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cria fama e...














THE OSCAR GOES TO…


O artista da fome é um livreto, mas tenho um vizinho que é, ele também, como todos os seus pares, de certa forma, um artista da fome, que sempre está com uma perna quebrada, a outra está luxada, ou com os braços em má situação, ou com um corte no queixo, não fala nada o artista, mas isto é algo antigo nele, porque sempre foi só um fantoche o artista com suas pinceladas, partituras, esculturas, gosta de mostrar que está por dentro das recomendações explícitas e subreptícias de amos e amas: god save the king, god save the queen (more), save the eurotunnel, eurodolar (o país dos dez mil "li" vem aí, vem aí a lavoura de mandarins). Foi nos bailes da vida...

Aqui perto de casa há uma grelha enorme no chão de cada pista da avenida, que não dão vazão à água e, principalmente, aos mil dejetos plásticos, sofás, pneus, portas de casas, tijolos, geladeiras e fogões, sanitários e baús. Tudo é lixo, gente. Voltemos ao artista: gueixa significa artista, mas, convenhamos, artista de requinte, com anos e anos de estudos de música, etiqueta, dança, sim, algo diferente; mas o oscar vai para... Favas Contadas, Armação Ilimitada, Óbvio Ululante.


Texto: DMC
Foto: caroleandjacekbed1

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha