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passagem
sob sol sustenido maior





Desde que as queimaduras de sol não estorvem o cotidiano, não ater-me ao que me afete mais de perto, não, nada digo aos transeuntes, nada falo a mim mesma aqui e agora todos sabem o que há no ar e nas plantas já se vê o delírio e o delíquio dos campos nos quais toda gente se mostra como é: o sol para todos -mais para uns-, e essa percepção de que as coisas tenham rumo exitoso, ah, ia me esquecendo da fala dos relógios, ia me excedendo no lucro diante dos meus pares e dos meus ímpares. Sei que a brincadeira, ou hábito, de enganar com as mãos é muito antiga, vem dos primórdios da Humanidade. Ponha uma pedrinha numa das mãos, e dê a oportunidade para que se adivinhe em qual delas está ou não está o arrazoado, a perdição.
DMC
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No dia 20 de junho, o bibliófilo e empresário José Mindlin foi eleito para ocupar a cadeira nº 29 da Academia Brasileira de Letras - ABL, vazia com o falecimento de Josué Montello. Há poucos meses, também fora eleito para a ABL o cineasta Nélson Pereira dos Santos.
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Poema de Ho Chi Minh (1890-1969)

Uma noite sem dormir. Duas noites.
Três noites. Impossível dormir! Agito-me, angustiado.
Quarta noite, quinta noite. Será sonho? Vigília?
Cinco pontas de uma estrela enrolam meus pensamentos.

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Foto de Juliana Louro

Comentários

  1. O cavalo tá esperando o ônibus também? hihi.
    Esse poema me fez lembrar daquela música que falava assim: "quantas noites não durmo, a rolar-me na cama... "
    :D
    :)

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  2. coisa linda esse poema!... to olhando aqui tua pagina. Vou puxar banquinho e me abancar!

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  3. Lindo, lindo!!

    A Academia... Depois que o Paulo Coelho entrou nela, sem comentários...

    :-S

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alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
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