devido ao fato de que não há festa de noventa anos todos os dias, todos os meses, sequer todos os anos, não é mesmo, gracinhas e joões ? Embasado nisso, e embasbacado após ver uma linda foto da festa de aniversário 90 de uma avó de uma amiga minha (ufa !), fiz de conta que era comigo, e revi a minha avó, melhor, uma de minhas avós bem aqui ao lado meu, toda liru-liru , empetacadinha, lindinha e ainda e sempre brabinha que só ela. É... falo da minha avó paterna, cuja graça era Senhorinha, isso mesmo, basbaques, este era o nome dela registrado em cartório: Senhorinha Maria de Jesus. Era baixinha, muito brava, mas só de mentirinha, assim com um ar de Dom Casmurro (parte do livro, porque as partes do livro onde entra a tal da Capitu... isso aí, podem deixar de lado,
Uma possível trava na fala, no olhar... Contos da minha casa – 4 Beijo partido ou queixo caído, o espanto diante de certas lembranças se deve ao fato de estarem ali mesmo, sempre guardadas ou resguardadas do mundo, inclusive de ti. Revês a casa onde por algum tempo viveste miséria e esplendor, algo de sonho e taquicardia soprou para cima e para dentro de ti, enquanto os barulhos da cidade pareciam longe de reais, bonita pareceu-te a árvore em frente, esquecidas canções vindo socorrer-te diante da casa onde foste rei e assalariado, trigal e ossário, nenúfar e comigo-ninguém-pode, sim, a vida é breve, a lágrima é uma antiga companheira desfazendo-se em sal e doçura mais profunda, a lágrima encurta ou alarga a distância entre as pessoas, e agora mesmo regressas, cabisbaixo, para a tua nova casa em novo bairro talvez mesmo nova cidade ou até mesmo um novo país te segura pelas pernas, mas não pela mente ou pelo coração, sim, vais aos talheres vais ao corpo flácido da poltron
IMOS, ÍNTIMOS, DUO, AMBOS, PAR... TUDO , ENFIM, É UM, UNO (because you never know when and how and where) Sou mesmo atípico, aberração inominável, e assim me chamam os muitos energúmenos e os catequistas de plantão na área nobre onde sobrevive a Ilusória Permanência do Instinto, e não no indivíduo único que eu sou, e não tu nem vós nem você aí plantando artifícios e buscando outros na rua nas assim chamadas feiras-livres e nos mercados de pulgas e baratas tontas abelhas e zangões, ou nas feiras de objetos roubados ou pedidos por empréstimo ao alheio, sim e não, as coisas acontecem assim uma atrás da outra, acontece de estares de carraspana ou de mau humor pelo mau agouro que é veres logo de manhã alguém que tu detestas (entre as tantas), mal desces as escadas rumo aos ruminantes te aguardando para contigo acabarem com o que por sorte ou negligência ou por esquecimento tenha restado do dia anterior. O Inominável é como me dizem, e não os maldigo a estes e àquelas,
Ó VIDA, MARACUTAIA SÓ PENSA NAQUILO Gente, vocês acreditam que uma pessoa de quem gosto de especial maneira me disse que eu só penso naquilo ?! Isso mesmo : que eu só penso naquilo . Então, durante algum tempo, devo ter até ficado parecido com aquele pessoal bacana lá de Minas Gerais, que tem fama de ser quietinho (mineirim-come- quieto é o epíteto que as paulistas e cariocas, maranhenses e paraíbas dão a essa gente especial na vida do país que é a mineirada) e coisas que tais (sei não, acho que é lenda, mas...) ou seja, fiquei matutando, assuntando, dando corda pra corda, pondo relógio na corda, dando cabresto pros burros e milho na boquinha da bezerrinha imaginária, que eu não possuo (bela palavra esta: possuo), enfim, fiquei fora do ar, meio zonzo de pinga, meio zonzo de fome, perrengue sob o sol, tonto de pressa, sem falar em geometria ou anatomia. Pois é. Isso colou em mim feito sarna, música boa, feito carrapicho que a gente pega aos montes quando pro meio do mato vai pra c
sestros, manias, hábitos, tiques... ODEIO TOSSIR Seja uma tosse de carraspana, asmática tosse ou tosse de fundo nervoso , seja oriunda das 400 delícias funerárias do cigarro, o fato é que não me deixo ficar tossegosa em parte e em hora nenhuma, a não ser nos meus momentos realmente pessoais, pois algo que não controlo cai sobre mim de tal forma que me faz odiar tossir. Pessoas há, é certo, que não suportam terem nariz adunco, cílios largos, bunda grande (calipígias), grandes pés ou trejeitos constantes num canto da boca, mas o meu tormento é a tosse. Ela me inquieta, me faz pôr as mãos nalguma roupa imaginária, me faz sorver depressa-com-cuidado o café e o vinho. Acho que não terei filhos - filhos tossem de madrugada, choram e obram obras de outro mundo. Nas madrugadas eu quero coisas prá lá de terrenais, justa sob o meu penhor de pele boa, igual a quem de si não quer se afastar. Não, evito as latitudes da Sombra e as longitudes do Silêncio, todos os nós com os quais se arma o tempo d
Nada entre ambos se fez assim sem uma queimadura na bunda, sem o teor de sal no canto da boca e na sola dos pés, fruto da angústia de uma e duas e outras noites sem nada mais a não ser os gritos de um gato qualquer na sala do mundo, de um grilo na varanda do universo. Ambos são assim: cabeçudos, plenos daquela ignorância que dilata as pupilas de tal forma que já não vêem nada, não sentem nada a não ser justamente o que temem: a Ausência. Mas a Ausência tem infinitas maneiras de se manifestar, entra nas pessoas e sai delas assim: sem dar maiores explicações. E ambos já sabem deveriam saber a que leva isso de se darem como mortos um para o outro.
