Pular para o conteúdo principal
Entre verdes e outros tons e tonalidades, tu nos acostumaste, ELIANE STODUCTO














Entre verdes e azuis também amarelos e vermelhos tu estás sempre recolhendo para nós alguma coisa nova, sem rumo preconcebido, não, nada de trevos de quatro ou de cinco folhas, de pavios longos ou de metragens mínimas impedindo a fala aos que não têm pés para subir nas rampas, nem mãos com as quais atar a língua profana do desassossego profissional.


Somos em ti a paciência encontrada e / ou reencontrada, somos a sanha de um novo alento entre as esquinas e as colinas, prados, jardins, cinzas, trapézios, fotos e poemas, sim, seremos ainda o caldo mais apurado com que cobrir, contigo e para ti, os mais suculentos pratos e travessas, as mais límpidas águas de riso e os mais delicados ventos.
(DMC)
*******
Texto acerca do falecimento (07-04-2007) de pessoa muito querida: Eliane Stoducto.
Outros links: http://letradecorpo.cristalpoesia.net/index.html
http://papo-de-botequim.blogspot.com/
*******
foto: Eliane Stoducto

Comentários

  1. Nossa, Darlan! Me pegou de surpresa agora.
    Nem sei o que dizer...
    Estou realmente chocada.

    Zana

    ResponderExcluir
  2. É isso, ZANA. Quando um dia começa, e começamos com ele, seja isto sempre motivo de alegria... porque o fio é tênue.

    Darlan

    ResponderExcluir
  3. Sim, Darlan, uma pessoa muito querida e que está fazendo muita falta a quem teve o privilégio de conhecê-la. Um abraço.

    ResponderExcluir
  4. Belíssima homenagem a uma imortal da arte literária, como pareceu no blog dela e em suas palavras!

    ResponderExcluir
  5. Prezado THIAGO,
    devo à ELIANE a gentileza de ter, a pedido dela, postado trabalhos meus nas prestigiadas Páginas dela, ou das quais fazia parte, como o Letra de Corpo e o Conversa de Botequim.
    Grande gentileza, aguçada, combativa... e olha que eu não a conheci pessoalmente, mas fizemos, via WEB, durante anos, uma sólida amizade.

    Um abraço.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Bem-vindo, Bem-vinda // Welcome // Bienvenido

Postagens mais visitadas deste blog

FLORES SÉSSEIS, VIDROS E ÁGUAS: CONSTELAÇÃO DE OSSOS 1. O ENCANTAMENTO PELOS MATERIAIS Vidros e águas se entendem, agarram-se uns aos outros como um pensamento bom atrai outro de sua estirpe, como as pedrinhas de um caleidoscópio fazem umas com as outras, ou seja, abraçam-se e soltam-se num emaranhado nunca igual, mas sempre com o intuito de união, sua sina sendo a de viverem unidas, mantendo a própria identidade – o que é cada vez mais difícil, mais improvável entre os humanos. Águas e vidros: água doce e vidro plano, água salgada e vidro temperado, água suja e vidro opaco, água limpa de bica e vidro colorido  de igrejas e bordéis, sim, de tudo se faz canção e caução, e o coração na curva de um fio d’água estalando gotículas nas costas dos lagartos (agora tu sabes a razão do sorriso do lagarto, uma delas), úvula e cio, nonada , tiros que o senhor ouviu... , o rio cheio de mormaço, espelho d’água é a sensação de um rio calmo calmo calmo, tu vais com ele, entras nele

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
 mudança * De repente, de modo suave, você se lembra de quando chegou à cidade grande para continuar a estudar, depois veio o Exército, o emprego federal, mochila e violão nas costas, enfim, uma infinidade de erros, de riscos e risos, o amor que rói os tigres, de acordo com um livro cubano, se não me falha a memória com centenas de livros, se não milhares, sim, de repente, você pensa nas pessoas mudando de casa e de cidade, de postura perante a vida (uma luta difícil); quando se muda de casa, vai com a gente uma dupla sensação: de alívio, e de peso pelo que se viveu, a visão a partir da janela, tiques de vizinhos, uma praça e uma pessoa amiga com a qual foi possível conversa de gente grande. Neste momento, pessoas estão carregando ou descarregando móveis, apreensão e entusiasmo, que a vida é breve. *** Darlan M Cunha