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MERCADO DE PULGAS
Ali, uma boneca de trapos, talvez ainda com odores de onde veio, a chama de quem com ela se deitou. Ir à boca e ao estômago do domingo, às lesões do mercado de pulgas, lugar de sorrisos sobre o esmaecido de uma pintura e o fosco de uma peça de metal. É minha, levo essa, mas quero desconto. De pechinchas viver, mas será que estamos mesmo nos condenando cada vez mais e mais a colecionar ecos do Nada, ruínas ? Em frente, que atrás vem gente. Gostei dessa cadeira de vime, deixe-me olhá-la mais de perto. Alguma infância nela está, alguma velhice. Mas que beleza de instrumento. Meu avô materno tocava. Era alfaiate, e aqui tem muita roupa dos tempos antigos e novos, e até de épocas e feitios difíceis de se datar. Pulgas e pulgos. Um estojo de laca com borboleta desenhada na tampa, para jóias, lembranças e olvidos. Cardiopatia e fatias de gordura com sorrisos. Quem liga para a morte, em plena felicidade ? Vou levar, embrulhe.
Texto: Darlan M Cunha / Foto: Marina Kryuchina
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