Contos da minha casa - 3 EMPATIA SEDIMENTADA PELO COSTUME, À FORÇA OU POR INSTINTO ? Há muitos anos ela os acompanha com a maciez de seus passos, guiada pelos odores e o arrazoado da família. Estrela da vida inteira, estende-se nos lugares eleitos, e já nem dramatiza mais outra entrada elétrica de algum intruso ou vizinha, ou seja, fica na dela, embora antes concedesse a si mesma latidos assim meio desaforados aos incautos e às intrometidinhas. Diz-se que o tempo não se cansa, que ir é o melhor remédio – sim, eu disse ir . Embasado nisso, recolho fragmentos dela ainda nova, serelepe e quase tão estridente quanto papagaios nalgum quintal, ou putas na chuva, roubadas na madrugada (Caramba, que parâmetro fostes arranjar, criatura, para dizer algo assim acerca de uma cachorrinha poodle !). Pois é, quem não tem vaca, que se safe de algumas de suas difíceis injunções psicológicas com bicho outro qualquer. No caso desta família, coube-lhe o vezo ou a sorte ou ainda o acervo que co
DIZ Q UE FUI POR AÍ (Zé Kéti - H. Rocha)) Se alguém perguntar por mim Diz que fui por aí Levando um violão debaixo do braço Em qualquer esquina eu paro Em qualquer botequim eu entro E se houver motivo É mais um samba que eu faço Se quiserem saber se volto, diga que sim Mas só depois que a saudade se afastar de mim Só depois que a saudade se afastar de mim Tenho um violão para me acompanhar Tenho muitos amigos, eu sou popular Tenho a madrugada como companheira. A saudade me dói, o meu peito me rói Eu estou na cidade, eu estou na favela Eu estou por aí, sempre pensando nela. ***
LONGA VIDA, D. MARIA JOSÉ 75 ANOS 13 DE ABRIL DE 2007 Minha mãe completa 75 anos. São 10 filhos e filhas, 12 netas e netos e duas bisnetas. Alegria e bondade sem fim.
Entre verdes e outros tons e tonalidades, tu nos acostumaste, ELIANE STODUCTO Entre verdes e azuis também amarelos e vermelhos tu estás sempre recolhendo para nós alguma coisa nova, sem rumo preconcebido, não, nada de trevos de quatro ou de cinco folhas, de pavios longos ou de metragens mínimas impedindo a fala aos que não têm pés para subir nas rampas, nem mãos com as quais atar a língua profana do desassossego profissional. Somos em ti a paciência encontrada e / ou reencontrada, somos a sanha de um novo alento entre as esquinas e as colinas, prados, jardins, cinzas, trapézios, fotos e poemas, sim, seremos ainda o caldo mais apurado com que cobrir, contigo e para ti, os mais suculentos pratos e travessas, as mais límpidas águas de riso e os mais delicados ventos. (DMC) ******* Texto acerca do falecimento (07-04-2007) de pessoa muito querida: Eliane Stoducto . Outros links: http://letradecorpo.cristalpoesia.net/index.html http://papo-de-botequim.blogspot.com/ ******* foto: Eliane Sto
Nem sempre só silêncio ou ausência, só o que existe. Contos da minha casa - 2 ALGUM LUGAR ONDE Uma cortina ali não lhe faria bem, por não lhe dar senão trabalho de manutenção e pouca garantia de privacidade, uma vez que o que mais o incomodava naquele cômodo eram os decibéis vindos da rua, esta herança perversa, doentia, dos tempos coevos, sendo que a sua pessoa era particularmente sensível ao barulho, irritando-se com facildade, ciente de que aquilo é caminho líquido e certo para se adoecer dos nervos, deixando-os em pandarecos. Não, não poria cortina ali, preferindo ficar com algum brilho maior sobre as duas telas instaladas no ambiente que lhe servia de local de estudo e de descanso. De lá, vigiava o mundo, espirrava na fera ondas de sarcasmo e riso, esfregando os pés sempre descalços, beliscando ou bebendo algo mais sucinto do que uma tempestade em copo d'água, um sonrisal, etc. Num dia qualquer, notou estranhos sobrevôos cheios de incógnitas banhando-lhe a fal
