Pular para o conteúdo principal
"Por la blanda arena que lame el mar / su pequeña huella no vuelve mas / Un sendero solo de pena y silencio llegó / hasta la espuma"







DE SE RECORRER AO PEITO


Após algum tempo, ouvi uma das minhas canções preferidas, que vem comigo desde a nossa primeira vez, e uma sensação muito boa veio-me, embora desnecessário pareça-me dizer o já dito logo nas primeiras palavras deste texto. Além disso, chamou-me a atenção o fato de que a noção ou a lembrança primeira que tive, logo nos primeiros acordes, foi a de como era ouvir música em long-plays: levantar-se a cada 20 ou 25 minutos, para virar o disco e, com isso, parte de sua concentração ia embora. Caramba ! Foi ontem esta eternidade.

A canção é a comovente Alfonsina y el Mar (Ariel Ramírez y Félix Luna), na gravação original de Mercedes Sosa – uma canção que fala da muito querida poetisa modernista argentina Alfonsina Storni (1892-1938), suicida – para quem o povo argentino ergueu monumento na praia La Perla, Mar del Plata.

Para o meu desespero ainda maior, para um fiança cada vez mais feroz com a Loucura, toco e canto esta linda canção, às vezes.

DMC
*****
Foto: Letralia.com

Comentários

  1. Linda trilha sonora, heim??

    Beijos!

    =)

    ResponderExcluir
  2. NINA, querida amiga,

    felicidade maior num BLOG é esta: a de que a visita se sinta bem pelo que houver nele que faça a pessoa parar, ler, ver, absorver (ou não, ou só em parte)... e voltar. Assim eu me senti com a tua visita - sumida que estás.

    Um abraço.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Bem-vindo, Bem-vinda // Welcome // Bienvenido

Postagens mais visitadas deste blog

FLORES SÉSSEIS, VIDROS E ÁGUAS: CONSTELAÇÃO DE OSSOS 1. O ENCANTAMENTO PELOS MATERIAIS Vidros e águas se entendem, agarram-se uns aos outros como um pensamento bom atrai outro de sua estirpe, como as pedrinhas de um caleidoscópio fazem umas com as outras, ou seja, abraçam-se e soltam-se num emaranhado nunca igual, mas sempre com o intuito de união, sua sina sendo a de viverem unidas, mantendo a própria identidade – o que é cada vez mais difícil, mais improvável entre os humanos. Águas e vidros: água doce e vidro plano, água salgada e vidro temperado, água suja e vidro opaco, água limpa de bica e vidro colorido  de igrejas e bordéis, sim, de tudo se faz canção e caução, e o coração na curva de um fio d’água estalando gotículas nas costas dos lagartos (agora tu sabes a razão do sorriso do lagarto, uma delas), úvula e cio, nonada , tiros que o senhor ouviu... , o rio cheio de mormaço, espelho d’água é a sensação de um rio calmo calmo calmo, tu vais com ele, entras n...
foi uma sensação sem punhos, sem lábios, indício algum de ter existido Quando será que na ocidental sociedade (porque nas outras sociedades, parece, este é um caso perdido, sim, pois nos fazem vê-las, a elas, como casos perdidos. Há sociedades em que as mulheres não têm nem mesmo um nome), repito : quando será que as mulheres não perderão seu nome de solteira após casarem-se - a não ser que o queiram perder, por livre e espontânea vontade, e não pelo arraigado costume de se reconhecer mais esta submissão a que foram e ainda são submetidas perante os homens, costume este que continua roendo-lhes os dias e vazando-lhes as noites ? (DMC) ****** Poema de Astrid Cabral (1936- , Brasil) O FOGO Juntos urdimos a noite mais seu manto de trevas quando as paredes recuam discretas em horizontes de além-cama e num espaço de altiplano rolamos nossos corpos bravios de animais sem coleira e juntos acendemos o dia em cachoeiras de luz com as centelhas que nós seres primitivos forjamos com a pedra las...
  TREM DOIDO DE BOM     Lembrei-me, neste instante, de um termo jocoso, bem capiau, daqueles que deixam o cabra assim meio na dúvida, ou seja, se está sendo gozado, ou não, porque é mesmo engraçado, simplório. - "O senhor tem canivete aí, do tipo de folha larga, assim de um dedo de largura, bom pra picar fumo, e outras coisas ?" - "Bão, tê, tem, mais já acabô. Mais iêu vô di pudê incumendá pro Snhô Voismicê lá na capitá Béózônti, qui daqui trêis día, sem saculejo di atrazo, já tá aqui incima du barcão, prontim pra Vossa Sinhuria fazê uso do bichão, qui é mêrmo muito bão." - "Pois o senhor me faça o favor de pedir um para mim, de preferência com cabo de madrepérola, mas se não tiver, que seja de cabo de osso." - "Será feito, patrão. Agradicido."   _  Darlan M Cunha