Pular para o conteúdo principal






A ida e a volta
num mesmo lugar, dois lugares







LAMPITO:
É doloroso para uma mulher dormir sozinha, sem uma certa coisa... Em todo caso, estou resolvida, pois precisamos de paz !
LISÍSTRATA:
Querida, você é a única mulher de verdade entre todas essas aí !
CLEONICE:
E se, na medida do possível, nós nos privássemos disso que você disse - Deus nos livre ! - você garante que conseguiríamos a paz ? Será que não há outro meio ?
LISÍSTRATA:
O meio é exatamente esse. Se ficarmos em casa, bem pintadas, com vestidos transparentes, deixando ver certos lugares bem depiladinhos, e quando nossos maridos avançarem para nós, taradinhos, loucos para nos agarrar, nós não deixarmos, garanto que eles votarão logo pela paz.

ARISTÓFANES. Lisístrata ou A Greve do Sexo (411 A.C.)
Foto: DARLAN. Estação Ferroviária de Santa Bárbara, MG

Comentários

  1. Meu conterrâneo de Minas Gerais. Você colocou ai na tela do computador, um texto que nos leva a reflexão, e incrível, um assunto já comentado ha muito muito muito tempo, hein!
    Um abraço. Tive o prazer de sua visita em 11.05.2006.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Bem-vindo, Bem-vinda // Welcome // Bienvenido

Postagens mais visitadas deste blog

alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
FLORES SÉSSEIS, VIDROS E ÁGUAS: CONSTELAÇÃO DE OSSOS 1. O ENCANTAMENTO PELOS MATERIAIS Vidros e águas se entendem, agarram-se uns aos outros como um pensamento bom atrai outro de sua estirpe, como as pedrinhas de um caleidoscópio fazem umas com as outras, ou seja, abraçam-se e soltam-se num emaranhado nunca igual, mas sempre com o intuito de união, sua sina sendo a de viverem unidas, mantendo a própria identidade – o que é cada vez mais difícil, mais improvável entre os humanos. Águas e vidros: água doce e vidro plano, água salgada e vidro temperado, água suja e vidro opaco, água limpa de bica e vidro colorido  de igrejas e bordéis, sim, de tudo se faz canção e caução, e o coração na curva de um fio d’água estalando gotículas nas costas dos lagartos (agora tu sabes a razão do sorriso do lagarto, uma delas), úvula e cio, nonada , tiros que o senhor ouviu... , o rio cheio de mormaço, espelho d’água é a sensação de um rio calmo calmo calmo, tu vais com ele, entras n...