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Meu romance Umma... viajando          Antes de seres, já tinhas a predisposição. Morrer é quase nada, mas, aborrece, é acinte imperdoável, segundo uns e muitos e todos. Vamos às contas do ano. Tudo quente, todos los juegos el juego, parodiando um título de livro. Tudo é nebuloso - a rede e a gente que se vê pelas ruas, ou seja, não se deve confiar num e nem noutro, porque um é o outro na pobreza de visão, sopa rala. Ontem foi amanhã, não é saudável que te esqueças das cores primárias, das dores sectárias. Permite-se a entrada, em troca de certos usufrutos. Assim tropeçam os parvos, desde antes da Rota do Incenso e da Rota da Seda. Essa grama queimada não há de significar sempre que foi Gêngis-Cão quem passou por ali e por ali. Há imitadores baratos. Tenta dizer de ti que és o mesmo de ontem; mas, diferente. Isto significa restaurar-te diariamente, consciente disso, ou já eras. Nem mais. Foto e texto: Darlan M Cunha
 ¨¨ Dezembro aí está, sua sina única será a de andar durante 31 dias, sem parar, até que se torne passado, linha de trem desativada, de certa forma, porque o passado fica, de um jeito ou de outro, ele não nos abandona - por mais hábil que seja a nossa tática em deixá-lo no meio dos tempos, nu, choroso, só neblina. Dezembro aí está, crescendo feito uma bolha, ciente de que no dia trinta e um levantar-se-á pela última vez, olhando em torno, desconfiado, mais alegre do que triste, alegre pelo que deixará à gente que com ele caminhou, realista, pelas pessoas que em seu bojo caír e m para nunca mais. Dezembro está aí. * Foto e texto: Darlan M Cunha
cama de faquir *  Homem deitado à maneira faquir já nem homem é, embora pareça convidar os transeuntes a vê-lo de dentro da multidão rondando feito piorra a ossada estendida na cama de pregos, feito faca só lâmina expondo seu dilema, pois o mundo tem muitas faces todas elas bem presas a limites ou a antíteses cujos degraus mensuram o esforço e a apatia; e assim há dervixes e faquires astronautas e ladrões e emires, porque a cidade é larga e vive de tributos por encomendar lutos, pelo que enquanto uma laranja escorre dos dedos da manhã a ossada, viva, continua em transe, alheia ao humo a boca do escárnio, alheio a fotos o rosto do espasmo,  ciente de que haverá cama para todos cedo ou tarde todos serão faquires e o mago parece sorrir para uma flor amenizando-lhe o rude travesseiro.   O visitante afasta-se, mensageiro. Foto e poema: Darlan M Cunha
Lygia Pape - Teia                Observar certos trabalhos artísticos, e também trabalhos rudes como os do mar e os da agricultura pode nos levar a sensações algo adormecidas, lembranças de que tens algum conhecimento acerca disso e daquilo, e assim, com certeza, ainda que de leve, de maneira quase imperceptível a palpitação aumenta, o riso pode dar as caras.      Esse trabalho aí acima me leva para a Rota da Seda, um primor do conhecimento, algo de vital importância para a História, porque você pode imaginar os diversos climas, diversos idiomas e dialetos, milhões de escambos, caravanas com centenas de camelos, a neve e a natural inclemência dos desertos, cidades como Antióquia, Cabul, Damasco, Cio, Tashkent, Petra e tantas outras; atravessando países como China, Pérsia, Índia, enfim, como se fosse uma cobra gigantesca arrastando-se por grande parte do mundo, passando pelo Mar Negro e o Mar de Marmara, passando pelos Balcãs até chegar, por exemplo, à feia Veneza. F
Arthur Bispo do Rosário (1911-89) - 84,0 x 55,4cm Rio abaixo o sorriso escorrega feito uma longa caudal dentro de outra, cada vez mais avassaladora. Claro que o rio não passará em branco pelas inúmeras aldeias que ele visita, e que em seu bojo leva sempre o que há de bom e de ruim no mundo: o riso franco de alguém,   mas as feridas antigas e novas não turvarão a descida dele até o mar, mesmo que outro redemoinho funesto se faça nestas duas caudais viajando abraçadas: o rio e o risco. Poema: Darlan M Cunha