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um sopro
a viagem: tela viva





Ó solidão, ó solidão , minha pátria ! Tempo demais selvagemente vivi em terras estranhas, para não regressar sem lágrimas. Ameaça-me, pois, agora, com o dedo, como ameaçam as mães, e sorri para mim, como sorriem as mães, e dize logo: "E quem foi que um dia, como um vendaval, fugiu desabaladamente para longe de mim ?"
Friedrich Wilhelm Nietzsche. Assim Falou Zaratustra.

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Poema de Darlan
ESTEIO

Sabes que não se toma, impune, partido
algum, e que de uma partitura, de uma pá
solta num jardim, de uma bagagem
extraviada, de uma cárie
ou de um argumento sem sujeito
nem advérbios de tempo ou de modo,
de uma gata na parte extrema
do telhado... de tudo isso se faz facção,
sentido para a vigília.

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imagem: MAPQUEST. Cidade de Montréal

Comentários

  1. :(((
    Não vai ter mais gata no telhado, nunca mais...

    :'(

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  2. Um artista espalha palavras desordenamente e, no entanto forma um poema com belissimo sentido e belezas.
    Parabens de outro mineiro UAI !

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  3. Obrigado, minha gente. O texto aparece, dando cabo do sossego da gente, e não há nada a fazer, senão encorajá-lo a ir ao mundaréu (aí o jogo muda, ou parece mudar).

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  4. Regina, nada melhor, para quem escreve, do que palavras de incentivo como as tuas. Volte sempre.

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Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

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