Vamos ao Desconhecido,
novos medos inventaremos, talvez até alguma Luziânia (dmc)
SUMAIMANA (excertos)
sem portulano de aviso
nem rota de margaridas
teu passo chegou certeiro
ao lugar que te cabia
e em meio à gente das velas,
na festa de Sagres, era
teu rosto
o que mais me comovia [...]
se a luz de açúcar transborda
pelos beirais,
é que joão
está beijando
letícia
e seu braço acorda o rumo
dos girassóis. [...]
no passo em que o vento
carrega suas águas,
tigres,
de seda,
indícios de floresta penetramos [...]
e por mais
que o homem se aparte
dos arcos que o outro salta,
lavra o lobo seu encanto
e ainda
que adernem joelhos
pedro paulo joão e alice,
não mais que nós roemos deus
com agudíssimos dentes [...]
REGINA CÉLIA COLÔNIA. Sumaimana. INL / Livraria Francisco Alves. RJ.1974
*****
novos medos inventaremos, talvez até alguma Luziânia (dmc)
SUMAIMANA (excertos)
sem portulano de aviso
nem rota de margaridas
teu passo chegou certeiro
ao lugar que te cabia
e em meio à gente das velas,
na festa de Sagres, era
teu rosto
o que mais me comovia [...]
se a luz de açúcar transborda
pelos beirais,
é que joão
está beijando
letícia
e seu braço acorda o rumo
dos girassóis. [...]
no passo em que o vento
carrega suas águas,
tigres,
de seda,
indícios de floresta penetramos [...]
e por mais
que o homem se aparte
dos arcos que o outro salta,
lavra o lobo seu encanto
e ainda
que adernem joelhos
pedro paulo joão e alice,
não mais que nós roemos deus
com agudíssimos dentes [...]
REGINA CÉLIA COLÔNIA. Sumaimana. INL / Livraria Francisco Alves. RJ.1974
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Há muitos anos adquiri este livro de timbre único, de excelente poesia, no famoso sebo do 'Seo' Amadeu, em Belo Horizonte, e só me lembro de ter visto referência a ele na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa - BPELB - em Belo Horizonte, MG (frequentei muitas).
Odores e cores de terra pura, quase indígena noção de ventos e águas, atento sempre às dicotomias entre as sociedades ditas atrasadas e avançadas (isto é mesmo perceptível em alguns de seus versos). Também nunca soube de ninguém que publicasse algo, alguma resenha sobre Regina Célia Colônia e a sua Poesia - dado aí o desconto de eu não viver fuçando possíveis alusões ou publicações acerca deste assunto. Desconhecida até mesmo para um amigo meu que tem Editora, mas eu já havia publicado algo a respeito, no meu extinto blog PALIAVANA, há cerca de três (3 anos), e volto a fazê-lo aqui no PALIAVANA4.
Essa carioca, diplomata que trabalhou no Senegal e em Portugal, publicou também Canção para o Totem, e Os Leões de Luziânia. Vários prêmios, entre os quais o Prêmio Especial Fernando Chinaglia, 1975, e o Prêmio Jabuti, da crítica, para o melhor livro de contos, em 1976. Sumaimana foi elogiado, por escrito, por Carlos Drummond de Andrade.
Problema técnico no meu blog impede a diagramação original dos poemas.
(DMC)
*****
imagem: Geoffrey Hunt. Chegada da Família Real ao Brasil.
Odores e cores de terra pura, quase indígena noção de ventos e águas, atento sempre às dicotomias entre as sociedades ditas atrasadas e avançadas (isto é mesmo perceptível em alguns de seus versos). Também nunca soube de ninguém que publicasse algo, alguma resenha sobre Regina Célia Colônia e a sua Poesia - dado aí o desconto de eu não viver fuçando possíveis alusões ou publicações acerca deste assunto. Desconhecida até mesmo para um amigo meu que tem Editora, mas eu já havia publicado algo a respeito, no meu extinto blog PALIAVANA, há cerca de três (3 anos), e volto a fazê-lo aqui no PALIAVANA4.
Essa carioca, diplomata que trabalhou no Senegal e em Portugal, publicou também Canção para o Totem, e Os Leões de Luziânia. Vários prêmios, entre os quais o Prêmio Especial Fernando Chinaglia, 1975, e o Prêmio Jabuti, da crítica, para o melhor livro de contos, em 1976. Sumaimana foi elogiado, por escrito, por Carlos Drummond de Andrade.
Problema técnico no meu blog impede a diagramação original dos poemas.
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imagem: Geoffrey Hunt. Chegada da Família Real ao Brasil.
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