Pular para o conteúdo principal




















TRABALHAR CANSA  /  LAVORARE STANCA


Diz o título do livro de poemas do italiano Cesare Pavese, que trabalhou dez anos nele. Sabemos que trabalhar cansa, que é absolutamente necessário, trabalhar enrijece corpo e mente, etc. Mas me lembro aqui, de repente, daquele sinistro e sarcástico mote sobre uma entrada de campo de concentração: Arbeit ist Freiheit /  O trabalho liberta. Como se vê, o trabalho está sempre na ordem do dia, mas como eu sou do contra, abomino servir a este patrão, e assim é que vivo por aí, de déu em déu, fazendo de mim o que sou, das tripas coração, sempre arredio ao tempo forjado num relógio pregado no pulso, melhor, na mente, o que é estressante. Tá na hora, gente, que o metrô espera, o ônibus espera, a bicicleta espera, a barca espera, o estresse é chefe, patrão, absoluto senhor dos teus anéis.


Foto e texto: Darlan M Cunha

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha