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Vitória Basaia O rosto O duelo no tribunal deve algo ao sim e ao não e se uma terceira via acende o pavio   alertando os dispostos a quebrar a lei , outro fervor levanta-se e invoca ditames de deus, mas ninguém crê no pai, e o juiz, farto de se haver com caricatos acha enfim lugar para deus nas grades com o que um rosto deixa de pairar sobre a multidão.     poema: Darlan M Cunha   arte: Vitória Basaia
Lygia Pape - Teia                Observar certos trabalhos artísticos, e também trabalhos rudes como os do mar e os da agricultura pode nos levar a sensações algo adormecidas, lembranças de que tens algum conhecimento acerca disso e daquilo, e assim, com certeza, ainda que de leve, de maneira quase imperceptível a palpitação aumenta, o riso pode dar as caras.      Esse trabalho aí acima me leva para a Rota da Seda, um primor do conhecimento, algo de vital importância para a História, porque você pode imaginar os diversos climas, diversos idiomas e dialetos, milhões de escambos, caravanas com centenas de camelos, a neve e a natural inclemência dos desertos, cidades como Antióquia, Cabul, Damasco, Cio, Tashkent, Petra e tantas outras; atravessando países como China, Pérsia, Índia, enfim, como se fosse uma cobra gigantesca arrastando-se por grande parte do mundo, passando pelo Mar Negro e o Mar de Marmara, passando pelos Balcãs até chegar, por exemplo, à feia Veneza. F
Arthur Bispo do Rosário (1911-89) - 84,0 x 55,4cm Rio abaixo o sorriso escorrega feito uma longa caudal dentro de outra, cada vez mais avassaladora. Claro que o rio não passará em branco pelas inúmeras aldeias que ele visita, e que em seu bojo leva sempre o que há de bom e de ruim no mundo: o riso franco de alguém,   mas as feridas antigas e novas não turvarão a descida dele até o mar, mesmo que outro redemoinho funesto se faça nestas duas caudais viajando abraçadas: o rio e o risco. Poema: Darlan M Cunha