O Homem e os tecidos da terra e do céu Contos da minha casa - 1 O PRATO Nos dias em que lá esteve, notou, mais com um ar de curiosidade do que de estranheza, que o silêncio não era própriamente um morador assíduo, e que no mais das vezes, o enfoque à mesa era de se deixar as coisas correrem, até mesmo se alguém risse de alguém. A casa era o que era: a opção única, bem diferente de outra que conhecera, da qual quase todos debandaram, por via talvez de não se entenderem. Coisa comum entre parentes é o se desejarem na Antártida, em Goa, nos Urais. Pois bem: notou que uma vizinha sempre trazia algum petisco, coberto por uma toalhinha de fino tecido bordado, ou simplesmente recoberto com um guardanapo de papel - mas nunca descoberto. E isso tinha a contrapartida: aquele prato, após comida a guloseima, ficava ali até que houvesse algo do mesmo nível amistoso com que enchê-lo: pedaços de bolo, biscoitos, pudim, geléia, fosse o que fosse, aquele prato - que já ninguém mais sabia a quem pertenc
E LÁ VOU EU NESSA ESTRADA FALAS: 1. O som suave de uma aurora distante estremeceu aqui no peito meu. ELOMAR FIGUEIRA MELLO. Músico, Arquiteto, Criador de Bodes. Das Barrancas Do Rio Gavião. Cantada. 2. De maneira que eu andava sempre com um livro na mão, e a minha leitura era feita da soma dos pequenos períodos (entre um compromisso e outro). JOSÉ MINDLIN, da Academia Brasileira de Letras. Bibliófilo. Empresário (Metal Leve). Advogado. 3. Para os muçulmanos, é importante se prevenir contra a mancha patológica em sua própria comunidade. O Corão proíbe a usura, os juros. Isso é considerado um dos piores males. ZIAUDDIN SARDAR, Professor universitário. Escritor. Muçulmano de origem hindu, vive em Londres. (Ent.) 4. Então, para mim, literatura não é comunicação - literatura é expressão. Outra coisa: não é verdade que a televisão afasta o leitor... pelo contrário. ESDRAS DO NASCIMENTO. Escritor, autor de, entre outros, A Dança dos Desejos. (Entrevista) 5. Pois me beijaram a boca, e m
ENFIM, SÓS. ENFIM, JUNTOS. Estamos tão fascinados e envolvidos por nossa consciência subjetiva que nos esquecemos do fato milenar de que Deus nos fala sobretudo através de sonhos e visões. O budista despreza o mundo das fantasias inconscientes considerando-as ilusões inúteis; o cristão coloca sua Igreja e sua Bíblia entre ele próprio e seu inconsciente; e o racionalista ainda nem sabe que a sua consciência não é o total da sua psique. Este tipo de ignorância continua a existir apesar de o Inconsciente ser, há mais de 70 anos, um conceito científico básico e indispensável a qualquer investigação psicológica séria. N ão podemos nos permitir uma atitude de "Deus-Todo-Poderorso", elegendo-nos juízes dos méritos ou desvantagens dos fenômenos naturais. Não baseamos nossos conhecimentos de botânica na ultrapassada classificação entre plantas úteis e inúteis, ou os de zoologia na ingênua distinção ente animais inofensivos e perigosos. Mas, complacentemente, continuamos a admitir que
Saber que o nome te perseguirá por todo o teu sempre, e o dos outros... Olhávamos as velas fazendo sombras no teto cada vez maiores, enquanto o céu ficava completamente negro. Piero tinha uma palmeira em seu gabinete (obtida, sem dúvida, de algum servil exilado), e a palmeira lançava uma selva no teto, um emaranhamento de folhas largas que poderiam facilmente ocultar um tigre. O César sobre a mesa tinha um perfil que o recomendava, e de meu triângulo nada podia ser visto. O gabinete cheirava a a peixe e cera de vela. Ficamos estendiddos no chão por algum tempo, e eu disse: - Vê ? Agora você sabe por que adoro ficar imóvel olhando o céu. JEANETTE WINTERSON. A Paixão. ******* poema de Darlan Poema com músicas de Canhoto da Paraíba Choro na madrugada a tua imagem lembrança que ficou cordão amigo, agudinho tá quentinho o choro na madrugada glória do relâmpago visitando o Recife, pisando em brasas com mais de mil, sim. poema: com títulos de músicas de Canhoto da Paraíba imagem: visualizaçã