CERTOS DIAS & OS OUTROS DIAS
Há dias que ficam tão dentro da gente que não há como esquecê-los, sendo que pode até mesmo acontecer de se tornarem faca de dois gumes, pelo fato de chegarem ao ponto de nos incomodar e prejudicar porque, a partir deles, todos os outros devem ser confrontados, de uma forma ou de outra. Esses tipos de dias, menos comuns, senão raros, falam alto, falam linguagem de solidão, por paradoxal que possa parecer, de solidão, não obstante evocarem só coisas boas como um passeio sem igual, uma resolução pessoal definitiva, enfim, algo verdadeiramente extra, cabal (pra mim, basta um dia, um meio dia).
Os Trabalhos e Os Dias é a famosa obra do grego Hesíodo (cerca de 700 a.C), no qual ele narra suas pendências com o único irmão, Perses, sobre o pequeno terreno que o pobre pai lhes deixara de herança. Sim, todos temos os nossos trabalhos, os dias azuis ou cinzentos. Assim é que nada mais desejável do que guardar sob sete chaves um passeio memorável, os dias em que o branco não sofreu nenhuma mancha. O riso e os dias.
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