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Tomie Ohtake (1913-2015)


O abandono entende o humano,
face a face, os minerais de um
nos intentos do outro, ambos
se entendem, como o predador
e o gamo, fazem este comércio
de má fama, mantendo-se em si
e no outro, ambos dando vazão
ao breu, à noite sem pedras com que
construírem ponte, e não outro drama.


poema: Darlan M Cunha

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calmaria

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 mudança * De repente, de modo suave, você se lembra de quando chegou à cidade grande para continuar a estudar, depois veio o Exército, o emprego federal, mochila e violão nas costas, enfim, uma infinidade de erros, de riscos e risos, o amor que rói os tigres, de acordo com um livro cubano, se não me falha a memória com centenas de livros, se não milhares, sim, de repente, você pensa nas pessoas mudando de casa e de cidade, de postura perante a vida (uma luta difícil); quando se muda de casa, vai com a gente uma dupla sensação: de alívio, e de peso pelo que se viveu, a visão a partir da janela, tiques de vizinhos, uma praça e uma pessoa amiga com a qual foi possível conversa de gente grande. Neste momento, pessoas estão carregando ou descarregando móveis, apreensão e entusiasmo, que a vida é breve. *** Darlan M Cunha