Lygia Pape - Teia
Observar
certos trabalhos artísticos, e também trabalhos rudes como os do mar e os da
agricultura pode nos levar a sensações algo adormecidas, lembranças de que tens
algum conhecimento acerca disso e daquilo, e assim, com certeza, ainda que de leve,
de maneira quase imperceptível a palpitação aumenta, o riso pode dar as caras.
Esse trabalho aí acima me leva para a Rota da Seda, um primor do
conhecimento, algo de vital importância para a História, porque você pode
imaginar os diversos climas, diversos idiomas e dialetos, milhões de escambos,
caravanas com centenas de camelos, a neve e a natural inclemência dos desertos,
cidades como Antióquia, Cabul, Damasco, Cio, Tashkent, Petra e
tantas outras; atravessando países como China, Pérsia, Índia, enfim, como se
fosse uma cobra gigantesca arrastando-se por grande parte do mundo, passando
pelo Mar Negro e o Mar de Marmara, passando pelos Balcãs até chegar, por
exemplo, à feia Veneza. Foi de fato um assombro, sendo que o nome Rota da Seda foi
dado pelo geógrafo alemão Ferdinand von Richthofen.
Sim, foi um assombroso esforço de conexão entre povos incrivelmente diferentes
em sua visão do mundo, seus conceitos - uma fabulosa TEIA. Esse trabalho aí
acima sempre me faz lembrar disso, e de algo mais.
Texto: Darlan M Cunha
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