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NÃO EXATAMENTE / NOT EXACTLY


Ela se acha com motivo para procurar pelos empuxos da ira, a raiva por alimento cheio de enxofre, necessita desta e de outras certezas, mais do que de misericórdia (entalem-se com a misericórdia os necessitados), e não se curva como se espera de uma compulsiva, melhor, impulsiva. Ela é quente, vive de macerar lamúrias e crestrar sorrisos que qualquer primeiro vento leva para longe; ela é de subir no trapézio e saltar de lá, como quem volta do mercado de pulgas, com a sacola cheia de velhas novidades: um palhaço numa tela a óleo, uma boneca de panos, um velhíssimo espelho de cristal (espelho, esfera minha), sim, é com essa que eu vou raspar a casca do dia, até o dia cair de borco no chão do esquecimento.
2.
(Não toquem, não insistam em cadáveres, não digam, por exemplo, o britânico; deixem isso para comentaristas esportivos, seu mundo miúdo de perpetuação do regozijo alheio que nada mais, há tempos, já não é senão cadáver geopolítico, embora até hoje a rainha inglesa pense que é a rainha também de montreal e de perth).
3.
So... this is my attempt to give you a better understanding of my language, my small attempt to celebrate book (=bridge) and to make it interesting and fun (crossing frontiers by giving jargon), beautiful and quirky world of book. So I wrote this some time ago and pasted it on my blog paliavana4.
4.
I think it's better to think about what would be most beneficial for me: silence, smile, book (= bridge), on the road, mud and sand. Be happy, not a fool on the hill. Wall & silence. So I wrote this some time ago and pasted it on my amazing site fotemas (off air, excluded).


Texto: Darlan M Cunha  /  Arte: Job Koelewijn

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha