SINA
pés de pato sempre na água
há pés de ida sem vinda, fé
remoendo velhos e novos
espinhos, pés de doloroso
parto, mãos levadas ao solo
de um infarto ou de outro
hiato, um tempo ruim sopra
o mundo, às vezes, não, às
vezes, sim, o mundo troca
de pés e mãos, salva o dia
pela noite, e vice-versa, eis
o homem dentro da mulher:
enlace de longo alcance
querem ambos, a montante
e a jusante, os pés no mundo
Arte e poema: Darlan M Cunha
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