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IMOTION SAPATOS VERMELHOS Quando eu era adolescente, novos sapatos mereciam batismo dos colegas: lama cuspo ou graxa, mereciam o rito os quedes ou os sapatos em geral marrons ou pretos. Mas, será que o filho de Pedro, movido pela dura cepa da fé, sustendo vontades que o mundo de deus dá aos seus, nunca desistido do encargo de ser lavoura arcaica, enfim, voltará a usar sapatos pretos em sua finita performance de homem sustentando cara de divino (indicado que foi, pelos pares), pernas e mãos sob o peso do reino do silêncio ? À beira da infância final, talvez se encontrem os dois pares de sapatos, dividindo risos sobre a solércia e o desencanto dos tempos, dívidas entre ratos e gatos entre sisudos, bolorentos, cúpidos corredores nas paredes dos quais um par de sapatos vermelhos chora pesado. ***** A HISTÓRIA DESTE POEMA : Hoje, no final da madrugada, ao assistir ao telejornal na TVE,   televisão da Espanha, falando s
  imagem: IMOTION   para: Fernanda Jimenez SANCHO & QUIXOTE: DOIS PERDIDOS NUM RITMO ÚNICO Batendo a cabeça contra ventos de cuja rudeza nem desconfiavam, ambos foram abrindo caminho entre escarpas e águas, nódoas   e vícios algo diferentes daqueles que separaram esparta e atenas  uma da outra; pelo que, procurando bálsamo com o qual conter o desespero de quem se sabe corte sem sutura, solilóquios à parte, cometeram ermos, até toparem com o cerne do crime pretendido: curvas e retas da Mancha, ângulos do mundo nos cascos da mula e do cavalo Rocinante, lá pras bandas do reino de Micomicão então, ensejando lâminas sobre lâminas, os quatro, antes que engolissem em seco a patranha geral, ou a palo seco a memória futura, limparam-se do humano demasiado humano entulho, e se foram; e assim diante do jeito gozoso da fábula que se esparramaria geral, cuidada com esmero de nova soberania, perceberam que todos parecem se esquecer que
POEMA TRÍPLICE estalló en las calles el huevo de la revolución, puestos de trabajo en las alas del miedo, pero tus pasos no se hacen extranjeros en este corazón veja: os impacientes não pescam, que os peixes têm truques com os quais livrarem-se de areia nos olhos, diz-se que nunca uma mulher com escândalo nas costas se redime de todo, pois a língua da ferocidade tem longos dedos, espinhos mais do que néctar Poema: Darlan M Cunha Imagem: IMOTION
Meu avô materno DINO, filhas, filho, genro e neto. AVÔ O avô cavava sem delongas o campo em redor da casa, lascas de impropérios vez que outra chegavam junto com tomates e mandiocas, couves que aos seus olhos não parecessem couves.  Disso me lembro, daquele encantamento  pelas verduras e legumes, mas com  atração maior por aqueles palavrões  que, se assustavam e faziam rir a vizinhança, também eram sinais do seu gosto pelo labor no barro, porque algo assim um alfaiete da terra ele era, cortando-a de modo impecável, pondo-lhe medidas que a um rei dariam rendas e prendas. O avô me pegava de vez em quando, cheio de rigores, mantinha sob essa capa um vinhedo de tinto inigualável, e lá íamos nós, sujos apenas de nós mesmos, encantar fadas e bruxas e abater moinhos maus e outros gigantes. Foto da Família. Poema: Darlan M Cunha ***** Poema: SEAMUS HEANEY (Irlanda), Prêmio NOBEL DE LITERATURA Cava r (Digging) Entre