Pular para o conteúdo principal










Venho da solidão








"Minhas senhoras! Eu me coloquei entre suas mãos espontâneamente. Minha honesta proposta de não mais promover de agora em diante a causa masculina, mas sim o movimento feminino, de ajudar as muitas, ferozmente decididdas, mas também perplexas e ainda maternais Ilsebills, essa minha oferta continua de pé. Mas se as senhoras pretendem arrastar a público e tratar como um caso exemplar minha existência linguadesca, que remonta às trevas originais, saberei defender-me, como se diz, com a dureza masculina. Revidarei sem dó. Ter-me como inimigo não é agradável. Sociológicamente, sou inabordável. Nenhuma sutileza jurídica - se as senhoras me pretendem julgar - poderia me prender. Nenhuma lei humana está à minha altura. Mas as senhoras teriam todos os motivos para me temer".

Günter Grass (Nobel 1999). O Linguado.
***

Adélia Prado

Impressionista

Uma ocasião
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa
como ele mesmo dizia:
constantemente amanhecendo.


foto: Elmo feito pelo Mestre Davidov, séc. 17, Kremlin








Comentários

  1. oi, darlan! estou com uma pneumonia das brabas e mal acesso a web... vi lá o teu recadop e já, já atualizo os links, viu?
    Este paliavana está muito bonito!

    um beijo, de longe, que é pra não passar bacilos! ;)

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Bem-vindo, Bem-vinda // Welcome // Bienvenido

Postagens mais visitadas deste blog

alto & baixo

Barreiro - BELO HORIZONTE, MG * Todos fogem, querem mudança em sua mesmice, novos degraus com textos e tetos, de um modo ou de outro, sentem que a vida é minuto, frutas murcham depressa, animais logo estão cada vez mais sisudos e mal-humorados, e assim chegam às monstrópoles, às suicidades. * Darlan M Cunha  

calmaria

  Uma calmaria aparente dentro da aldeia, sobre ela uma zanga de nuvens - mas não se deve levar nuvens a sério, por inconstantes - sina - e levianas feito dunas e seixos escorrendo e escorregando daqui pra lá, de lá para além-lá, feito gente nos seus melhores e piores dedos, entraves, momentos, encontros e despedidas. Um gotejo aqui e ali, mas outro tipo de gotejo num lugar da casa vai trazendo à cena o verso do português Eugênio de Andrade (Prêmio Camões 2001), decifrando a lágrima: " a breve arquitetura do choro ." Darlan M Cunha
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha