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O AFETO
QUE SE AFERRA
A TI
(
zanastardust
)





Assisti uma longa entrevista concedida pela Rainha Rania, da Jordânia, a um programa de tv, nos EUA, durante a qual ela, sempre solícita e sem pieguismo, falou sobre caminhos trilhados e a serem trilhados pela gente de seu país -súditos e súditas-. como também pelas populações no mundo todo. Após diversas argumentações concernentes à família, à política, ao status, à beleza (outro status) e etc, em momento algum -repito-, em momento algum eu a vi cruzar as pernas, ao contrário da apresentadora e de práticamente todas as outras pessoas que lá estavam. Definitivamente, há mulheres e mulheres; conceitos e conceitos; obrigações e obrigações.
DMC
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Nada tenho a fazer, isto é, nada de particular. Tenho de falar, é vago. Tenho de falar, nada tenho a dizer, apenas palavras dos outros. Não sabendo falar, não querendo falar, tenho de falar. Ninguém me obriga a isso, não há ninguém, é um acidente, é um fato. Nada poderá jamais dispensar-me disso, não há nada, nada a descobrir, nada que diminua aquilo que resta dizer, é como se tivesse de beber o mar, há portanto um mar.
SAMUEL BECKET. O Inominável
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Um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004, Portugal)
Instante

Deixai-me limpo
O ar dos quartos
E liso
O branco das paredes

Deixai-me com as coisas
Fundadas no silêncio

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