Tu te lembras, sim...
Contos da minha casa - 5
Uma avó de uma amiga minha completou noventa anos – eu disse uma avó porque, afinal, todos temos mais de duas avós -, e as cantigas de sempre logo se fizeram ouvir, devido ao fato de que não há festa de noventa anos todos os dias, todos os meses, sequer todos os anos, não é mesmo, gracinhas e joões ?
Embasado nisso, e embasbacado após ver uma linda foto da festa de aniversário 90 de uma avó de uma amiga minha (ufa !), fiz de conta que era comigo, e revi a minha avó, melhor, uma de minhas avós bem aqui ao lado meu, toda liru-liru, empetacadinha, lindinha e ainda e sempre brabinha que só ela. É... falo da minha avó paterna, cuja graça era Senhorinha, isso mesmo, basbaques, este era o nome dela registrado em cartório: Senhorinha Maria de Jesus.
Era baixinha, muito brava, mas só de mentirinha, assim com um ar de Dom Casmurro (parte do livro, porque as partes do livro onde entra a tal da Capitu... isso aí, podem deixar de lado, por enquanto, hehe), e ela estava sempre a fazer alguma coisa (escrevi como em Portugal: a fazer), ou seja, não havia como qualquer minuto passar ileso por ela. Minha mãe é igual a ela, neste particular.
Pois bem, criaturas de nenhuma delonga, apressadas pelo século 22 em suas mentes e corações, o fato é que eu me regozijei de tal forma em saber que ainda há noras bacanas que verdadeiramente amam as suas vovós e as vovós do sogro e da sogra, vovós do marido, vovós do mundo, enfim, todas as avós, que eu quase cheguei
às lágrimas (breve arquitetura do choro, no dizer do poeta português Eugénio de Andrade). Vejam só a audácia do bofe, melhor, a fraqueza do perverso e (segundo más línguas) pervertido ser, tendo a audácia de esboçar um chorinho regado a caipirinha e sambinha com molejo, pra dissimular a saudade de sua queridas avozinhas...
Mil milhões de anos às vovozinhas ! (dos vovozinhos, direi depois).
DMC
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Obs.: Escrito imediatamente após eu ter visto uma foto no site namaste2, no FLICKR, da minha amiga MÁRCIA KAWABE, às 15:36 h, 20-06-2007.
Que coisa mais linda Darlan! Fiquei emocionada :)
ResponderExcluirObrigada pelo carinho. Se existe carência de avó ou avô, eu com certeza sofro desse mal porque me apaixono por todas as vózinhas que aparecem na minha vida.
Licença de copiar parte desse texto pra coloca no Namastê.
Um grande beijo e obrigada
Ah minha amiga,
ResponderExcluirnão é nada, não. O texto é teu, melhor, das vovozinhas.
Abraço.
Darlan
Ai, que me lembrei da minha avó (como se fosse preciso beliscarem-me para tal), que há um ano se foi e tantas coisas me deixou, daquelas que se guardam nas gavetinhas dos afectos, a enfeitar a alma e o coração. Da minha avó, que só tive direito a uma,já que a minha mãe perdeu o direito à sua cedo demais.
ResponderExcluirFeliz, não é?, de quem tempelo menos uma.
Sim, ÉNE,
ResponderExcluirnão há dúvida: feliz de quem ainda tem pelo menos uma vovozinha.
Grato pela visita. A Casa é tua.
Darlan
Nossa, a Marcia me trouxe até aqui e vejam só... tb estou as lágrimas (ah tá bom, nem tanto mas emocionada mesmo).
ResponderExcluirMuito obrigado, CIÇA DONNER... grato pela visita, pelas palavras. A Casa é tua.
ResponderExcluirDarlan
Que bela homenagem, Darlan!
ResponderExcluirAs avós e os avôs são especiais. Eu só conheci os pais da minha mãe e minha avó era assim, do tipo contadora de estórias do sobrenatural, uma figurinha!! e fazia cada bruxinha de pano pra gente brincar!! :D
Sorte daqueles que têm avós! :)
Zana
Bem,
ResponderExcluirpelo que disseram as visitas desta postagem, vejo que elas, as vovós, ficam mesmo dentro da gente.
Sorte tua que um dia tiveste bruxinhas com as quais dividir o tempo e o espaço.
Darlan
Darlan
ResponderExcluirNa ausência de seu endereço de e-mail, escrevo aqui para parabenizé-lo pelo blog e agradecer o link ao meu Brincando no Parquinho.
Sinto-me honrada por tê-lo visto como "blog com jeito".
Vamos manter contato.
Abraços
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirCíntia, querida amiga,
ResponderExcluirfico bastante, repito: bastante satisfeito pelo fato de teres visitado a minha modesta Página (PALIAVANA é nome de orquídea, daqui de Minas , da Serra do Cipó, etc).
Deixei lá, no PARQUINHO, os endereços de outras Páginas minhas, e o e-mail.
A Casa é tua.
Aquele abraço.
Darlan